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quinta-feira, 23 de junho de 2016




O Ego e a Alma 

É verdade. Já tanto se falou sobre o ego e tanto ainda há para se falar. O ego é um sistema criado para a defesa da sobrevivência. Não se alterou muito desde a pré-história. A sua função é basicamente garantir alimentação, abrigo e reprodução. A função do ego é a de fazer -nos ir caçar javalis, arranjar um tecto e um cobertor, e garantir a perpetuação da espécie. E tem toda a liberdade de acção dentro da nossa mente, para que estas funções sejam asseguradas. Ele pode impor-nos raiva, revolta, vitimização, pode dar -nos argumentos lógicos - mesmo que nós saibamos que não são assim tão lógicos - para nos convencer que estas três funções são a prioridade da nossa vida. Comer, abrigar -se e reproduzir. Não necessariamente nesta ordem. E a coisa tem funcionado bem até agora.
A questão é que já não estamos na pré-história. A energia do ser humano está a evoluir. Está a subir de frequência vibratória. E quando uma pessoa eleva a sua frequência, começa a conseguir compreender a importância de outro tipo de coisas, tais como ser feliz, realizar os seus sonhos, cumprir a sua missão na Terra e elevar a sua energia, de modo a ter uma vida em Luz... cá em baixo. E todos estes conceitos tão subtis fazem parte de um outro universo. O universo da Alma. Então estamos perante um dilema cósmico. O ser humano já evoluiu tanto que já compreende as questões inerentes à Alma, mas ainda não sabe onde ela está nem como se manifesta.
A Alma é a nossa mais alta energia. Tem um universo próprio, que reside no nosso sistema energético. Raramente interage com o universo da matéria, mas quando autorizamos que tal aconteça dá-se o êxtase. O êxtase é um choque de universos, em que o corpo recebe uma descarga de Luz. Normalmente acontece em Meditação. Hoje posso garantir que cada um dos êxtases que tive nas minhas meditações ajudaram a elevar a minha frequência vibratória, acederam ao núcleo das minhas células e alteraram o meu ADN. Eu não sou a mesma pessoa que era. Não sou mesmo.
A nossa Alma quer amor, ela sabe que todos somos energia, que viemos todos do mesmo lugar. Como ouvi um dia e acredito, "somos poeira estelar". É que lá no mais íntimo de cada um de nós, sabemos que não somos separados, nem uns dos outros, nem da natureza, nem mesmo do resto do Universo. Sofremos quando outro ser humano sofre, arrepiamo-nos quando a Terra devolve com destruição todo o mal que lhe fazemos e somos capazes de parar tudo para ir salvar um gatinho preso nos escombros. Quem chora quando vemos homens a assassinar animais por puro prazer? É a nossa Alma.
Quem pede pelo fim das guerras e anseia que finalmente a paz se estabeleça? A nossa Alma. No pólo oposto, quem é que assassina animais por puro prazer? Quem faz as guerras? Quem rejeita a paz? O nosso ego. O ego considera que somos feitos de matéria, não de energia. Por isso ele considera o que vê. Homens separados de homens, da natureza do Universo. Então se somos separados, podemos matar, violar, agredir. Não nos toca. Só pode ganhar um. Uma das funções do ego é a de garantir a sobrevivência. Inclusive através da negação da dor. Se numa outra vida morremos afogados, por exemplo, qualquer aproximação ao mar faz tocar a campainha do perigo:
- "Vais morrer!"
- "Ir nadar? Nunca!"
e o ego envia sinais urgentes sob a forma de medo, ataques de pânico ou de ansiedade.
- "Se ali dói, não vamos para ali, porque dor é sinónimo de morte, e tu tens que sobreviver. Se ali dói, vamos para outro lugar."
De preferência, para o lugar oposto. E o ser aprende a fugir da dor. Vezes e vezes sem conta. E assim se criam os padrões. De tanto fugir da dor e de ir para o oposto desta, cria -se um padrão repetitivo de comportamento. Vai -se alimentando a tão conhecida caixinha de soluções - sempre as mesmas soluções - que o ego utiliza para resolver os problemas. E mesmo que essas velhas soluções não resolvam os problemas, o ego não verga.
- "Correste pouco!", diz.
- "Esforçaste -te pouco!"
e lá vamos nós correr mais um bocadinho na direcção pré-histórica que nos irá render, no melhor dos casos, mais um javali. Nunca, jamais, um êxtase.
Já Einstein dizia:
- "Demência é fazer sempre as mesmas coisas à espera de resultados diferentes."
Só depois de uma profunda compreensão do que é o ego e de como ele tenta boicotar as manifestações da nossa Alma é que estamos preparados para o começar a trabalhar. E só quando entendemos que o nosso sistema mental é dominado por este é que compreendemos porque é que a nossa cabeça não para. Porque é que não relaxa. Porque se parar, se relaxar, vamos aceder à nossa Alma, um portal proibido, um universo novo onde moram todos os sentimentos nobres que são dados a experienciar ao novo homem, mais evoluído.
Mas se nos abandonarmos a esses sentimentos nobres, podemos afastar-nos da tríade da sobrevivência: comida, tecto e reprodução. Como resolver?
Através de uma das grandes Leis Universais: Harmonização dos opostos.
Por isso é que a experiência na matéria é tão difícil. Por causa da harmonização. Não se trata de aniquilar o ego. Assim seria fácil. Era só fazer um voto, um compromisso de não utilizar mais o ego na minha vida. Pronto.
Mas não é isso que está a ser pedido. O ser humano deverá aprender a utilizar o seu ego sem se deixar dominar por ele. Deverá saber quando é que o ego é adequado e quando é que ele se deverá retirar e deixar a Alma manifestar -se. Porque enquanto o ego é o responsável pela nossa estada na Terra, a nossa Alma é a responsável pela nossa evolução, para que não tenhamos que encarnar sempre e sempre para aprender as mesmas lições. E a harmonização destes dois opostos é talvez uma das tarefas mais difíceis das experiências da matéria. Porque sempre que pender para um dos lados o resultado será catastrófico. Pelo contrário, se o homem conseguir harmonizar os dois, um grande caminho de Luz se abre e ele pode finalmente caminhar rumo à evolução.

Alexandra Solnado

in "Conexão - O que Jesus me ensinou" 


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