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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Hoje orgulhei-me




Hoje orgulhei-me

Contrariando as directrizes das forças políticas nacionais cuja actuação, (com o consentimento de todos nós) tem sido inominável em quase todos os aspectos sociais, hoje orgulhei-me de ser portuguesa ao saber que a notícia mais badalada dos pasquins da imprensa cor-de-rosa (e não só) não teria sido possível acontecer em Portugal.
O acontecimento é como já devem ter calculado o facto de um “Craque” ter recorrido (uma vez mais) à compra dos serviços de aluguer do útero duma qualquer mulher para ali depositar a sua “semente” e que este útero gerou dois seres que serão filhos dele.
Estas duas crianças não são filhas de um “deus da bola” elas são, tal como todas as crianças, filhas de Deus (Fonte Criadora) cuja ética arremessamos daqui para ali conforme a conveniência de momento, ou o estado hipnótico a que vão chegando a maioria dos pessoas.
Dentre as possíveis razões que levam alguém a adquirir filhos por encomenda, ocorrem-me…
-Será um plano da poderosa máfia do dito “desporto” para a criação de superdotados para chutar bolas por via da genética contributiva do esperma?
-Será por incapacidade reprodutiva, ou de relacionamento emocional natural do cliente que encomenda uma criança?
- Será já uma mostra daquilo que nos conduz ao pior panorama do futuro, que o dinheiro (realmente) tudo compra e aliena, até a consciência humana?
No meio da alargada divulgação da manchete do dia, procurei ingloriamente uma palavra de algum jornalista, de algum comentarista…que nos lembrasse que além dos Laços Sagrados que unem um Filho a sua Mãe, outra condição não menos gravosa é a promoção da mulher a “galinha poedeira” pela promoção das barrigas de aluguer, no mais blasfemo ataque contra o feminino naquilo que ele tem de mais sagrado ou seja a sua capacidade de concepção. Mas mais ainda, que nos lembrasse da existência (há mais de 50 anos e reconhecida por centenas de países) da Declaração Universal dos Direitos da Criança, cujo conteúdo é abalroado por esta prática.
Por favor…despertemos…de que sanidade ou equilíbrio emocional, poderá usufruir um jovem adulto ao saber que foi gerado por uma mulher por um valor monetário, como se de qualquer objecto de uso comum - que não lhe permitiram usufruir dos laços mais marcantes da infância – que lhe roubaram o direito de ser igual aos outros logo na concepção – que lhe imprimiram o estigma da diferença como se de um qualquer projecto utilitário se tratasse - que os tornam o resultado de uma outra, e bem disfarçada, forma de exploração.
Sim, senti orgulho em saber que as leis portuguesas ainda salvaguardam os direitos dos Seres nascidos e a nascer, que os protegem de algo que atraiçoa todos os fundamentos do que deve ser a função mais sagrada da consciência humana.

Maria Adelina de Jesus Lopes



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