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domingo, 20 de janeiro de 2019

“Criança não namora”




“Criança não namora”

Congratulei-me ao descobrir esta campanha na página duma pessoa amiga. Voltemos a nossa atenção por momentos para as consequências da erotização das crianças.
Por um lado, a criança (em que as meninas são as maiores vítimas) precocemente confrontadas com a postura erótica perdem a capacidade instintiva de defesa contra o abuso, dado que não conseguem ainda fazer a distinção entre posturas afectivas e posturas abusivas.
Por outro lado, a auto-estima natural é profundamente abalada numa idade crítica ao aperceber-se que “fantasiada” com roupas provocantes, maquilhada, com poses de adulta, se torna mais apreciada, e é mais elogiada pela sua beleza. Obviamente que o confronto interno nasce ao aperceber-se que não a elogiam a ela no seu formato natural mas à máscara que usa. E isto faz parte da permissividade educativa de muitas famílias em todo o mundo.
São chocantes os concursos de beleza de meninas (numa faixa etária abaixo dos dez anos) tão divulgados em alguns países como os Estados Unidos por exemplo em que se promove um ser puro, indefeso, à montra da mais abjecta vaidade, competitividade, e as tornam em objectos de disputa, de desejo, no mais básico desrespeito pelo direito, a serem crianças. O mais horrendo desta realidade é que são as próprias mães que as incentivam, as formatam, em bonecas de palco.
São chocantes as notícias que nos chegam de países onde a prática de casamentos de homens adultos com meninas são considerados normais, é caso para nos questionarmos o porque das organizações mundiais não tomarem as devidas medidas, é caso para nos perguntarmos o porque destas “tradições” aberrantes ainda existirem.
Mas ainda que aparentemente distanciados de qualquer destas realidades, e como é hábito, apelo à conscientização de que não somos isentos da responsabilidade dos acontecimentos que grassam pelo planeta. O poder que nos assiste para promover a mudança, assenta na convicção do sentir que demos exemplo, que fizemos e demos o nosso melhor no nosso habitat pessoal e social. E para isso, como para tantas outras coisas requer-se acção, soluções activas, individuais ou grupais mas que não deixem dúvidas daquilo que não queremos.
Por exemplo, que nenhum condomínio autorize que em prédios de habitação sejam permitidas as Sex Shop`s, onde as crianças são forçadas à promiscuidade de convívio com locais onde se vende a sexualidade e o erotismo nas suas mais degradantes vertentes.
Por exemplo, que cada família se abstenha de adquirir os jornais e as revistas onde a venda de sexo é exposta e ocupa quantas vezes a maior parte do conteúdo dos referidos jornais.
Por exemplo, que cada autarca de cada cidade, vila ou freguesia crie campanhas de sensibilização para conter a proliferação das bancadas onde este material com conteúdos pornográficos esteja completamente acessível às crianças e jovens, principalmente junto das escolas.
Por exemplo, que as mesmas entidades e associações de cariz social, promovam uma séria abordagem à educação sexual que passa essencialmente pela família e não pela escola, onde os professores são na sua larga maioria totalmente despreparados para ensinarem algo tão complexo quer no plano físico quer no metafísico.
Mas principalmente, que os pais, a família, tenham uma atenção constante ao que as crianças consomem via televisão e internet, quantas vezes sub-liminarmente nos chamados programas infantis. Tal como escolhem os melhores alimentos para os filhos e não lhes dão veneno, assim mesmo é premente a escolha dos conteúdos dos invasores que se apossaram dos lares. É preciso estar presente, inteiramente presentes.
Deixo-vos com as sábias palavras de Miguel Torga:

“Só há três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se pode atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo. Em todos esses casos a pessoa está indefesa.”

Miguel Torga



Maria Adelina


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