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sábado, 11 de outubro de 2014

Mestre Omraam e a Poesia



VIVEI NA POESIA

Quer se ande nas ruas, nas lojas, no metro ou nas estações de comboio, só se vê rostos sem brilho, fechados, inexpressivos! Será normal que os humanos manifestem tão pouca alegria por se encontrarem e que inflijam uns aos outros um espectáculo tão prosaico? Por que não se mostram eles mais calorosos, mais expressivos, mais sorridentes, mais vivos?
Mesmo que não se tenha qualquer razão para estar triste ou aborrecido, basta encontrá-los para se ser influenciado, e então chega-se ao trabalho ou regressa-se a casa de mau humor, deprimido, e comunica-se este estado aos colegas ou à família. Eis a vida deplorável que os humanos estão continuamente a criar uns aos outros.
Pensais que não é importante apresentar a todos aqueles que encontrais um rosto aberto, amistoso, fraterno? Mas é isso a verdadeira poesia. Para se ser verdadeiramente poeta, não basta escrever versos. O verdadeiro poeta é aquele que cria a poesia na sua própria vida esforçando-se por introduzir nela a pureza, a luz, o amor, a alegria.
Alguns dirão: «Mas como se pode sorrir, como se pode ser alegre, quando se pensa em todas as tragédias que se abatem sobre a humanidade? E todos esses infelizes que se encontra nas ruas!…» Ah! E pensais que eles se sentirão melhor por vos verem com uma cara de palmo? É certo que é preciso fazer qualquer coisa pelos infelizes. Mas se vós, que não tendes de sofrer privações, doenças ou perseguições, vos passeais com uma cara lamentável, de que valerá isso?
Para ajudar os outros, é preciso começar ao menos por lhes apresentar um rosto aberto, sorridente.
Sim, aquilo de que se gosta nos seres e que se procura neles é a poesia: algo de leve, de luminoso, que se tem necessidade de olhar, de sentir, de respirar, algo que apazigua, que harmoniza, que inspira… Por que é que as pessoas nunca se preocupam com a impressão desagradável que produzem nos outros? Elas têm um ar baço, andam rabugentas, de lábios cerrados e sobrolho carregado, e, mesmo que tentem melhorar a sua aparência por todo o tipo de meios, a sua vida interior, prosaica, vulgar, está sempre a transparecer.
O maior segredo, o método mais eficaz, é o amor, o amor que harmoniza, que ilumina o vosso rosto e todo o vosso ser interior.
Quando saís de vossa casa no começo do dia, pensai em saudar todas as criaturas dos mundos visível e invisível. Vereis que depois, ao longo de todo o dia, sentir-vos-eis na poesia, porque tereis enviado o vosso amor e de todas as regiões do espaço o amor voltará a vós multiplicado.
Há tantas coisas que se pode fazer para tornar a vida bela e poética! É preciso também não se deixar monopolizar demasiado pelas preocupações e questões materiais e guardar um pouco de tempo e de energias para dedicar a todas as actividades que darão sentido à vossa existência.
Os humanos ainda não compreenderam nada: falam de amor, querem ser amados, mas permanecem fechados, baços… prosaicos! Eles não sabem como viver essa vida poética graças à qual serão amados. Se fossem mais inteligentes, compreenderiam até que ponto essa atitude é deplorável para eles e para os outros.
Procurai tornar-vos cada dia mais vivos. Reside aí a salvação para vós mesmos e para os outros. E tornar-vos mais vivos significa dar a vossa luz e o vosso calor. Sim, é um exercício a fazer para sair um pouco de si próprio, desse estado de estagnação tão prosaico: aprender a manter conscientemente em si um estado de poesia.
É tão agradável encontrar uma criatura na qual se sente que tudo é animado, luminoso! Gosta-se de uma árvore porque ela tem frutos, gosta-se de uma nascente porque a água jorra cantando, gosta-se das flores porque elas têm cores e perfumes; da mesma forma, gosta-se das criaturas que se abrem para dar algo de claro, de luminoso, de perfumado, de melodioso. Então, aprendei a cultivar em vós esse estado de esplendor, de irradiação. Habituai-vos a sorrir, a olhar com amor, a arrancar do vosso coração algumas partículas vivas para as enviar aos outros… e quem se sentirá mais feliz sereis vós! 


Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov.

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