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sexta-feira, 16 de junho de 2017

O sufixo "mancia"






Até que ponto a sugestão condiciona a nossa escolha?
Então quem é que escolhe?




O sufixo “mancia”

Deve ser objecto da nossa reflexão a preocupação bastante generalizada em nos reconhecermos nos aspectos resultantes dos cálculos efectuados nas condições de calendário, sociais, geográficas, astrais ou outras, sobre a data do nosso nascimento.
Quando essa concordância/aceitação acontece tal significaria que não tinha existido evolução, que não tínhamos concluído nenhuma etapa das que viemos realizar nesta encarnação, ou, que não tínhamos opção…onde fica então o livre arbítrio?
- Quando esses cálculos são elogiosos e “positivos”, tendem a criar um comodismo egoístico, narcisístico,  e até arrogante, que vai embaciar o entusiasmo que deve reger a nossa demanda interior. Isso obviamente pode levar a situações mais sérias, principalmente quando a pessoa pelos resultados práticos da sua vida, se apercebe que afinal está a andar no sentido contrário àquele que lhe "prometeram"
- Se os cálculos forem apreensivos e assustadores, tendem a criar mal-estar, sentido de inferioridade, e até desespero, que se pode tornar grave em alguém que já sofra de baixa auto-estima, isso obviamente pode levar também, a situações  mais sérias no que toca à esperança e fé no seu potencial individual que simplesmente aguarda a sua hora para se expressar; porque tudo no universo tem o seu momento.
- Se os cálculos forem indefinidos, que apresentem uma pessoa “normal” como é a maioria da população terrestre, a pessoa analisada  fica desiludida,  tendo em conta que ainda funcionamos muito pelo ego.
Tenhamos em conta que as pessoas que buscam leituras de qualquer tipo, nenhuma está à espera de ouvir a realidade, mesmo que essa realidade seja a de que a pessoa já é aquilo que veio para ser: honesta, trabalhadora, bondosa, sem coisas "especiais" como estes analistas tanto gostam de frisar...e o ego se compraz em ouvir.
Nestes casos, o próprio analista não quer ser o causador dessa desilusão, então, e por norma, enfeita a leitura com arabescos que nada têm ou terão a ver com o caminho pessoal daquele ser simples, autêntico e maravilhoso...o que obviamente vai criar uma ilusão indirecta, que nem sequer era da pessoa, mas que pode levar no mínimo a que a pessoa mude a agulha do seu caminho de vida quando esta estava na direcção certa.
Nas mais antigas civilizações existiram os sábios que aferiam as possibilidades e tendências dos recém-nascidos pelos dados do seu nascimento, (lembremos as lendas em que fadas transmitem às crianças dons e capacidades)
Mas esses virtuosos pertenceram a uma época que findou e cujos dons eram necessários ao cumprimento dessas eras.
Hoje, provavelmente as leituras feitas no nascimento de um ser continuariam a ser úteis tão só e apenas como indicador para os guias (pais) da criança.
No entanto, no plano da cosmo-ética já não é lícita essa prática pelo facto de que a humanidade transgrediu todos os preceitos do sagrado, da humildade e do sentido de serviço.
Toda e qualquer leitura que fosse efectuada, ainda que sábia e honesta, seria sempre denegrida, contestada, ou feita arma de poder, devido à exacerbação do ego que mina a humanidade.
Todos os Avatares ao longo das eras se posicionaram contra as artes de adivinhação, recomendando cautela, e dizendo-nos que o único e verídico oráculo é o nosso coração aprimorado pelo trabalho evolutivo que fazemos a cada dia.


Maria Adelina de Jesus Lopes



Nota: como curiosidade envio link da lista (conhecida) das muitas palavras com o sufixo “mancia” para que tenhamos em conta o quanto existe de manipulação, manipulados e manipuladores








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