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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Síndrome de Estocolmo






A Síndrome de Estocolmo saltou dos tratados da psicologia para o comum dos nossos dias, vale conhecer e aprofundar pois é mais comum do que pensamos.
Na área social temos inúmeros exemplos em que na mais estática passividade se aceitam as directrizes de estado cujo teor não contém qualquer benefício para os atingidos, no entanto são recebidas e cumpridas numa extraordinária e preocupante passividade robótica.
Noutra área bem actual vemos crianças e jovens que se agregam aos terroristas que massacram os seus próprios povos.
Mas é nos campos sociais ditos normais que devemos debruçar a atenção para a pesada herança composta pelos estigmas de crianças e jovens que vivem estas experiências nas suas ainda tão jovens vidas.
Como sabemos existe um amplo espectro de tipos de abuso além daquele que é mais conhecido e aberrante que é o abuso sexual por ser mais facilmente detectado. Mas outros existem de profunda gravidade, estes outros mais focados nos campos psico/emocional. 
Alguns tão perfeitamente enquadrados e disfarçados que se tornam difíceis de identificar, no entanto, todos eles são danosos, e abalam os alicerces de personalidades em formação, fracturando irremediavelmente o equilíbrio psíquico das vitimas e por vezes de outros membros da família.
A síndrome prevalece não por que o/a jovem se sinta bem nessa vivência mas tão simplesmente porque não sabe como sair dela, sente-a e sente-se reprovado socialmente e por instinto de defesa cria empatia com a situação e com o causador da mesma.
Uma das repercussões destas vivências será a dificuldade de manter laços em relacionamentos duradouros no futuro, o que obviamente levará a profundas desarmonias emocionais, falta de auto-estima, desajustes sociais, com a consequente tendência depressiva/obsessiva. Terão ainda grande dificuldade em confiarem noutras pessoas, além de que a maturidade trará mágoa e rejeição para com o causador do abuso, o que acarretará pesado fardo cármico para ambos. Outra repercussão são as estatísticas que apontam para que os comportamentos se repitam, ou seja, por larga maioria aquele que foi vítima de qualquer tipo de abuso poderá reactivar o ciclo com comportamentos semelhantes.
No que refere ao abusador, este por norma debate-se com dificuldade de compreensão ou aceitação duma ética social e espiritual o que o induz a um comportamento compulsivo/obsessivo do qual retira proventos duma doentia satisfação do ego pela manipulação e ascendência que assume perante mentes mais frágeis e imaturas.
Sendo ainda comum que estas situações ocorrem dentro dos círculos mais próximos, impõe-se uma crescente atenção dos educadores e da família alargada sobre os “sintomas” que quase sempre são detectáveis nestes jovens, pois estes sintomas mais não são que inconscientes pedidos de auxílio.
Sendo um dos tabus da sociedade, é premente a coragem para o alerta e supressão do que  deve ser considerado um dos mais graves crimes sociais. Sejamos presentes, atentos ao futuro, ou seja às crianças e jovens.

Maria Adelina





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