Hoje orgulhei-me
Contrariando
as directrizes das forças políticas nacionais cuja actuação, (com o
consentimento de todos nós) tem sido inominável em quase todos os aspectos
sociais, hoje orgulhei-me de ser portuguesa ao saber que a notícia mais
badalada dos pasquins da imprensa cor-de-rosa (e não só) não teria sido
possível acontecer em Portugal.
O
acontecimento é como já devem ter calculado o facto de um “Craque” ter
recorrido (uma vez mais) à compra dos serviços de aluguer do útero duma
qualquer mulher para ali depositar a sua “semente” e que este útero gerou dois
seres que serão filhos dele.
Estas
duas crianças não são filhas de um “deus da bola” elas são, tal como todas as
crianças, filhas de Deus (Fonte Criadora) cuja ética arremessamos daqui para
ali conforme a conveniência de momento, ou o estado hipnótico a que vão
chegando a maioria dos pessoas.
Dentre as
possíveis razões que levam alguém a adquirir filhos por encomenda, ocorrem-me…
-Será um
plano da poderosa máfia do dito “desporto” para a criação de superdotados para
chutar bolas por via da genética contributiva do esperma?
-Será por
incapacidade reprodutiva, ou de relacionamento emocional natural do cliente que encomenda uma criança?
- Será já
uma mostra daquilo que nos conduz ao pior panorama do futuro, que o dinheiro (realmente)
tudo compra e aliena, até a consciência humana?
No meio
da alargada divulgação da manchete do dia, procurei ingloriamente uma palavra
de algum jornalista, de algum comentarista…que nos lembrasse que além dos Laços
Sagrados que unem um Filho a sua Mãe, outra condição não menos gravosa é a
promoção da mulher a “galinha poedeira” pela promoção das barrigas de aluguer,
no mais blasfemo ataque contra o feminino naquilo que ele tem de mais sagrado
ou seja a sua capacidade de concepção. Mas mais ainda, que nos lembrasse da
existência (há mais de 50 anos e reconhecida por centenas de países) da
Declaração Universal dos Direitos da Criança, cujo conteúdo é abalroado por
esta prática.
Por favor…despertemos…de
que sanidade ou equilíbrio emocional, poderá usufruir um jovem adulto ao saber
que foi gerado por uma mulher por um valor monetário, como se de qualquer objecto de uso comum - que não lhe permitiram usufruir dos laços mais marcantes da infância
– que lhe roubaram o direito de ser igual aos outros logo na concepção – que lhe
imprimiram o estigma da diferença como se de um qualquer projecto utilitário se
tratasse - que os tornam o resultado de uma outra, e bem disfarçada, forma de exploração.
Sim,
senti orgulho em saber que as leis portuguesas ainda salvaguardam os direitos dos Seres nascidos e a nascer, que os protegem de algo que
atraiçoa todos os fundamentos do que deve ser a função mais sagrada da consciência humana.
Maria
Adelina de Jesus Lopes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja Bem-Vindo