Amigos, vivemos o tempo proclamado nas profecias seculares, o
da emersão da perversidade nunca antes vista, em várias vertentes, sendo o mais
grave a inércia e complacência duma sociedade alienada, em especial os “Guardiões”,
pais, família, educadores.
Na sequência da postagem anterior sobre a intensa responsabilidade
do que transmitimos àqueles que nos foram confiados, a começar pelos filhos,
netos, mas também a todas as crianças e jovens em quem reflectimos exemplo,
partilho mais esta reflexão.
A
Herança dos “Pecados” dos Pais
Este
tem sido provavelmente um dos mais controversos temas do catolicismo. Ao longo
de séculos foi debate de alguns poucos pensadores e filósofos que se atreveram
a expressar o seu inconformismo com uma “directriz divina” abrangente até à 3ª
geração que transmite um conceito de Deus injusto e dominador. Já a maioria dos
crentes fazia o que era, e é comum, ouvia, e arremessava para o cesto com o
rótulo “isto não é para mim, é só para os outros”.
Hoje,
as consequências do chamado despertar consciencial e dos abundantes
conhecimentos ao alcance de todos, trouxeram consigo a responsabilidade
individual inerente a qualquer forma de conhecimento. Esta, empurra-nos para a
análise, estudo e interiorização daquilo para o qual e até à data não tínhamos
ferramentas de trabalho.
A
maior parte das interrogações da humanidade sobre si mesma encontram resposta
nas chamadas Leis Cósmicas Universais,
e entre elas a lei de Causa e Efeito dá-nos uma visão nova e esclarecedora sobre
este tema.
Factor
a) - As componentes de um pensamento são:
pensamento+sentimento+energia. Sabemos já por comprovação científica que
os pensamentos moldam continuamente a nossa racionalidade, emoções, e até o
corpo físico determinando saúde ou doença, e promovem alterações na nossa
genética, a mesma que será herdada pelos filhos e netos.
Factor
b) – Sendo a forma anterior bem subtil, outra bem mais directa e
contundente é a confrontação (reflectida) dos efeitos devidos a causas que
provocamos em diferentes ciclos espaço/temporais. Ou seja, a actuação do
Universo é simples mas sem falhas, favorecimentos ou omissões, daí serem
chamadas leis imutáveis.
Como
qualquer criança que aprende mais rapidamente por exemplos do que por teorias,
nós também temos dificuldade em assimilar as Directrizes Cósmicas per si, vamos
assim experienciando a dor através de quem mais nos dói, o sangue do nosso
sangue… “As favas a pagar” são apenas a forma mais directa e sentida de fazer
perceber aos ascendentes, pelo efeito espelho, as suas próprias condutas e as
consequências das mesmas.
Tantos
exemplos podem ser dados sobre isto…
-
um filho ou neto tratado de forma injusta no trabalho poderá levar-nos a
reflectir como fomos, ou somos, como orientadores de outros
-
uma filha em sofrimento por causas afectivas, poderá levar-nos a
reflectir de que forma lidamos com os nossos relacionamentos ao longo da vida
E
tantos outros exemplos poderiam ser dados, em que facetas como a desonestidade,
a mentira, a inveja, o egoísmo, e outros que sejam posturas permanentes na vida dos
progenitores, sejam reflectidas na “via crucis” dos descendentes, a estes
cabendo pelo seu esforço evolutivo cortar o ciclo, ou na inexistência desse
esforço, serem perpetuadores dessa herança.
No
cômputo da análise, percebemos mais claramente a Lei de Causa e Efeito, e
também que este (a vida) é um percurso para o qual nos voluntariamos em missão,
e que toda missão é de trabalho, compromisso e entrega.
Mas
nada está condenado em perpétuo, hoje, aqui e agora, possamos todos ampliar a
nossa percepção consciencial. Que a nossa actuação com tudo e todos, seja a da
justiça que desejamos para um filho, a da bondade que desejamos para um neto, a
do bem-querer que desejamos para uma filha, e também, a do profundo e continuado
respeito que nos devemos a nós próprios pois todos temos a semente do Bem, que nos permite reconhecer e combater a perfídia que assola o mundo, nosso lar. E os ciclos da dor serão transmutados
em ciclos de progresso evolutivo em todas as vertentes dos seres, na paz e no amor que
todos procuramos.
A.
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