Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

segunda-feira, 30 de julho de 2018

30 de Julho - Dia Internacional da Amizade



Amizade

Segundo Aristóteles,
“Fruto do hábito e da vontade, a amizade,
- que se eleva à categoria de virtude –
 é uma disposição permanente que decorre
de uma escolha livre e recíproca.
Além disso, o outro é amado por ele próprio
e não por um cálculo mais ou menos egoísta.
 Aristóteles desqualifica as amizades estabelecidas
 com base na utilidade ou simples prazer.”

“Esta concepção muito forte da amizade
encontra-se em Montaigne:
«Na verdadeira amizade, diz ele,
dou-me ao meu amigo mais do que dele quero para mim.
» Sob esta forma, a amizade é considerada desde
 a Antiguidade como a própria expressão da felicidade.”

 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Portugueses e Portuguesas - Coragem precisa-se! Para que emerja a verdade sentida na Alma Portuguesa




Portugueses e Portuguesas

Todos nos chocamos com a separação de crianças dos seus pais que se encontram ilegalmente num país, mas fazem-se leis que legitimam a possibilidade de se afastar definitivamente uma criança da sua mãe
Vários políticos portugueses incluindo o Presidente da República dirigem-se a nós dizendo portuguesas e portugueses… Para mim é estranho já que a gramática portuguesa diz que o plural se diz no masculino quando o conjunto a que se refere contém elementos masculinos.
Em conversa, disseram-me que a expressão usada pretende dar uma tónica de respeito pelas mulheres afirmando a importância do seu papel na sociedade. Conformei-me!
Entretanto, muito se tem dito em defesa das mulheres e do seu reconhecimento na sociedade, infelizmente grande parte é, a meu ver, asneira. Ultimamente o tema tem evoluído e parece já não ser tema as mulheres mas as pessoas de sexo X. O que é isto? Uma invenção no sentido de nos indiferenciar, de nos convencer que aquilo que somos pode ser mudado só porque não queremos ser o que somos. Na prática pretende-se outra coisa ainda mais perigosa que é a todo o custo apagar o conceito de verdade e com isso conquistar a possibilidade de afirmar qualquer barbaridade, aplicar qualquer política ou fazer uma qualquer lei impondo regras contra natura, corroboradas em afirmações falsas, renomeadas por novas verdades da era da pós-verdade (onde “factos objectivos têm menos influência na formação da opinião pública do que os apelos à emoção e a crenças pessoais”). Esta ideia é de facto maquiavélica, mas, infelizmente, eu não estou a delirar. Isto está mesmo a acontecer e já há bastante tempo.
São exemplo do que disse todos os temas que dizem respeito à vida humana. Por exemplo o aborto é apresentado como uma medida de respeito pela liberdade da mulher. Na realidade todos sabemos, mas não nos convém admitir, que tudo na vida em sociedade nos condiciona a liberdade de acção. Não posso ir a um restaurante se não puder pagar porque prejudico o dono do restaurante, não posso conduzir com um determinado nível de álcool no sangue porque posso, sem querer, matar alguém, mas posso ter relações sexuais ocasionais apenas por desejo de prazer e, sem querer, conceber alguém. Nestes casos já posso matar alguém porque esse alguém depende unicamente de mim, domino-o inteiramente, sou dona desse alguém e portanto decido sobre o seu destino com base no que acho que é melhor para mim. Na pós-verdade, isso chama-se liberdade e respeito pelo corpo da mulher.
Outro exemplo são as barrigas de aluguer que, na pós-verdade, se chamam maternidade de substituição. Todos estamos chocados com a separação de crianças dos seus pais que se encontram ilegalmente num país, porém fazem-se leis que tornam legal a possibilidade de se afastar definitivamente uma criança da sua mãe, à nascença, e sem possibilidade de um dia mais tarde saber quem é a sua mãe. Chama-se a isto, na pós-verdade, direito de ser mãe. Último exemplo, embora existam muitos mais, é a mudança de sexo no cartão do cidadão. Um rapaz fisicamente rapaz, cujo corpo produz as hormonas próprias do sexo masculino e que tem os cromossomas do sexo masculino, sente-se rapariga e quer que a sociedade o reconheça no grupo das raparigas. Chama-se a este sintoma de perturbação psicológica, na pós-verdade, liberdade de escolha da identidade sexual.
Resolvi escrever sobre isto, sobressaltada com a notícia que li relativa à legislação inglesa que proíbe o tratamento de perturbações relacionadas com a identidade sexual. Este caso não é o único. Em 2016 Malta aprovou uma lei para «afirmar que nenhuma orientação sexual, identidade de género e expressão de género constitui perturbação, doença, deficiência, incapacidade ou anomalia; e para proibir práticas de conversão como acto enganador e prejudicial…» Todas as pessoas acusadas de práticas «terapias de conversão» serão multadas até €10,000 e um ano de cadeia.
Se a destruição da verdade já é, por si, dramática, torna-se perigosíssima quando as mentiras são convertidas em verdades e os legisladores as impõem à sociedade. Se já é grave haver leis que permitam coisas erradas em nome de mentiras tornadas verdade, pior é quando nos obrigam a fazer aquilo que é errado e nos proíbem de agir bem. Essa é a realidade dos psicólogos e psiquiatras em Inglaterra, em Malta, e não só. Existem imensos casos que comprovam que a percepção errada do sexo é uma questão que pode ser clinicamente aborda quando a pessoa não se sente bem com isso, no entanto essa alternativa está agora vedada em alguns países. Não me fico só por palavras mas deixo-vos dois links (este e este) com casos concretos que ilustram o que afirmo.
Tal como com qualquer sofrimento de natureza psicológica, cada pessoa merece o nosso respeito mesmo quando não quer ser tratada ou quando o tratamento não é eficaz. Isto que acabo de dizer é óbvio porque todas as pessoas independentemente das suas circunstâncias merecem ser respeitadas, mas, hoje em dia, se não fizer esta ressalva, corro o risco de ser imediatamente catalogada como homofóbica e outras coisas piores.
A história diz-nos que a sucessão de acontecimentos obedece a ciclos. Tivemos na Europa ciclos de paz e ciclos de guerra ou ciclos de ditaduras disseminadas por muitos países e ciclos de vivências mais democráticas. Acredito que o que estamos a viver nos está a levar para novas formas de ditadura e que portanto estamos a passar um ciclo mau. Está nas nossas mãos inverter a situação. Não é voltar atrás. Isso nunca acontece e ainda bem. Refiro-me a tomar consciência, aprender com os erros que estão a ser cometidos, e avançar para um novo ciclo onde a verdade volta a ser um valor a preservar. Estou portanto assustada mas cheia de esperança porque a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. Escrevo sobre este tema procurando dar um pequeníssimo contributo para o novo ciclo que talvez não me beneficie a mim, mas aos meus filhos e netos.

Rita Fontaura





sexta-feira, 20 de julho de 2018

Bem-Estar Integral - Abertura d´Alma Versus Rigidez Espiritual




Abertura d´Alma Versus Rigidez Espiritual


No Momentum destes Tempos de Mudança quantas forças se movem, encaixam e repelem. Debrucemo-nos sobre a Psique, não no sentido pelo qual a maior parte de nós conhece a palavra, mas no seu significado mais  antigo e profundo: Psique ou “Psiquê” vem do grego e significa Alma.
A Alma ou Anima é aquilo que anima, que dá vida à matéria. É a nossa faceta imortal, divina. É o veículo que nos liga ao Espírito = Supra Consciência.
Nenhum Ser vive sem estar ligado ao Espírito, e todos nós temos um veículo condutor, subtil, ao qual chamamos Alma. Não é possível separar um corpo material do seu espírito, e do veículo que o liga à sua fonte primordial. Existe ainda um desconhecimento de muitos sobre esta realidade.
Se hipoteticamente isso pudesse acontecer, uma separação, essas pessoas seriam apenas meios – seres, incompletos, e a sua “anima”, a sua luz, extinguir-se-ia, tão certo como o Sol desaparece cada dia no horizonte.
- Sempre que pensamos que não estamos voltados para o espiritual, como quando ouvimos alguém dizer: "estamos aqui para falar de coisas sérias e não de espiritualidades" ou então: "até acredito na espiritualidade, mas estamos aqui para tratar de assuntos reais" somos, ou estamos a tornarmo-nos em seres deficientes (aliás é a única deficiência que eu reconheço) a deficiência do bloqueio espiritual.
- Quando o ego coadjuvado pela ignorância nos separa da nossa Alma, tornamo-nos rígidos de sentimentos, de postura social, e até nos traços físicos…E esta rigidez reflecte-se normalmente em graves problemas de saúde a nível estrutural.
- Sempre que renegamos ou rejeitamos o Espírito, desligamos o interruptor da Luz, perdemos capacidades, neutralizamos a nossa lucidez. Continuamos no Caminho, mas fazemo-lo na escuridão. Todos sabemos o quão difícil é caminhar por veredas, e mais ainda, às escuras.
O nosso veículo consciencial é de nossa inteira responsabilidade. A limpeza, a manutenção, a nutrição, são condições fundamentais para o estado desse veículo.
- A limpeza, é pela qualidade dos nossos pensamentos e consequentes acções
- A manutenção, é o estado do SER, íntegro, harmonioso, simples e fraterno.
- A nutrição é o trabalho que pode e deve ser feito continuamente, na procura da elevação da consciência pelo conhecimento, pela gnose. E que esse trabalho individual se transmute pela alquimia do amor incondicional em sabedoria.
A expansão de consciência projecta-nos de degrau em degrau possibilitando e facilitando a ligação, a comunicação com a nossa Alma. Com satisfação, vemos como a “ciência” se vai reencontrando com a essência divina que é inerente a todos nós. Existem neste momento uma infinidade de dados, de certificações, de testes extraordinários, feitos por iminentes cientistas de todos os ramos. É preciso apenas pesquisar, trabalhar, e aceitar aquilo que encontre eco no nosso coração.
Mas também vemos com alguma apreensão, que muitos seres se fecharam na sua redoma de conhecimentos arcaicos, de pessoas empedernidas por conhecimentos académicos ultrapassados, e por densos traumas pessoais que norteiam as suas posturas na vida.
Vamos dar prioridade ao que é válido! Há tanto campo para colher: reler Platão– pesquisar a física quântica – estudar as ciências antiquíssimas como os Vedas ou a Cabala – tomar conhecimento do trabalho incrível de pessoas que actualmente estudam o Cosmos, e tanto mais.
Vamos integrar flexibilidade no nosso corpo mental e das nossas crenças, vamos fazer da nossa vida uma “dança” subtil e harmoniosa de integração entre a matéria e o subtil, entre o humano e o divino.

Maria Adelina de Jesus Lopes




segunda-feira, 16 de julho de 2018

Desmistificar A Hiperatividade


E porque estamos em tempo de férias…
Tenho a noção exacta do impacto de algumas das afirmações desta entrega, em especial a de apresentar um conceito de responsabilização da sociedade.
Há vários anos que este tema cruzou o meu caminho, e continua…
Sempre encontrei concordância no meu Eu com a informação que surgia, mas não com a forma de encarar a situação, que em alguns meios era uma pedra no sapato. E o procedimento de muita gente foi o de neutralizar a parte mais fraca……Há uns anos, assisti a um seminário sobre os Índigo, ao colocar o meu parecer à organização de que achava que era a sociedade que carecia de mudanças e adaptação, a resposta foi pronta e objectiva “se disséssemos aos Pais e Educadores que deviam reflectir sobre os seus comportamentos e formas de vida, ninguém vinha assistir aos seminários”…….

 
Desmistificar A Hiperatividade  

 
As Crianças de Hoje são realmente diferentes, o que não significa que tenham alguma deficiência ou perturbação.
“Todas as palavras que são utilizadas para descrever mentes e comportamentos, favorecem alguém e prejudicam alguém”.
Há já alguns anos que ouvimos falar nas “Crianças do Agora”, que têm sido divididas por grupos tais como os Índigo, Cristal entre outros.
Existe ampla bibliografia que nos dá conta e testemunho de que a partir dos anos 80 (ainda que muitas vieram antes desta data) as crianças passaram a ter diferenças notórias em relação às gerações anteriores.
Uma das características base destas crianças é a sua estrutura cerebral, que lhes permite utilizar em simultâneo os dois hemisférios cerebrais o esquerdo, e o direito.
A humanidade, ao longo dos últimos séculos usou predominantemente o hemisfério esquerdo, cujas características são a lógica e a racionalidade intelectual.
O equilíbrio proporcionado pela utilização dos dois hemisférios, trás à criança novos potenciais baseados na criatividade, intuição e espiritualidade.
Mas as “provas” vão mais além! Existem testes científicos que comprovam que as crianças estão a desenvolver novas cadeias de ADN, ou seja, a mudança é profunda, vem do âmago da nossa biologia.
Quantas vezes temos falado do salto quântico do planeta, dos “Tempos de Mudança”….Pois assim como as vibrações planetárias se alteram, assim a nossa biologia tem forçosamente que ser alterada.
Estas modificações representam o tornar mais subtis os nossos corpos e a energia que nos circunda e vivifica.
A muitas das Crianças do Agora é-lhes imputada hiperactividade nas suas diversas variantes e nuances, perfeitamente explicadas por alguns psicólogos, psiquiatras, pediatras, etc.
O trabalho de recolha de dados destes técnicos, o mapa ou perfil das Crianças baseados nesses trabalhos é de louvar.
Desde sempre, o ser humano no seu caminho evolutivo debateu-se com o medo do novo, do desconhecido, mais ainda quando esse “novo” vem mexer com o comodismo, com o habitual, com formas de estar na vida obsoletas e estagnantes da nossa evolução consciencial.
O papel que as Crianças do Agora estão a desempenhar, é o do guerreiro da mudança, do toque a despertar para outros paradigmas e formas de ser, desta nossa humanidade.
Ou seja, as crianças na sua larga maioria não têm “problema” algum.
Nós, a sociedade em geral, pais, professores, sim devemos reflectir e promover mudanças! O que temos, é um largo caminho a percorrer, a prova imponente de ultrapassar a fasquia da materialidade, da competitividade, da desigualdade, do egocentrismo aonde nos conduziu o nosso desligamento até à data.
As Crianças do Agora, são os precursores de uma nova humanidade, são os espelhos onde podemos ver reflectidos tudo aquilo que temos que mudar no nosso comportamento e postura de vida, quer individual, quer colectivamente.
Estas mudanças são urgentes e passam por temas tão diversos como sejam os comportamentos dos Pais/Filhos, Pais/Sociedade, Sistemas de Ensino, Justiça Social, entre outros.
Sim porque ainda que não pareça, estas crianças são profundas observadoras do meio, e não conseguem aceitar os sistemas desumanos onde estão inseridas, porque a nível celular eles sabem que vieram com uma missão.
“Somos Seres num Universo vivo, dinâmico e profundamente espiritual, onde nada faz sentido sem a consciência cósmica das realidades naturais que são a nossa própria essência”
Não podemos englobar num rótulo, a chegada dos Seres maravilhosos que são as Crianças do Agora. Mais ainda, não podemos cometer os erros de outras eras onde a “difeciência”, levou ás mais negras páginas da história da humanidade. Não podemos aceitar que a avidez encontre mercado nas crianças. Não podemos aceitar que se esquematize a “diferença” para manipulação e proveito de algumas classes.
Não podemos permitir-nos o caminho mais fácil, que é tentar modificar a estrutura psíquica da criança pelos fármacos.
Podemos sim! Encontrar pontes de comunicação, tendo a sociedade, pais e educadores a noção de que muito temos a aprender, e que as crianças do agora são os mestres.
Podemos sim! Dar bom e proveitoso uso a todo o trabalho de compilação de dados, estatísticas e avaliações, analisá-las com a percepção da intuição, do coração, e reformular o caduco desta velha sociedade.
Podemos sim! Encontrar em nós o Caminho de Retorno, a Re – Ligação ao Ser Espiritual que somos, pois aí encontraremos a intercessão com a missão das Crianças do Agora.
Que cada Pai e Mãe entenda o magnifico privilégio de serem os Amparadores terrenos de uma criança, nestes Tempos de Mudança.

As frases em itálico são citações do livro:
“ Crianças Índigo – Novas Atitudes Pedagógicas”
Editado pela Universidade Fernando Pessoa
 
Recomendo a leitura deste livro e também do livro:
 Crianças De Hoje de Meg Blackburn Losey

Aconselho a todos, e aos Pais em especial que não entreguem a sua responsabilidade a ninguém, procurem, investiguem, partilhem com outros Pais, reúnam grupos para se inter-ajudarem, pois se os vossos filhos têm uma Missão, vocês têm a Tarefa Sagrada de os ajudarem a cumpri-la.
 
Bem Hajam,
 
Maria Adelina

Do livro: Ponte de Palavras
 
 
 

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A ALEGORIA DA CAVERNA DOS TEMPOS MODERNOS



A ALEGORIA DA CAVERNA DOS TEMPOS MODERNOS

Nos últimos tempos a atenção dos meios de comunicação social, nacionais e do mundo, virou-se para uma pequena e profunda caverna na Tailândia. É claro que não fui insensível ao desafio que aquelas crianças e o treinador viveram, mas fez-me espécie e continuo a questionar-me sobre o exagero mediático, com directos constantes,  e o foco da solidariedade colectiva que parece só emocionar-se pelos alvos que a imprensa elege e nos faz entrar pelos écrans das Tvs, Ipods, Ipads, etc… Com tantos meninos no mundo sequestrados diariamente na dor do sofrimento, causado por guerras, fome, exploração, dramas familiares, privação do mínimo essencial a uma vida digna, questiono-me a razão pela qual a imprensa elege uns e abafa outros, retirando as suas imagens dos écrans que moldam a consciência de quem se compadece, apenas, com os dramas daqueles que têm direito a horário nobre e escolhe não conhecer os dramas de outros.
No entanto, este episódio dos meninos presos na caverna na Tailândia mereceu a minha atenção como uma espécie de alegoria ou exemplo que pais, educadores, a sociedade em geral, podia aproveitar para se questionar sobre o nosso rumo colectivo e individual, retirando proveitos para a educação dos meninos que, por cá, vivem sequestrados num paradigma social e familiar, que lhes rouba a capacidade de enfrentarem e aceitarem adversidades, como algo que decorre do fluir normal da vida. O que mais tem impressionado toda agente é o facto daqueles meninos terem demonstrado serenidade e total ausência de ansiedade ou pânico perante circunstâncias tão adversas. Alguém até referiu que se este facto tivesse ocorrido no ocidente ou com meninos ocidentais, o desfecho seria certamente outro, pois não estamos a imaginar os nossos jovens a manter a serenidade e a sobreviverem tanto tempo naquelas condições de isolamento profundo, privados de tudo a que estão habituados e dão como um dado adquirido. E aqui é que me parece estar o essencial deste acontecimento, que devia merecer a atenção da comunicação social e de quem se emociona diante do écran, pois acreditando profundamente que a Lei Universal da Causa Efeito faz com que nada seja ao acaso, acredito que este acontecimento tem de ter algum significado, pretende chamar a atenção para algo ou dele podemos extrair alguma lição, encontrando aqui provavelmente a explicação para a dimensão mundial que atingiu.
As crianças e o seu treinador sobreviveram na caverna graças às técnicas de meditação que este conhece bem, do seu passado de Monge Budista. Com o recurso à meditação, as crianças focaram-se no momento presente, nas emoções desse tempo, eliminando ansiedade pela projecção de um futuro, que ainda não tinha acontecido e que podia nunca vir a acontecer, dada a dificuldade da sua situação. Mas não há Monge Budista que conseguisse implantar estas técnicas num momento tão adverso, sem duas condições essenciais: primeiro o paradigma de vida daquelas crianças, pautado por uma vivência (cultural, religiosa, social) em que a espiritualidade ou o foco em si, no seu interior, é um pilar essencial na sua educação. Se aquelas crianças na sua vida normal estivessem viciadas nas extensões tecnológicas do seu corpo, não conseguiriam sobreviver tanto tempo privadas dos telemóveis, Ipods, Ipdas, facebooks, etc…, porque estando o alimento da sua alma focado no exterior, jamais conseguiriam encontrar o foco em si pela meditação. Este episódio mostrou-nos bem as diferenças entre dois paradigmas civilizacionais: um fundado no indivíduo, em que se procura a paz, a serenidade, a satisfação de si mesmo, com o foco pessoal virado para o interior, onde nos encontramos iguais ou outro, com quem partilhamos o caminho, inspirando-nos sentimentos de compaixão, amizade, partilha; outro fundado no individualismo, em que o foco pessoal está virado para fora,  para o exterior onde procuramos a razão  da existência, o que nos leva a uma postura competitiva, egoísta, destruidora, porque tememos o outro na luta pelo domínio do que desejamos fora de nós.
A segunda condição essencial para o feliz desfecho foram os afectos daquele grupo, unidos pela amizade, solidariedade, companheirismo, confiança uns nos outros e todos no seu líder. Sim, porque há muito quem postule que o domínio da mente, seja pela meditação ou outras técnicas, é essencial ou determinante para se atingir a serenidade.  Sem dúvida! Mas a verdade é que acredito que antes da mente e do pensamento é preciso serenar o coração, para alimentar a mente com afectos. Como ouvi uma psicóloga a dizer, em jeito de comentário que passou ao de leve e sem grande interesse para o jornalista interlocutor, “Não há mente saudável sem afectos”.
Quanto à comunicação social era bom que tirasse proveito deste episódio e da visibilidade dada à meditação: convinha que em vez de se focarem na exploração do drama, insistindo em cenários prováveis e hipotéticos pelas insistentes perguntas sobre o trauma que estas crianças podem vir a sofrer no futuro, se vão ultrapassar este acontecimento, se o treinador teve culpa, se os pais vão perdoar o treinador, etc…, focassem a sua atenção no presente e explorassem as lições que podíamos tirar desta Alegoria da Caverna dos Tempos Modernos.
Quanto a nós, é mesmo premente pensarmos bem no que andamos a fazer com as nossas crianças e jovens, enquanto criamos gerações inebriadas pela festa constante dos festivais, viciadas no mundo virtual, das coisas, férias, cursos que se tem desde que os pais paguem, mesmo que se endividem para isso, incapazes de enfrentarem as adversidades que todos encontramos na vida real.

Marta Sobral


quarta-feira, 11 de julho de 2018

A todas as Crianças do Mundo - Hino de coragem, de conforto, de amor

CRIANÇA

Tu que sofres as agruras, que não escolheste, nesta vida desumana, destemperada de amor, carinho, compaixão pelo próximo…
Continuas a lutar.
Continuas a acreditar que os teus sonhos se podem concretizar.
Ninguém te pergunta se tens sede, fome, frio ou calor. Ignoram-te e simplesmente te afastam para que não estorves a sua paz oca. Para que, olhando para ti, não se obriguem a pensar nos seus actos movidos por vontades efémeras, e que, por isso mesmo, nada valem.
E é isso que eles preferem pensar: “ Nada vales, és insignificante neste mundo de gigantes”.
Mas tu, CRIANÇA, continuas a Sonhar, Acreditar que um dia algo pode mudar. E, aí, és Tu quem vai mostrar que de nada valeu ignorarem AS CRIANÇAS QUE O MUNDO VÃO MUDAR.

Maria Filomena Vieira




segunda-feira, 9 de julho de 2018

Portugal é...


Portugal é

Sem dúvida alguma
Um reino como ele só!

Entre toneladas de rock
E outras tantas de futebol
Abafou-se o pensar, o sentir
Da maioria que tenta subsistir

Do idoso que tem que escolher
Entre os remédios e o comer
Do trabalhador que baixa a fronte
Que a migalha que ganha
É o ponto alto do debate
Dos orientadores da nação
Que para eles guardaram
Cem vezes mais do que dão
Como se lhes pertencesse
A riqueza do país
Ou a vida do cidadão
Armados de decretos condenam
À miséria e ao estender a mão

Mas de ti não tenho pena
Povo de vã glória
Que deixaste esmorecer
A herança dos séculos suados
Salta e pula nas arenas do rock
Ao ritmo dos novos bobos da corte
Berra, invectiva, deixar sair a besta
Nas arenas dos craques das máfias

Em que barril flutua a tua consciência
Onde te afundaste nobre povo
Desperta agora! Ou serás em breve
Raça extinta de um reino
Que existirá apenas
Numa memória do futuro

Viriato (canalização)



segunda-feira, 2 de julho de 2018

SORRI, MAS PRINCIPALMENTE REFLECTI...


Confesso que este pequeno vídeo esteve para seguir o destino de tantos outros que me enviam, (sem abrir) dado que devo (DEVEMOS) ser rigorosa`S na escolha de dar atenção ao tanto que enche as nossas caixas de correio. E essa escolha deve ser criteriosa e atempada (não é positivo termos correio acumulado).
Mas ainda bem que a  intuição indicou que devia ser visto e recomendo, admirei a arte do titereiro, sorri, mas principalmente foi impactante perceber, basta olhar para o que decorre à nossa volta, ciclicamente, como é o caso do futebol agora, que a maior parte dos seres humanos estão em modo "marioneta"...E que o chapéu enche...e no meio da básica sobrevivência da maioria, das indignas condições de saúde da maioria, da manifestada falta de meios (a todos os níveis) de educação escolar e verdadeira cultura (a todos os níveis), basta apenas darem a hipnótica música...e ninguém repara que é comandado, ninguém repara quem recolhe o chapéu...

MANIFESTO A MINHA INTENÇÃO  ACREDITO E ESCOLHO
A PROFUNDA MUDANÇA E ELEVAÇÃO DESTA PÁTRIA COM RESPONSABILIDADE ACRESCIDA NA GÉNESE DA SUA CRIAÇÃO