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sábado, 25 de novembro de 2017

Recomendo a leitura deste profundo texto do livro As Duas Árvores do Paraíso



As Duas Árvores do Paraíso


V Capítulo: «CAMINHAI ENQUANTO TENDES A LUZ» (parte)

Está escrito no Evangelho de São João (9: 4-5):
«É preciso que eu faça as obras d’Aquele que me enviou enquanto é dia; a noite está a chegar e, então, ninguém poderá trabalhar. Enquanto estiver no mundo, eu sou a luz do mundo.»

E, mais adiante (11: 9-10):
«Aquele que caminha durante o dia não tropeça, pois vê a luz deste mundo; mas aquele que caminha durante a noite tropeça, porque a luz não existe nele.»

Estas palavras são repetidas, sob outra forma, no capítulo seguinte (12: 35-36):
«A luz estará por pouco mais tempo no meio de vós. Caminhai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam; aquele que caminha nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, acreditai na luz, para vos tornardes filhos da luz.»

“ Nestas três passagens que acabei de ler-vos, é necessário compreender, antes do mais, que Jesus não se refere ao dia físico. Ao usar as palavras “dia” e “luz”, ele subentende períodos em que a terra recebe certas influências, certas ondas benéficas, graças às quais os homens podem aperfeiçoar-se, evoluir. Eles devem, portanto, aproveitar a passagem dessas ondas luminosas e vivificadoras, pois, a partir do momento em que estas deixarem de se manifestar, eles já não terão as mesmas possibilidades para trabalhar.
Na Índia, designa-se por yuga cada um dos diferentes períodos que a humanidade tem de atravessar ao longo da sua evolução. Os hindus dizem que estamos a sair da Kali-yuga, a época das trevas marcada pelo materialismo, pela violência, pelo desencadear desenfreado das paixões. Está a surgir, pois, uma nova era para os filhos de Deus. Eles devem aproveitá-la, senão as ondas benéficas deste novo período não servirão para nada.
Cada raio do sol é uma força. No futuro, a humanidade já não se servirá nem de madeira, nem de carvão, nem de gasolina, e trabalhará unicamente com os raios do sol. As fontes de energia atuais não podem durar eternamente, estarão esgotadas em breve e, então, o homem será obrigado a voltar-se para energias de natureza mais subtil que, essas sim, são inesgotáveis. O homem aprenderá também a curar-se com as cores e a captar as energias dos raios solares. Os raios solares têm um poder inimaginável que, ao penetrar nas coisas, produz nelas grandes transformações.1 Cada raio luminoso é habitado por entidades, que se manifestam de maneira diferente consoante a sua cor: vermelho, azul, verde, amarelo... Quando esses raios são projetados sobre seres vivos, fazem neles um enorme trabalho. É por isso que os Iniciados se servem da luz e das cores para agir utilmente sobre os humanos.
Os verdadeiros grandes Mestres da humanidade ensinam os seus discípulos a trabalhar com a luz. Existem sete cores e a cada uma delas corresponde uma virtude. Por isso, devemos saber que cada erro que cometemos faz diminuir em nós o poder que corresponde a uma dessas cores. Os verdadeiros Iniciados sempre trabalharam com a luz, pois só a luz nos dá o verdadeiro poder, o verdadeiro saber. Há muitas pessoas que procuram grandes segredos e imaginam que se tornarão grandes magos pronunciando determinadas palavras, fazendo certos gestos e trazendo consigo um dado talismã. Mas os seres superiores não respondem a esses apelos e só os seres dos níveis mais baixos – os elementais e os monstros – se aproximam delas.
Se queremos atrair a luz celeste, os anjos, os arcanjos, devemos utilizar o apelo das virtudes, pois as entidades superiores só são atraídas pela pureza, pelo amor, pela verdade. Não se pode compreender os grandes mistérios se se vive como um homem vulgar. O mundo invisível dá-nos em função daquilo que nós próprios fazemos. Quanto mais recusarmos as actividades e os prazeres inferiores, quanto mais renúncias e sacrifícios fizermos, mais bênçãos receberemos do mundo invisível. Eu já vos expliquei esta lei na conferência sobre o administrador infiel.3 A individualidade, a natureza divina, não pode manifestar-se naqueles que só vivem para a personalidade, que não lhe recusam nada.
Vós dizeis que amais a verdade. Eu não me apercebo disso, pois quem gosta verdadeiramente de qualquer coisa faz sacrifícios para a obter e recusa-se a viver tudo o que pode impedi-lo de encontrar aquilo de que gosta. Ora, vós não prescindis de nada; portanto, não vinde dizer-me que amais a verdade. Os homens querem entrar no Reino de Deus com rebanhos de ovelhas, com porcos, galinhas, coelhos; nem sequer vêem que os animais que eles comeram caminham a seu lado. Mas esses animais estão presentes e gritam: «Por que é que me tiraste a vida? Eu queria evoluir, queria viver. Por que é que me mataste para me comer? Então, agora faz-me evoluir em ti, porque eu também vim à terra para aprender.»
Sim, os animais que comestes estão dentro de vós e podeis aperceber-vos da sua presença nos impulsos de ódio, de cólera, de inveja, de sensualidade, que vos atravessam. Vós direis que estamos no reino dos homens... De maneira nenhuma! Através dos homens, é ainda o reino dos animais que se manifesta. O verdadeiro homem é aquele que compreende e que cumpre a vontade de Deus. Ora, os humanos vivem constantemente com angústia, com ódio, com inveja, com medo, com cólera. Pensais que é isso o reino dos homens? Não, esse ainda não veio; de vez em quando, ele manifesta-se um pouco, algures, mas não passa disso. Quando vier realmente o reino dos homens, aquilo a que a Tradição chama “a sexta raça”, tudo será transformado.
A Ciência esotérica ensina-nos mesmo que, no futuro – um futuro longínquo, evidentemente –, os homens deixarão a terra para viverem noutros planetas, e que os animais é que herdarão a terra. Então, para comunicarem entre si, os homens utilizarão o pensamento, o olhar, as cores. Bastará enviar um olhar, mas será um olhar tão magnífico, que aquele que o receber nunca mais o esquecerá.
Na sexta raça, os homens desenvolverão sobretudo o sentimento fraterno. Na quinta raça, o desenvolvimento quase exclusivo do intelecto teve como consequência uma atitude de agressividade, de crítica, de separatividade, e é por isso que os homens não são felizes. Agora, eles devem procurar desenvolver outra coisa: a sua alma. Mas a alma só pode desenvolver-se na vida fraterna, onde, tal como abelhas que se reúnem para preparar o mel, todos trabalham para cumprir a vontade de Deus, a fim de fazerem descer o seu Reino à terra. Na sexta raça, os homens realizarão o amor e a sabedoria; na sétima raça, será a verdade que se revelará. A quinta raça era a raça do intelecto; a sexta raça será marcada pelas trocas entre os homens, pela fraternidade. “


Texto retirado do livro "AS DUAS ÁRVORES DO PARAÍSO", do Mestre Omraam Mikhaël gentilmente cedido por Publicações Maitreya

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