Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

A natureza e eu



A natureza e eu

Qual é a natureza do meu eu ?
É natural naturalinha , cristalina , quando acordo de manhã e agradeço pelo que há-de vir nesse dia, porque a vida é mesmo assim continua a correr como a água do rio e já alguém dizia que não nos banhamos na mesma água duas vezes .

Então digo para mim mesma: Não ofereças resistência, agradece a bênção da tua existência e aceita o desafio da aprendizagem , confia.

Porque tu fazes parte do todo e não deves viver como se estivesses de fora .

A natureza de que fazes parte esta aqui para te ajudar , nasces-te a sentires o ar , cresces-te a subir árvores, a correr no mato ou a fazeres bolos de terra. Sentis-te a vitória de aprenderes a nadar sobre as ondas salgadas, choras-te com a chuva . Apaixonaste-te a veres o pôr do sol .

Sentiste-te pequena perante as montanhas imensas e as planícies sem fim . Entregaste-te ao sono profundo na sombra das grandes copas das árvores e contemplas -te o imenso azul estrelado pensando nos que já foram.

Na verdade, esta é a tua casa , aquela de que fazes parte porque é também feita de ti .

Respeita a mãe, ela esteve sempre lá e ainda está : aconchega-te, alimenta-te e emociona-te.

O silêncio aparente da sua existência ensina-te tanto.

Ama-a por isso, venera-a com o respeito dos mais pequenos actos , porque a espiritualidade do todo manifesta-se também aí.

Que a natureza nos conduza à nossa essência


Graça Amorim






Jane Goodall - Sowing the Seeds of Hope




https://vimeo.com/214288898


domingo, 20 de janeiro de 2019

As dádivas do Espírito Santo



– 05.45 - Reflexiona

A dádiva do Espírito Santo expressa-se em conformidade com o uso que dela se faz. Um "iluminado" cujo dom não seja usado em prol do benefício comum, extingue-se por si mesmo como uma candeia sem azeite.
- O Espírito Santo é também a expressão exteriorizada e materializada do saber, é o confronto dos iniciados nele com a sua capacidade de acreditar e coragem para o partilhar através do seu exemplo. Os discípulos de Jesus foram maioritariamente martirizados, não por pregarem uma nova religião, mas por darem exemplo, e fazerem pregações que atingiam os costumes dissolutos dos locais por onde passavam, injustiças sociais e outras, dos povos onde pregaram.
- O Espírito Santo interiorizado é a materialização do vago e oco conceito de amor com que muitos sectores se escudam e acalmam a própria consciência. É algo impossível de ensinar daí a dificuldade em o definir, porque apenas se pode partilhar por vivência experimental, exemplar.
- O Espírito Santo é a mais dura das batalhas, por ser aquela que deve ser ganha por métodos pacíficos, ou seja o amor em acção, prático, concreto, incondicional, veridicamente fraterno, sem olhar a quem.
- O Espírito Santo não é um dogma, nem sequer religioso, é um estado (império) social pelo qual o Homem (supra consciente) vai ter que suprimir, em si, o homem (inconsciente, ou ego-consciente) e só lá chega abdicando de tudo aquilo que os sustentou até à data (crenças, ideias, posturas sócio materiais, fundamentadas no individualismo arrogante, ambicioso, egocêntrico)
Portugal e o Espírito Santo é uma união ainda a cumprir na sua plenitude, uma nave/ aldeia exemplo real para os mundos, de tudo o referido.


Maria Adelina

Para conclusão desta mensagem cito Agostinho da Silva:

“Não é uma ideia mas um  Império do Espírito Santo entre os homens. É não perder nenhuma das características de ser homem e ganhar todas as que se atribuem a Deus.  Será o Reino da Transcendência, onde o Homem se ultrapassa a si mesmo e deixa de ser Homem. Para Agostinho, a verdadeira função do Homem, o seu vero destino é deixar de o ser, e ultrapassando-se, divinizar-se tornar-se Sobre Humano. O Homem pleno, cumpridor de todas as promessas de fraternidade e universalismo antevistas pelos visionários e profetizadas por Jesus e seus discípulos.



Nunca Tivemos Uma Geração Tão Triste





Nunca Tivemos Uma Geração Tão Triste






EXCESSO DE ESTÍMULOS
“Estamos assistindo ao assassinato colectivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam  gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reacção, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”
GERAÇÃO TRISTE
“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contacto com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”
DOR COMPARTILHADA
“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’. Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”
INTIMIDADE
“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio emocionais.”
Mais brincadeira, menos informação
“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de reflectir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”
PARABÉNS!
“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”
CONSELHO FINAL PARA OS PAIS
“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para actuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o celular no fim-de-semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”

Augusto Cury



“Criança não namora”




“Criança não namora”

Congratulei-me ao descobrir esta campanha na página duma pessoa amiga. Voltemos a nossa atenção por momentos para as consequências da erotização das crianças.
Por um lado, a criança (em que as meninas são as maiores vítimas) precocemente confrontadas com a postura erótica perdem a capacidade instintiva de defesa contra o abuso, dado que não conseguem ainda fazer a distinção entre posturas afectivas e posturas abusivas.
Por outro lado, a auto-estima natural é profundamente abalada numa idade crítica ao aperceber-se que “fantasiada” com roupas provocantes, maquilhada, com poses de adulta, se torna mais apreciada, e é mais elogiada pela sua beleza. Obviamente que o confronto interno nasce ao aperceber-se que não a elogiam a ela no seu formato natural mas à máscara que usa. E isto faz parte da permissividade educativa de muitas famílias em todo o mundo.
São chocantes os concursos de beleza de meninas (numa faixa etária abaixo dos dez anos) tão divulgados em alguns países como os Estados Unidos por exemplo em que se promove um ser puro, indefeso, à montra da mais abjecta vaidade, competitividade, e as tornam em objectos de disputa, de desejo, no mais básico desrespeito pelo direito, a serem crianças. O mais horrendo desta realidade é que são as próprias mães que as incentivam, as formatam, em bonecas de palco.
São chocantes as notícias que nos chegam de países onde a prática de casamentos de homens adultos com meninas são considerados normais, é caso para nos questionarmos o porque das organizações mundiais não tomarem as devidas medidas, é caso para nos perguntarmos o porque destas “tradições” aberrantes ainda existirem.
Mas ainda que aparentemente distanciados de qualquer destas realidades, e como é hábito, apelo à conscientização de que não somos isentos da responsabilidade dos acontecimentos que grassam pelo planeta. O poder que nos assiste para promover a mudança, assenta na convicção do sentir que demos exemplo, que fizemos e demos o nosso melhor no nosso habitat pessoal e social. E para isso, como para tantas outras coisas requer-se acção, soluções activas, individuais ou grupais mas que não deixem dúvidas daquilo que não queremos.
Por exemplo, que nenhum condomínio autorize que em prédios de habitação sejam permitidas as Sex Shop`s, onde as crianças são forçadas à promiscuidade de convívio com locais onde se vende a sexualidade e o erotismo nas suas mais degradantes vertentes.
Por exemplo, que cada família se abstenha de adquirir os jornais e as revistas onde a venda de sexo é exposta e ocupa quantas vezes a maior parte do conteúdo dos referidos jornais.
Por exemplo, que cada autarca de cada cidade, vila ou freguesia crie campanhas de sensibilização para conter a proliferação das bancadas onde este material com conteúdos pornográficos esteja completamente acessível às crianças e jovens, principalmente junto das escolas.
Por exemplo, que as mesmas entidades e associações de cariz social, promovam uma séria abordagem à educação sexual que passa essencialmente pela família e não pela escola, onde os professores são na sua larga maioria totalmente despreparados para ensinarem algo tão complexo quer no plano físico quer no metafísico.
Mas principalmente, que os pais, a família, tenham uma atenção constante ao que as crianças consomem via televisão e internet, quantas vezes sub-liminarmente nos chamados programas infantis. Tal como escolhem os melhores alimentos para os filhos e não lhes dão veneno, assim mesmo é premente a escolha dos conteúdos dos invasores que se apossaram dos lares. É preciso estar presente, inteiramente presentes.
Deixo-vos com as sábias palavras de Miguel Torga:

“Só há três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se pode atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo. Em todos esses casos a pessoa está indefesa.”

Miguel Torga



Maria Adelina


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A Herança dos “Pecados” dos Pais



Amigos, vivemos o tempo proclamado nas profecias seculares, o da emersão da perversidade nunca antes vista, em várias vertentes, sendo o mais grave a inércia e complacência duma sociedade alienada, em especial os “Guardiões”, pais, família, educadores.
Na sequência da postagem anterior  sobre a intensa responsabilidade do que transmitimos àqueles que nos foram confiados, a começar pelos filhos, netos, mas também a todas as crianças e jovens em quem reflectimos exemplo, partilho mais esta reflexão.




A Herança dos “Pecados” dos Pais

Este tem sido provavelmente um dos mais controversos temas do catolicismo. Ao longo de séculos foi debate de alguns poucos pensadores e filósofos que se atreveram a expressar o seu inconformismo com uma “directriz divina” abrangente até à 3ª geração que transmite um conceito de Deus injusto e dominador. Já a maioria dos crentes fazia o que era, e é comum, ouvia, e arremessava para o cesto com o rótulo “isto não é para mim, é só para os outros”.
Hoje, as consequências do chamado despertar consciencial e dos abundantes conhecimentos ao alcance de todos, trouxeram consigo a responsabilidade individual inerente a qualquer forma de conhecimento. Esta, empurra-nos para a análise, estudo e interiorização daquilo para o qual e até à data não tínhamos ferramentas de trabalho.
A maior parte das interrogações da humanidade sobre si mesma encontram resposta nas chamadas Leis Cósmicas Universais, e entre elas a lei de Causa e Efeito dá-nos uma visão nova e esclarecedora sobre este tema.
Factor a) - As componentes de um pensamento são:  pensamento+sentimento+energia. Sabemos já por comprovação científica que os pensamentos moldam continuamente a nossa racionalidade, emoções, e até o corpo físico determinando saúde ou doença, e promovem alterações na nossa genética, a mesma que será herdada pelos filhos e netos.
Factor b) – Sendo a forma anterior bem subtil, outra bem mais directa e contundente é a confrontação (reflectida) dos efeitos devidos a causas que provocamos em diferentes ciclos espaço/temporais. Ou seja, a actuação do Universo é simples mas sem falhas, favorecimentos ou omissões, daí serem chamadas leis imutáveis.
Como qualquer criança que aprende mais rapidamente por exemplos do que por teorias, nós também temos dificuldade em assimilar as Directrizes Cósmicas per si, vamos assim experienciando a dor através de quem mais nos dói, o sangue do nosso sangue… “As favas a pagar” são apenas a forma mais directa e sentida de fazer perceber aos ascendentes, pelo efeito espelho, as suas próprias condutas e as consequências das mesmas.
Tantos exemplos podem ser dados sobre isto…
- um filho ou neto tratado de forma injusta no trabalho poderá levar-nos a reflectir como fomos, ou somos, como orientadores de outros
- uma filha em sofrimento por causas afectivas, poderá levar-nos a reflectir de que forma lidamos com os nossos relacionamentos ao longo da vida
E tantos outros exemplos poderiam ser dados, em que facetas como a desonestidade, a mentira, a inveja, o egoísmo, e outros que sejam posturas permanentes na vida dos progenitores, sejam reflectidas na “via crucis” dos descendentes, a estes cabendo pelo seu esforço evolutivo cortar o ciclo, ou na inexistência desse esforço, serem perpetuadores dessa herança.
No cômputo da análise, percebemos mais claramente a Lei de Causa e Efeito, e também que este (a vida) é um percurso para o qual nos voluntariamos em missão, e que toda missão é de trabalho, compromisso e entrega.
Mas nada está condenado em perpétuo, hoje, aqui e agora, possamos todos ampliar a nossa percepção consciencial. Que a nossa actuação com tudo e todos, seja a da justiça que desejamos para um filho, a da bondade que desejamos para um neto, a do bem-querer que desejamos para uma filha, e também, a do profundo e continuado respeito que nos devemos a nós próprios pois todos temos a semente do Bem, que nos permite reconhecer e combater a perfídia que assola o mundo, nosso lar. E os ciclos da dor serão transmutados em ciclos de progresso evolutivo em todas as vertentes dos seres, na paz e no amor que todos procuramos.

A.






quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Preservar a Inocência








“Toda a gente afirma querer deixar um planeta melhor para os filhos… Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o planeta?”










Preservar a Inocência

Este é o “el dorado” que toda família, toda sociedade, devem reencontrar. O tesouro perdido, a inocência da criança, e o direito a ela.
Mestre Jesus referiu com empenho a inocência das crianças e o aprendizado do homem cuja evolução deve passar por tornar-se de novo criança.
Por um lado, e da forma mais aleivosa as nossas crianças tornaram-se depósito de todo o lixo duma sociedade doente, perversa, que sem contenção de qualquer tipo, invade os lares pelos meios audiovisuais ou impressos, nos programas infantis, nos livros infantis…
Por outro lado, temos as novas doutrinas educacionais que afirmam a supressão de qualquer limite na comunicação, exemplos ou práticas, dos pais para os filhos. Temos já exemplos de gerações onde esse patamar de igualdade deixou, e deixa, marcas de profundos desequilíbrios psíquicos e emocionais.
O princípio aparentemente inocente dessas doutrinas foi deturpado. A “amizade” entre pais e filhos, não pode pautar-se pelas regras da amizade comum entre adultos! Por motivos óbvios, o que prevalece nesse formato é a visão, a experiência, a capacitação intelectual do adulto! Nega-se à criança o direito a ser criança. Estas são confrontadas no dia-a-dia com as realidades forjadas nas descompensações dos pais, seus desejos e frustrações, seus medos e vincos de personalidade.
Neste horizonte maioritariamente cheio de nuvens escuras, como perpassam os raios de sol que são a descoberta gradual do mundo, da vida, no percurso duma criança?
Nesse crescer fora de tempo onde fica a inocência, confrontada com comportamentos que a sua idade não permite ainda assimilar, mas que por medo de rejeição tentará imitar.
Na experiência em moldes alheios, prematuros, sem a salvaguarda da confiança componente essencial da inocência, como poderá ela, a criança, esculpir na pedra da vida a sua obra-prima?

Salvemos a inocência, bem maior das nossas crianças.



Maria Adelina





segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A razão de vida daqueles que optaram por serem pais




A frase surge intensa, trovão que ecoa na madrugada provinda de todos os planos siderais:

“A razão de vida daqueles que optaram por serem pais é o maior compromisso de todos os grandes compromissos”




O abuso tem muitas faces, é-o por acção, omissão, sedução, exemplo, maus-tratos, ou estímulo. Não são as grandes manchetes que nos devem impressionar, mas aquelas que disfarçadamente aparecem em mais e mais quantidade, ou daquelas com que nos deparamos na vida e no que parece inofensivo dado que são estas as aferidoras do estado educacional, moral, sano, de um povo.

- Vemos crianças de várias faixas etárias que sob um modismo chamado Halloween são estimuladas à prática de vandalismo, em grupo, por pais ou educadores (chocante mas real). Reparem que não se trata da gravidade do acto, mas do princípio de que se não se satisfaz a exigência da criança esta responde com estragos a que chamam “travessuras”

- Vemos Juízes que relevam a culpa (e deixam em liberdade) monstros que cometem abusos sexuais continuados sobre crianças, agravados por ameaças e exigência de silêncio e ainda pelo agravo de que são maioritariamente familiares das vítimas.

- Vemos mães e pais que assassinam os filhos como forma de vingança do companheiro ou companheira.

- Vemos escolas onde serviços de suma importância como é a cantina por exemplo, não cumprem com o mínimo qualitativo a que estão obrigadas, não são fiscalizadas e menos penalizadas.

- Vemos patologia comportamental na inter-relação de células familiares com sintomatologia do complexo de Édipo ou de Electra estimulados pela complacência do pai ou da mãe, (conforme seja o caso) quando não estimuladas por estes. Gravíssimas situações que começam em tenra idade, e que fomentam profundos desajustes e desequilíbrios psíquicos e cármicos nos futuros adultos.  

- Vemos um sistema educativo disfuncional, sem Alma, sem Espírito, sem Ética, e como tal modelador de seres inconscientes, robotizados, que continuará a existir se se mantiver o actual beneplácito dos pais que se calam, e se eximem de responsabilidade da qualidade do ensino e carga horária dos seus filhos (a começar logo nos infantários).

- Vemos a permissividade repleta de insensatez com que os pais atiram os filhos para as “arenas dos divertimentos” profusamente divulgados e criados (técnica e intencionalmente) para a alienação emocional e mental dos jovens, cujo corpo holístico está ainda em formação sofrendo danos irrecuperáveis no seu corpo etérico.

- Vemos os modelos (milhões) de pais em estado zombie, cuja ligação ao telemóvel e à rede social é prioritária ao contacto real com os filhos, dentro do já pouquíssimo tempo que lhes dedicam.

- Vemos acções concertadas, planeadas pelo governo sombra mundial que tentam instalar a Ideologia do Género a nível global e cuja intenção e finalidade é a extinção da maioria dos seres humanos pela sua pedra basilar que é o formato genético da raça adâmica constituída por dois géneros e a sua expressão social que é a família.

-Vemos a existência das “praxes”, aberrações de cariz sociopata, praticada pelos refugos académicos, cuja incapacidade é autocompensada pela humilhação a outros seres, e ouvimos o silêncio dos pais e das autoridades competentes.

- Vemos as ruas das nossas cidades repletas de jovens (muito jovens) embriagados pelas madrugadas dos fins-de-semana (não uma vez porque era dia de festa, mas por norma).

Vemos……que mais precisamos ver?


Despertemos!..Lucidez, pró-actividade, presença, foco, coragem, exigência consciente, escolhas, fazer acontecer!

“A razão de vida daqueles que optaram por serem pais é o maior compromisso de todos os grandes compromissos”

E nada, nada, nada, conseguirá parar a onda de mudança, quando os pais perceberem, e assumirem, o seu Compromisso de Pais



Maria Adelina


sábado, 5 de janeiro de 2019

"Ganhei Coragem"

No momento que estamos a viver, "caiu-me no colo" este texto do mestre Rubem Alves que anexo. Amigos, ganhemos coragem de olhar a história da humanidade, a sua barbárie, sem distinção de raças, ou religiões, e que essa abordagem corajosa nos alerte para o domínio que permitimos nos engane...cada dia mais.

Ano de Luz - Maria Adelina


 "Ganhei coragem"

"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Albert Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega: "Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos". Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem.
Vou dizer aquilo sobre o que me calei: "O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.
Em tempos passados invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo... Não sei se foi bom negócio; o facto é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direcções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras ideias. Amava a prostituição. Pulava de amante a amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou... Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos... E o que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre...". Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.
Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo.
O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas, quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções colectivas.
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.
Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes dos actos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral.
Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da colectividade. É sobre esse pressuposto que se constrói o ideal da democracia.
Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens, e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras. O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à colectividade. Uma coisa é o ideal democrático, que eu amo. Outra coisa são as práticas de engano pelas quais o povo é seduzido. O povo é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.
O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer.
O povo, unido, jamais será vencido!
Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos... Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol. Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: "Caminhando e cantando e seguindo a canção...". Isso é tarefa para os artistas e educadores. O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

RUBEM ALVES

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Dia Mundial da Paz




Cada um de nós é um ponto inigualável, insubstituível, para a composição suprema da Paz, e Paz é a antecâmara do Amor Incondicional (Solar)