Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Um profundo sentimento de gratidão por todos e cada um - Reflexões de fim de ano







Que Luz trago à vida e aos outros?








 “O que traz Luz à tua vida” tornou-se num maravilhoso grãozinho de areia daqueles que na ostra estimulam o nácar.
Dia após dia senti o crescendo da necessidade da reflexão pessoal mas invertendo a perspectiva da questão, mergulhando na personalidade, reconhecer acções ou a falta delas, avaliar motivações ou rejeições.
O que traz Luz à minha vida é sem dúvida alguma o Conhecimento. Nascemos “cegos” mas não desprovidos, isto é, todo o potencial de conhecimento universal reside adormecido no nosso ADN esperando apenas o toque da alvorada, do despertar, que vem pela intencionalidade e foco na mudança, independentemente das circunstâncias que rodeiam e permeiam a vida de cada um.
Na genuína intenção desta reflexão perguntei-me depois o que faço com esse conhecimento que gota a gota emerge pelo trabalho da redescoberta, experienciado, vívido, na bancada laboratorial e alquímica que é a vida.
Retenho por segundos a lembrança da generalizada ilusão de que são os outros que nos devem dar luz, sorrio para esse passado distante e solto a lembrança da ilusão transcendida.
Rodam os pensamentos, abeira-se a estrutura familiar, a pequena e a grande. A pequena é a que por laços cármicos continuados estamos ligados, a que chamamos família biológica. E pergunto-me que Luz (a minha) expandi ou contraí, doei ou soneguei, nos estados mais comuns entre famílias que são:

- o medo/o apego que é geralmente confundido com amor/o domínio/a dependência/o conformismo

Perguntei-me e simultaneamente curei, todas as oportunidades que desperdicei ao não escutar a razão dos mais velhos ou dos mais novos – ou no formato “comodidade” atender aos caprichos e birras dos filhos – ou no formato “ansiedade” temer não ser boa mãe e calar a intuição – ou no formato “socialmente correcto” não impor a disciplina devida para não macular a “harmonia” familiar – ou no formato “medo” exonerar o magistério sagrado de mãe (ou de um pai) que é a orientação pelos valores humanísticos da nossa estatura consciencial.
Curadas as dúvidas, não sei nem interessa saber que potencial de Luz usei, mas outras coisas sei: aos meus pais respeitei, fui e sou presente, totalmente, nas limitações que a idade e a saúde impuseram – nos filhos que dei à luz, vejo pessoas maravilhosas, independentes, a quem me liga um amor profundo baseado no respeito, na colaboração quando necessária, e na exposição da Luz que fomento (sem medos ou preconceitos) com certeza que aos filhos dos meus filhos, Luz acrescida de Luz, chegará.
O desdobramento do restrito núcleo biológico é essencial à formação, é o plantar sementes de altruísmo, é a fórmula de desmontar o egocentrismo tão patente em crianças e jovens. Hábitos fraternos, compassivos, abertos, são aprendidos pelo exemplo (Luz) dos pais.
Na tela, aparece agora a família grande, aquela que valiosamente vamos acrescentando de membros que povoam as dimensões da nossa vida e que se atraem mutuamente por ligações cármicas ainda em resolução, e também por opção de grandes e generosas almas que se voluntariaram (por amor) a serem o contraponto, o apoio, o estímulo, do nosso caminho evolutivo.
Estas, e porque não nos liga a obrigatoriedade pedagógica, tornam-se elas próprias um caminho de Luz com quem vamos ensaiando os passos desta dança cósmica, em que tenho sempre presente com naturalidade adquirida, as partilhas dos frutos da nossa árvore, pois só assim compartidos amadurecem, ganham cor e Luz, alimento para todos nós.
Que Luz trago à vida e aos outros? Aquela que a minha consciência contém quando presente, desperta, atenta, momento a momento, nas ínfimas acções de cada dia, quando pela constância e trabalho adquiro auto-conhecimento pela via do Conhecimento, assim e só assim me torno (ou qualquer ser se torna) a pá do moinho que gera a Luz universal.

O meu mais profundo abraço de gratidão a todos os maravilhosos seres com quem tenho a honra de partilhar este espaço/tempo.


Maria Adelina





sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Família é um micro modelo de sociedade.





Família é um micro modelo de sociedade.

Como se neste formato os humanos se agrupassem regulamentados sobretudo nos laços sanguíneos, como se fosse a primeira escola, para uma forma de se encontrar métodos de desenvolvimento do grupo mais eficazes. Começando normalmente no pai e na mãe que constituem o núcleo mais activo de uma família, iniciam estes o processo de se dirigirem numa direcção diferente da que naturalmente seguiriam, se estivessem sós. Tem que encontrar dentro de si mesmos os mecanismos de cativação necessários para que se sintam bem e se mantenha viva a chama da atracção, nas coisas do dia-a-dia, descobertas, prazeres, protecção e até rituais.
Rituais que se estabelecem em alianças intimas e quase exclusivas deste par. Depois surgem os filhos, cada um com sua própria personalidade latente e no desenrolar dos anos, cada vez mais afirmada. Aqui as regras são semelhantes, só que ainda é exigido mais para que se mantenha e expanda a atracção para dentro do grupo (centrípeta).
Estabelecem-se novas regras adaptadas às características e aos sexos dos novos membros, sempre com um esforço natural para se equipararem ao máximo os direitos de cada um, ainda que com funções diferenciadas. Assim se desenvolve o grupo, regido primeiramente pela energia animal, sexual, primária, instintiva… Ao desenvolver-se e pela complexidade do grupo que agora se alarga a novos membros e personalidades, inicia um processo de refinamento ao nível das reacções, dos sentimentos.
Começam a surgir novos atributos que se procuram também adaptar às necessidades dos seus elementos, no fundo às necessidades dos tempos. Muito generalizadamente assim chegamos aos dias de hoje, esta imensa massa humana que prevalece espalhada pelo globo, sendo o modelo no Ocidente e na maior parte dos países esta família primeira, que sofrendo as mutações características do seu desenvolver pelo plano chegou ao que somos hoje, países, nações, religiões, etc.
Depois deste passeio pelas palavras e pelas ideias, desejo é focar o início de um potencial ciclo humano que representa cada uma das nossas próprias famílias, lá em casa... A importância que representam as nossas relações com os nossos pais, os nossos irmãos e os nossos filhos, todos obviamente diferentes mas todos obviamente unidos pelo sangue e por uma energia menos óbvia mas ainda mais marcante nas nossas vidas, a energia do amor espiritual ou psicológico se assim quisermos, que une os seus membros. Acredito não ser possível mudar a face do mundo, sem primeiro se mudar a nossa face. Acredito não ser possível ver os resultados que se desejam nas ruas, sem se iniciar o processo da face interior das ruas, que são as nossas casas.
Sem estarmos de verdade interessados em cultivar em nossos hábitos diários, a honestidade, a humildade, a cooperação necessária para com os nossos irmãos, jamais conseguiremos estabilizar verdadeiramente as nossas vidas ”lá fora”, profissionalmente ou com os amigos, ou com os vizinhos, etc. Enquanto não conseguir o homem manifestar sua energia vital sem arrogância, enquanto não purificar, limpar, descorromper suas relações, enquanto não for transparente e fraterno, enquanto for preguiçoso e não se envolver com seus familiares caridosamente para que o grupo passe melhor, enquanto não combater seus vícios violentos, não adianta muito fundar novos núcleos familiares fora do seu próprio núcleo, pois por força de razão “se não conseguiu encontrar o fruto no seu quintal por não haver semeado, ainda que o encontre em terreno alheio, aquele primeiro sempre lhe será devido. Paz a todos.

Luís Filipe


segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Matrimónio Sagrado (Hieros Gamos)






O Matrimónio Sagrado (Hieros Gamos)


Para término da série de textos sobre o Amor postados este mês, pequenas abordagens aos “Mistérios” para iniciados, partilho uma reflexão sobre o Matrimónio Sagrado  entre um Homem e uma Mulher (note-se que a palavra Matrimónio é aqui considerada como um Compromisso de Alma e não como um contrato) ou seja é  abrangente a todos aqueles que constroem esse compromisso, sejam ou não casados pela lei dos homens. É também uma homenagem a todos que neste período planetário (onde a escuridão tenta destruir todo o painel de valores da nossa génese) se mantêm lúcidos e corajosos na defesa e assimilação do respeito pelo conceito “Matrimónio”, ou seja a união entre o Sagrado Masculino e o Sagrado Feminino.

Deus/Deusa – Sacerdote/Sacerdotisa – Homem/Mulher – pela fusão de todas as dimensões dos seus seres, procuravam pela interacção dos opostos, os caminhos da ascensão.
Era este um ritual habitual nas Ordens Ocultas e nas elites de muitas civilizações.
Hoje, ainda que pouco conhecido e menos ainda praticado (devido às pseudo - exigências da vida) continua a ser uma das vias do conhecimento. Em que pela união dos seus campos dimensionais desde o físico ao espiritual, o casal cumpre a tarefa primordial da sua escolha de vida, que é, elevar a sua união a Matrimónio Sagrado.
Ainda que interdependentes, essa mútua elevação é trampolim para alcançarem altos níveis de gnose. São ainda abençoados com a mais-valia de criadores de uma família, que geneticamente absorve já fluidos de expansão consciencial.
São pedras basilares na continuidade dos canais da Luz.
Outras sendas existem, e para alguns níveis de consciência, o “Hieros Gamos” é hoje reconhecido e aplicado de forma individual.
Existe um Masculino Divino e um Feminino Divino acessíveis dentro de cada pessoa. Esta energia, quando ligada plenamente na vida de alguém, cria a totalidade e o equilíbrio.
O cérebro lógico esquerdo e o cérebro direito intuitivo, unem-se pelo coração.
Ambos, simbolizando Deus e Deusa são as expressões da polaridade que permitem que o UNO se manifeste no universo... São os dois lados de uma mesma moeda... as duas faces do Todo, na sua divisão primeira que, ao se bipartir, criou o princípio Masculino e o princípio Feminino, o Yin e o Yang, o Homem e a Mulher.
Neste patamar de consciência, ainda em número muito limitado, as pessoas tornam-se autónomas emocionalmente. Ainda encarnadas, conseguem sublimar as necessidades instintivas do corpo físico e as ferramentas de crescimento do corpo astral/emocional.
Elevam a sexualidade a uma prática plena e expansiva da consciência, imprimindo na alma a preciosa jóia, veículo de transcendência do protótipo humano.
Fazem o seu percurso evolutivo baseado no autoconhecimento da sua dualidade, na pesquisa do seu Eu, que os conduza a essa outra vertente do Matrimónio Sagrado.
Estes seres têm a mais-valia de fazerem um percurso individual ou colectivo, libertos, sem outra dependência que a sua procura interior. São precursores de uma vindoura raça raiz.

Maria Adelina

Aos interessados neste tema recomendo o livro :
O MASCULINO E O FEMININO, princípios da criação
de Aïvanhov, Omraam Mikhaël
De Publicações Maitreya


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Que espécie de amor?...





Que espécie de amor?...






Sempre foi importante, mas mais que nunca o amor é pedra basilar no ancoramento e reconstrução de uma nova sociedade. A sinergia fomentada pelo amor é uma das forças mais poderosas do Universo. Para isto, a condição fundamental é a veracidade (verdade interior).
Vivemos tempos de profundas mudanças que derrubam tudo aquilo que não esteja alicerçado na autenticidade, sem as amarras da competitividade, do orgulho, facetas sempre estimuladas pelo ego. Neste âmbito muitas questões se colocam e todas são pertinentes.
A veracidade e a consequente autenticidade na actuação dentro duma relação estreita, é muito mais que “uma verdade”, é a verdade da nossa alma, aquela que deve ter o efeito do crescimento, da expansão, da elevação.
Toda envolvência destrutiva ou limitativa que nos possa rodear deve ser transposta (leia-se compreendida) e assim, aceite ou não, poderá ser transcendida numa fórmula onde não falte a pacificação interior.
Na maior parte dos casos de incompatibilidade nas relações, as causas não tem a ver com o outro, mas com cada um que dentro de si próprios as cria; e como pássaros cegos voam em círculos na esperança que outras pessoas lhes indiquem uma direcção.
Vulgariza-se assim o vocábulo “amor” por via do que na realidade é um pedido de socorro “não sei quem sou, o que quero, ou para onde vou” , lembremos que não se pode amar a outrem sem antes se ser amor em si, e por si mesmo. Esta é uma das razões fundamentais da estagnação no avanço consciencial das pessoas e dos relacionamentos:
- Nada justifica a continuidade de relacionamentos baseados em desamor,  dependência, ou medos
Como também:
- Nada justifica o fim de relacionamentos onde a Centelha Divina dessa união existiu, e que foi extinta pela inércia, falta de comunicação, compreensão, comodismo, egos exacerbados.
Relações, (todas elas) são uma construção inacabada, sempre em expansão, dado que o crescimento individual tem uma dinâmica constante e interactiva com o meio, e as pessoas amadas.
Ainda no âmbito do relacionamento homem/mulher, quantos “graus” de amor existem? Contrariamente à crença romântica do conceito das Almas Gémeas, a maior parte dos casais são Almas Companheiras, com uma missão comum de reequilíbrio cármico que envolve todos os membros da sua família biológica e entre várias gerações.
E Almas Gémeas pensarão alguns? Sim existem! Mas este conceito deve ser clareado, o encontro e a vivência com uma alma gémea é um período de grande crescimento consciencial, pois servem de alavanca para o despertar mútuo. Acontecem com o propósito de desbloqueio, de mexer os aspectos estagnados da vida de ambos.
Sejam amigos/as, colegas, familiares, companheiros/as, podemos ter a certeza que são sempre missões de amor aquelas que nos levam a aproximar-nos de uma alma gémea, ou que a trazem até nós.
Note-se que quando refiro “missões de amor” não significa que sejam relações fáceis. Bem pelo contrário, por norma, são vivências de grande conflito, pois são as ferramentas usadas pelo Universo para nos reconduzir ao Caminho.
Aí reside precisamente o amor incondicional de alguns espíritos que nos planos subtis se voluntariam para promoverem o crescimento evolutivo de seus afins, em condições que podem gerar sofrimento mútuo.
Todos os Seres com quem partilhamos algo ao longo da nossa vida, são pedrinhas da calçada do nosso Caminho.
Nestes maravilhosos tempos de mudança abrindo-nos ao amor, ao perdão, à serenidade plena, promovemos o reencontro com a nossa Família de Almas e à estabilidade do cosmos.



A. (Maria Adelina)


sábado, 8 de dezembro de 2018

Esmiuçar o Amor (ciclo sobre o tema Amor)




Esmiuçar o Amor

Tudo, mas tudo o que emitimos, são eflúvios de amor em variados graus. O próprio facto de existir e vivenciar uma encarnação é um acto de amor cuja meta, é que o amor se sublime a si próprio
- O tempo que passou, onde o encontrar, senão nos momentos em que o coração exultou de amor
- As memórias mais sagradas são aguarelas renascidas dos picos da vida onde o amor campeava
- As vozes que em sussurros apelam à quietude e à esperança, sopro de vida e calor, de onde provêm…senão dum seio repleto de amor
- Os sonhos, que nos serenam e moldam, são jangadas de orvalho cuja vela é o amor, que singra as rotas almejadas
- O amor que expressamos é uma carta sem destino que o céu recebe e amplia em cascatas de luz para toda a humanidade
- É fio de ouro que embebe a Alma, é o arco-íris dos desamparados, a soma final do muito que somos além de nós
- É emoção sadia que cura e sacia, é força motriz que eleva e redime, santo, livre, rio prateado da nascente universal
Amor é Luz que não se extingue, sem futuro ou passado, apenas o presente pelas eras estendido, tal qual são também, os meios de expansão da Omnipresente e Omnipotente Consciência Divina em Nós, quando o amor se torna Amor...

Que 2019 seja o ano da percepção do que é o Amor

A.



sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

“Amo-te, logo sou livre e tu também” (ciclo sobre o tema Amor)





“Amo-te, logo sou livre e tu também”

Entre voltas e voltas pelos labirintos do amor lá volta o ensejo,  para reflectir sobre o Amor,  na versão do amor a dois.
“Amo-te, logo sou livre e tu também”, esta é a ideia propulsora deste sentir.
Por diversas vezes temos falado do amor real, aquele que não se baseia em qualquer tipo de dependência ou necessidade. Continua no entanto, a ser uma fórmula incompreensível para quase todos.
- Amor/Desejo, Amor/Vontade,  Amor/Carência, Amor/Domínio –
Estas são ainda as receitas que a maioria usa… Ama-se, porque se precisa do outro, seja lá para o que for… São estas, as facetas que revestem os relacionamentos. 
Daí deriva o chamado sofrimento por amor.
A graduação do amor não é uniforme, nem uma competição. Cada ser humano na sua múltipla diversidade de vivências e de missão de vida, tem formas e posturas diferentes de expressar o amor. Cada ser humano deve abrir-se à percepção dessas tantas formas, e suprimir as barreiras limitantes dos amores novelescos, possessivos ou carentes.
São estes os tempos de profundos acertos cármicos, em que vivemos muitas vidas numa só vida, e em que quantos amores co- existem:
- desencontrados – desacertados – incongruentes – incompreendidos, e no entanto...tão sublimes, profundos, eternos.
Em paralelo com esta compreensão e aceitação, gera-se a liberdade em que sem apego, medo ou expectativa de receber, podes emitir o belo dizer: Amo-te
Seja este entendido ou não, partilhado ou ignorado, é o teu fogo sagrado, a tua essência divina, que como semente fecunda, espraias pelas searas universais.
E o Amor/Liberdade cresce em ti, faz parte de ti, porque não precisas de “um destino”  a quem dedicar o teu amor.

Tu, és o Amor


Maria Adelina


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Quebras de Amor (ciclo sobre o tema Amor)





Quebras de Amor


“No Universo nada se perde tudo se transforma”



Nesta tão conhecida frase, encontramos novo mote para abordar os relacionamentos.
Existem relacionamentos sem amor, e existe amor sem relacionamentos.
Uma das causas, senão a mais comum, do estado de sofrimento nos seres humanos é a quebra dos relacionamentos, não a perda do amor.
Os relacionamentos findam pelas mais diversas razões, o Amor, esse nunca se perde, nem se quebra. Todo Amor alguma vez sentido, é como um valioso espólio que vai crescendo com cada partilha, com cada entrega.
No término dum relacionamento, o amor que é Amor, retorna a nós, recolhe de novo ao coração, e aí, inicia um subtil processo de transmutação.
No cadinho do tempo o calor abranda, o brilho esvai-se, e a jóia liquefaz-se de novo na essência do ouro, agora acrescido, pela experiência vivida.
E o nosso tesouro aumenta, porque o amor que é Amor, apenas pode ser partilhado, e para tal, cada Ser tem que descobrir, trabalhar e aceitar o seu ouro, o Amor em si.
A causa de muitas desarmonias pessoais e sociais, está no facto de muitos seres não terem ainda descoberto o código da sua arca do tesouro.
Este, é o auto-conhecimento, a auto-estima, o auto-perdão.
Pelo aprofundamento destas vias, aprenderemos a distinguir o amor/apego, aquele cujos compostos são o domínio, o ciúme, a dependência, o conformismo.
Esta é a versão mais comum do amor, aquela que trás toda carga de sofrimentos.
Já o amor que é Amor, expressa-se sempre pela elevação dos dois seres. É a bênção suprema, fio de ouro perene que nasce no nosso interior e com o qual contribuímos para a obra-prima global, pela expansão da nossa consciência espiritual.
É também, aquele que não deve ficar limitado por conceitos: amizade, amor, bem-querer, afecto… tornam-se palavras pequenas, que não definem o amor, quando este…é Amor.


Maria Adelina





segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Meia-Laranja? - (ciclo sobre o tema Amor)





Meia-Laranja ou Completude?


Indiferente a faixas etárias e sendo o fulcro de qualquer relacionamento, a comunicação e a veracidade são o ponto onde convergem a maior parte das dúvidas, desentendimentos, desarmonias e frustrações, que por sua vez se alastram a todos os aspectos da vida.

As motivações do coração continuam a ser insondáveis para a maior parte dos seres, no entanto, são sempre baseadas na necessidade de aprendizado e superação do nosso estatuto consciencial.

O amor a dois é o maior teste que nos é dado vivenciar, e dele podemos obter nota positiva, apenas quando é feito de dádiva e aceitação.

- Dádiva – Apenas quando o amor existe em nós podemos partilhá-lo com outro, ninguém pode dar (partilhar) o que não tem.

- Aceitação – Todo relacionamento baseado na perspectiva de que podemos ou devemos mudar o outro está condenado à partida. O “modelo” por nós idealizado é o estereótipo impresso no nosso campo racional que se torna uma prisão.

Nós não podemos mudar ninguém, excepto a nós próprios, se pela auto análise concluirmos essa necessidade. Assim, e mais ainda num relacionamento a dois, o autoconhecimento é fundamental.

Quando dois seres cruzam os seus caminhos, é precisamente na diferença de conceitos e posturas, que cada qual vai buscar os preciosos sedimentos com que se constroem os degraus da tolerância, da flexibilidade, da compreensão.

Quando o ciúme, a rigidez, a competição, se tornam cerceadores da expressão das facetas individuais, da afectividade, dos sonhos de cada um, corroemos a raiz antes da planta florescer.


A liberdade de cada ser não é negociável, nem deve ser moeda de troca para a “harmonia” de qualquer relacionamento. O respeito para com as escolhas e opções de cada um, é o único suporte para a estabilidade duma relação, e a comunicação aberta, leal, é a ponte que transpõe qualquer diferença.

Dentro desse círculo de auto-respeito, cada qual deve ser como árvore em crescimento, cuja seiva é alimento, sombra e amparo para a alma companheira, ou seja a almejada completude.

Amigos, ninguém é metade (meia-laranja) de ninguém! Se assim fosse, seriamos eternamente seres incompletos…Cada um de nós é em si mesmo uma paleta de cor criadora!

No entanto outros ingredientes são indispensáveis para a construção de percursos paralelos: respeito, entrega, compromisso.

Estes amores assim construídos, são exemplos que nos indicam que o horizonte não tem fim, e cuja função, é serem farol que trespassa a densidade planetária, meio onde nadam as almas em procura dos trilhos da sua evolução.


Maria Adelina


sábado, 1 de dezembro de 2018

Analítica do Amor - (ciclo sobre o tema Amor)





Analítica do amor


Amamos no outro mais do que aquilo que ele é…
o que amamos no outro, é a melhor essência de nós

O fogo esmorece ao ser transposto
e a água perde-se na oferta das mãos em concha

Água e fogo, nossos tesouros diluídos, algures,
na constância de um rio sem margens

O amor encontra-nos na inércia da alma,
estações agónicas do viver onde a paixão se alberga

O bom-proveito de amar, é perceber que no outro
expressamos as capacidades que nos negamos

Percorremos a ponte, miragem quimérica
de que paz, felicidade, poder, bem-querer
se acham em qualquer margem

Mergulhamos na versão que fazemos de alguém,
o manancial onde soçobram as dúvidas de nós

Aí, vêm à tona os resquícios sombrios do espelho
onde escolhos são escolhos
e não o nome com que os alimentamos

Resta-nos coá-los, delicadamente, das ondas ritmadas, geradoras,
e ver em nós, finalmente, que não somos maré, mas oceano…



Maria Adelina





sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Compreender o Amor - (ciclo sobre o tema Amor)




Compreender o Amor


No vivenciar o salto quântico planetário são muitas as possibilidades para as vias do aprendizado, do perdão, do reequilíbrio cármico. Na vivência actual, todos temos a possibilidade de um maior e melhor “aproveitamento escolar”.
Em todas as áreas das nossas vidas, as mudanças são extremas e galopantes. Inúmeras “cadeiras” que deixamos para trás noutras vidas, retornam a nós, para que, e dentro do nosso livre arbítrio, as possamos ou não concluir.
A área do amor não é excepção…No intuito da superação do nosso nível vibratório, o Universo, qual laboratório aprimorado, faculta-nos todo o material que precisamos para a vivência e conclusão das nossas experiências emocionais. Assim, e para aqueles que iniciaram o Caminho, este vai sendo pontuado por encruzilhadas de decisão.
Pautam-se pelo reencontro com os Seres mais marcantes nas nossas vidas passadas (paralelas). Todas as pendências desses relacionamentos vividos  (os bons e os menos bons), podem ser transmutadas, pelas escolhas que fizermos no momento presente.
Na atracção que se gera entre duas pessoas que se cruzam, estão contidas múltiplas memórias de experiências vividas a dois. Cabe, nesse momento, a reflexão.
 - avaliação do processo individual
 - esmiuçar a “tonalidade” daquilo que se sente
Podemos com isto entender, qual o tipo, a natureza, e a densidade da energia dessa atracção e com isso libertar a resposta do nosso corpo emocional, sentir qual a expressão da mesma.
Quando nos permitimos este “compasso” de espera, de auto-análise e interiorização, deparamos com a autêntica cor do filamento energético que nos une a determinada pessoa. Numa demonstração de crescimento e evolução consciencial, podemos então fazer a escolha, visualizar nitidamente qual o papel desse Ser nas nossas vidas.
Na maior parte destes encontros sincrónicos, as pessoas envolvidas não compreendem a dimensão e as possibilidades dessa bênção, e por norma são reacções básicas como o impulso sexual, que dinamizam a relação.
Inicia-se assim novo ciclo de dependência, fuga, ou alienação, através da efémera gratificação dos sentidos físicos.
Não sendo esta a motivação para a “experiência”, estes relacionamentos são de curta duração, e por norma deixam um grande vazio interior nas pessoas envolvidas.
Assim e pelo já referido, vivemos tempos de superação em que o potencial de força e de criatividade “residentes” nos chacras inferiores, pode e deve ser transmutado numa energia libertadora, expansiva, que fomente a conclusão da nossa missão de vida.
Muitas são as formas de vivenciar um sentimento amoroso entre duas pessoas, todas elas podem ser “estações de amor”, que nos conduzam ao Caminho de Retorno.


A. (Maria Adelina)


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Sendas de Amor (ciclo sobre o tema Amor)



“ Cada pessoa que passa na nossa vida, 
passa sozinha, pois cada pessoa é única
 e nenhuma substitui outra, mas cada uma
 que passa não vai só, nem nos deixa sós
- Leva um pouco de nós mesmos - 
- Deixa um pouco de si mesmo - 
Há os que pouco levam, e os que levam muito
Essa é uma das maiores responsabilidades da nossa vida,
e a prova de que duas almas não se encontram por acaso…”

O Principezinho
Antoine de Saint-Exupéry



Na encenação do nosso percurso de vida, existem ciclos e os mais variados personagens, sendo que os mais marcantes pela sua intensidade são a ímpar e sublime experiência do amor  entre um homem e uma mulher, fusão da obra prima e perfeita de Deus, da natureza, e da génese humana,   os amores de cada vida, quantas vezes, amores que foram, de muitas outras vidas.
Assim mesmo, cada um destes ciclos, representa muito mais que uma vivência afectiva, são adubo de amadurecimento, nas searas do conhecimento.
Valemo-nos de Fernando Pessoa quando diz “o amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre, ou então, não era amor”
Contrariamente ao que maioritariamente se afirma, o amor, realmente não morre, apenas se transforma. As recordações perduram, orientam e influenciam, pois o amor é uma poderosa experiência espiritual.
Quem tem a graça de vivenciar o amor, abre-se à comunhão com a inteligência e criatividade do coração.
Neste Amor, não tem cabimento tudo aquilo que ensombra o brilho único, da recreação ( em que se recria ) a Consciência Suprema.
Cabe aqui salientar que falamos de Amor, e não da necessidade compensatória física e emocional, a que a maior parte dos seres humanos chama, amor.
Nas mais variadas circunstâncias, cumprindo ciclos, percorrendo as etapas da nossa “Onda Encantada”, vamos revelando os mistérios do infinito, em cada página desenhada com a tinta indelével do amor, quando este é, Amor…
Por esta óptica, percebemos facilmente a inutilidade do ciúme, pois este só emerge pela insegurança do que somos, e do que queremos possuir…mas o Amor, não possui, nem é possuído, simplesmente é!
A todos aqueles que em algum momento das nossas vidas foram, ou são, o espelho onde reflectimos o Nosso Amor, devemos plena gratidão. Pois estes tornaram-se receptáculos sagrados, da nossa melhor essência, composta de doação, entrega e união.


A. (Maria Adelina de Jesus Lopes)

Nota: “Onda Encantada”, é a denominação que os Mayas dão à nossa missão de vida.





domingo, 25 de novembro de 2018

A fundação treme...mas não cairá...(ciclo sobre o tema Amor)


“ Não há domínio mais importante
 que a do amor, do afecto, e é aí,
 que a Luz  é mais necessária” 

Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov







A Fundação Amor 
Ao longo das eras sempre foi importante, mas hoje, e mais que nunca o amor é pedra basilar no ancoramento e reconstrução de uma nova civilização. A fusão dos pólos, a interacção pacífica e amorosa da dualidade, é sinal de maturidade e expansão de consciência.
A sinergia fomentada pelo amor de dois Seres é uma das forças mais poderosas do Universo.
Na vivência plena das vertentes do amor : física, emocional, mental, formam-se campos energéticos que podemos comparar a viveiros, onde em ambiente propício, tudo cresce em qualidade.
- Vivemos tempos em que a pressão materialista da sociedade se abate, mais do que nunca sobre a família, e em que os fortes ventos derrubam tudo aquilo que não esteja alicerçado na autenticidade.
- Vivemos tempos em que perversas forças abanam as fundações da ética natural, biológica e evolutiva do formato humano (masculino e feminino), mas, a obra de Deus não cairá!
Em cada Unidade formada por um homem e uma mulher unidos pelo Amor e que percorrem o mesmo caminho, a ligação espiritual é o efeito aglomerante, coadjuvada  pelo respeito a todas as vertentes dessa união.
A todos os que percorrem a senda em unidade, compromisso sagrado, baluartes da família, escola viva para os filhos, luzeiros cósmicos:

- Que cada dia seja um exemplo de alegria e harmonia partilhada saturado de sentimentos de elevação
- Que cada passo ou decisão, esteja impregnado de complementaridade  e companheirismo
- Que o mar da comunicação seja feito de muitas correntes, entre elas, a das amenas e construtivas conversas
- Que a ternura seja farol de vibração, constante, que ilumine tudo a seu passo.

Contra ventos e marés, coragem e perseverança, sentido de entrega abnegada, honrar o companheiro/a, fundar sacralidade pela veracidade de cada união.



A. (Maria Adelina de Jesus Lopes)