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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015





          


            Saudade









Ao amanhecer, faça chuva ou faça sol o chilreio insistente fez-me olhar a arvorezinha singela que ali bem defronte da minha janela, se tornou assistente (ou motivação) privilegiada da minha inspiração
E lá estavam elas, as avezinhas… melros, rolas, passarinhos, numa miscelânea de formas e feitios, como sempre, fitavam a janela.
Saudei-os, e os pios intensificaram-se, balouçaram os ramos numa dança concertada, distenderam as asas com graça e rumaram à descoberta das cores deste dia.
E em mim, a palavra surgiu, saudade…sentimento que conforme a pessoa que o emite, é muitas vezes expresso por outras palavras ou expressões…
A nossa Alma faz o percurso da descoberta pela experiência, pelas vivências, e de cada uma retira a pérola, única no seu valor, componente da jóia final do nosso percurso de vida.
Sentimos saudade daquilo que já fizemos, mas se já fizemos, porquê sentir saudade?
É que “saudade”, por vezes vem de longe, de paragens que os sentidos comuns não conseguem ainda aceder, ligações energéticas profundas trazem aquela saudade indefinida de um tempo algures no tempo que gostaríamos de reviver.
Pelo menos uma certeza move a nossa alma, e que é a sua razão de existência, é a necessidade da vivência, mas a alma tem memória, e aí, como um perfume mais ou menos intenso, instala-se a saudade.
Nestes casos devemos entregar, consagrar, todas as experiências vividas e acolher a paz interior que toda compreensão acarreta.
Quando o Amor Superior inunda todos os campos do ser integral, então, e só então,  podemos despedir a saudade.
Os pássaros voltaram…numa alegria contagiante dão graças pela vida nova que cada novo dia lhes concede…sem saudade…



Maria Adelina de Jesus Lopes






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