Analítica do amor
Amamos
no outro mais do que aquilo que ele é…
o
que amamos no outro, é a melhor essência de nós
O
fogo esmorece ao ser transposto
e a água perde-se na oferta das mãos em concha
Água
e fogo, nossos tesouros diluídos, algures,
na
constância de um rio sem margens
O
amor encontra-nos na inércia da alma,
estações
agónicas do viver onde a paixão se alberga
O
bom-proveito de amar, é perceber que no outro
expressamos as capacidades que nos negamos
Percorremos
a ponte, miragem quimérica
de
que paz, felicidade, poder, bem-querer
se
acham em qualquer margem
Mergulhamos
na versão que fazemos de alguém,
o
manancial onde soçobram as dúvidas de nós
Aí,
vêm à tona os resquícios sombrios do espelho
onde
escolhos são escolhos
e
não o nome com que os alimentamos
Resta-nos
coá-los, delicadamente, das ondas ritmadas, geradoras,
e
ver em nós, finalmente, que não somos maré, mas oceano…
Maria
Adelina
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