Maria
Madalena é reconhecida como Evangelista pelo Vaticano e o dia 22 de Julho
torna-se Festa Católica!
Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos
domingo, 24 de julho de 2016
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Maria de Magdala - 22 de Julho (dia de Maria Madalena)
"Lamentação" de Sandro Botticelli - 1445 |
A vibração do
teu nome estremece-me
Maria, Maria
Maria, Maria
Minha
fundação, minha torre, minha cruzada
Bem-amada
que outras esferas alumias
Abençoados
os tempos que te reconhecem
Minhas, as
gentes que te enobrecem
Meu sangue
continuado
Colo de
onde me levanto
Coração
onde me expando
quinta-feira, 21 de julho de 2016
Caminho Espiritual
Quem
decide seguir um caminho espiritual não deve esperar que os seus problemas
interiores sejam rapidamente resolvidos.
Nada
é mais difícil do que introduzir a ordem e a harmonia no seu mundo psíquico.
Pode até suceder que a pessoa se sinta ainda mais vulnerável do que antes. Por
quê? Porque a vida nova à qual ela procura abrir-se ocupa-se primeiro de
varrer, de limpar, muitas coisas nela. E então, que rebuliço, que
desestabilização!
É
tão salutar ela decidir dar uma melhor orientação à sua vida como é necessário
ela estar consciente das perturbações que essa decisão começará a provocar
nela. Senão, como não compreende o que está acontecendo, volta aos seus velhos
hábitos e terá de começar tudo de novo.
Para
por em ordem os seus problemas psíquicos é preciso realizar um trabalho
preciso, com um programa, e isso demora tempo, é verdade. Mas, a partir do
momento em que você define uma tarefa a cumprir, fica gravado um registro e as
forças do subconsciente começam a circular no interior dos canais que você
abriu. Quando a chuva cai, a água segue exactamente os sulcos que foram
cavados. Por isso, você deve preparar canais para que a nova vida possa
circular.
Como,
no passado, a Iniciação estava reservada a uma elite, uma elite moral, muitas
pessoas imaginam que dela faziam parte cerimónias misteriosas durante as quais
eram revelados grandes segredos. Não, a Iniciação estava reservada a alguns
seres não propriamente porque lhes faziam revelações que nem todos os ouvidos
deviam escutar. Então, por que era? Porque aqueles a quem se revelavam verdades
espirituais tinham todas as qualidades necessárias para as fazer frutificar
neles.
As
verdades espirituais só enriquecem aquele que tem inteligência para compreender
o uso que deve dar-lhes, um coração para as amar e desejar torná-las vivas em
si próprio e, além disso, uma vontade, tenacidade para perseverar no trabalho.
Aos outros, elas nada trazem, até são perigosas para eles. É como se se pusesse
caixas com fósforos nas mãos de crianças.
Numa
escola iniciática, o mais importante não são as verdades que lá são reveladas,
mas o que cada uma fará com essas verdades.
Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov
Falta de tempo?
Os
desabafos sobre a “falta de tempo” tornaram-se um vício de expressão.
O
"tempo" é o que queremos que seja, normalmente é o racional acomodado
e não a consciência superior que trata da nossa agenda, assim, as nossas
prioridades nem sempre são aquelas que poderiam trazer mais proventos a essa
mesma consciência.
Usamos e abusamos do factor tempo, ou da falta dele, como argumento e
desculpa para tudo, que pelas mais diversas razões não fizemos mas que a nossa
intuição nos alertou a fazer... Não temos falta de tempo, devemos é redefinir as nossas prioridades, e assumi-las.
As nossas
escolhas, como em tudo na vida, são a emissão de onda que vai retornar a
nós, mais fortalecida, com o conteúdo que emitimos.
Daí, que
a selecção de como ocupamos ou usufruímos do tempo é algo fundamental, e que
deve estar sempre norteada pela aprendizagem e o serviço. As escolhas, essas
deviam estar em consonância com a supra consciência, no entanto, esta é
geralmente suplantada pela vontade inferior.
O que
somos e como somos transforma e recria a nossa perspectiva do palco e da
actuação dos demais actores, com quem, noutras paragens e no mais profundo
amor, ensaiamos a obra da vida presente.
Pontos de
reflexão:
- Por que
é que não temos tempo…o que fazemos com ele?
- Nenhuma
das nossas tarefas é superior às nossas forças…será que as escolhemos bem?
- Que
credibilidade e aceitação devemos dar às forças que nos impelem para a
parafernália de actividades que tomamos como indispensáveis no nosso dia-a-dia?
Cada vez
mais, está actuante a Lei Universal da Atracção. Interiorizar esta regra é
fundamental, até porque as nossas "ondas de emissão" têm vários
canais desde os mais densos aos mais subtis. A palavra de ordem é Atenção!
- Atenção à vibração da nossa energia
- Atenção
aos pensamentos, à qualidade e utilidade dos mesmos
- Atenção
à energia que colocamos nos pensamentos e nas palavras, pois como disse o
Galileu: “Vós sois capazes de mover montanhas”, e assim é!
O nosso
poder é imenso, assim o saibamos usar a favor, ou contra o nosso crescimento
consciencial ou re_ligação espiritual.
Que a
nossa certeza seja apenas, a de que somos meros aprendizes numa longa jornada
existencial cuja boa-acção é tão só ter a consciência (por inteiro)
presente em cada segundo de existência. Uma consciência lúcida e
centrada é a “mestra“ mais fidedigna que podemos ter.
Maria
Adelina
quarta-feira, 20 de julho de 2016
O VERBO REPOUSAR
Porque resistimos
tanto a parar e a encontrar formas de repouso que nos devolvam a nós próprios?
Por uma razão simples: achamos que o activismo descomplica e a quietude nos
atrasa, abrindo o tampão das nossas motivações mais profundas.
Há um curioso conto da
sabedoria islâmica que fala de um homem que perde uma chave dentro de casa.
Porém, como no exterior há mais luz e se vê melhor, em vez de a procurar no
sítio onde a perdeu, vem colocar-se confortavelmente a buscá-la ali. Parece
bizarro, mas acontece-nos a todos com frequência: buscamos onde julgamos ser
mais fácil e não necessariamente no sítio onde seria razoável que o fizéssemos.
Por exemplo: porque resistimos tanto a parar e a encontrar formas de repouso
que nos devolvam a nós próprios? Por uma razão simples: achamos que o activismo
descomplica e a quietude nos atrasa, abrindo o tampão das nossas motivações
mais profundas. O movimento parece mais fácil: ele preenche o tempo, mantém-nos
ocupados dentro dos seus círculos em vertigem, enquanto o repouso tantas vezes
começa com a sensação de um esvaziamento, surpreendente, incómodo, duro de
lidar. Por isso fugimos do repouso verdadeiro, onde o encontro connosco
próprios é inescusável. Ocorre amiúde a pessoas sobrecarregadas de actividade
que decidem finalmente fazer um tempo de paragem ou de retiro. Não raro, a
primeira experiência por que passam é o desejo de escapar dali, considerando
que o retiro foi uma má opção, pois o que começam por sentir é um desamparo e
uma pobreza, como se estivessem, de repente, sozinhos a lutar com a sua noite.
E tinham colocado expectativas tão altas em relação àquele tempo de pausa. A
pressão ofegante parece, assim, mais útil: dá-nos o sentido, mesmo se irreal,
de que alguma coisa está a acontecer. Achamos que somos nós que corremos e a
paisagem está parada. Ainda que seja tudo ao contrário: a paisagem desloca-se
numa aceleração imparável e nós permanecemos fixos sem sair do lugar, cada vez
mais presos ao ponto onde nos encontramos. O ritmo ininterrupto das nossas
jornadas, embora nos atropele e progressivamente nos torne estrangeiros de nós
mesmos, como que nos empurra para a frente — e isso é bom; como que nos
coloniza por inteiro — e consideramos isso, por fim, até tranquilizante, pois
adia o confronto com a nossa existência desvitalizada. Deste modo, o motivo por
que desaprendemos a arte do repouso não anda assim tão longe da sabedoria reflectida
pela pequena história da tradição islâmica.
Thomas Merton, um mestre que precisamos de redescobrir, escreveu: “O caminho da quietude não chega a ser sequer um caminho, e quem o segue não encontra coisa nenhuma”. Soa estranho, não soa? Aprender a repousar é também aprender a libertar-se do imediatismo das nossas expectativas e dos nossos desejos muito idealizados. Repousar é dizer no fundo do seu coração: “Estou aqui à espera de nada”. E esse tempo inútil, esse contacto das nossas mãos vazias com a temporalidade pura, esse não ter planos, esse desistir de resolver problemas ou de pensar na pressão que representa o momento seguinte, esse ser simplesmente acaba por revelar-se mais reconciliador do que as nossas extenuantes e fragmentadas jornadas de corta e cola. O verbo repousar não é um verbo fácil. Se o não fosse não éramos tão errantes, tão sôfregos, tão atordoados, tão maquinais, a nossa respiração não seria tão férrea, e a hospitalidade que dedicamos à vida não seria tão imprecisa. Mas o repouso, o verdadeiro repouso, é uma daquelas experiências que nos abrem ao espantoso espectáculo da vida. Esse que comparece no poema de Emily Dickinson: “Como se eu pedisse uma simples Esmola/ E na minha mão maravilhada/ Um Estrangeiro depusesse um Reino,/ e eu ficasse de boca aberta —/ Como se perguntasse ao Oriente/ Se tem uma manhã para me dar —/ E ele abrindo os seus Diques de púrpura,/ Me despedaçasse com a Madrugada”.
José Tolentino Mendonça
segunda-feira, 18 de julho de 2016
HINO AO ESPÍRITO
A
monotonia tem o seu lado oposto à criatividade e esta chega com o despertar da
Consciência num ideal superior. Privar-se da riqueza espiritual, ou seja, de
viver o lado mais sagrado é limitar a infinita e vasta acção criativa do
Espírito. Cada ser que admite a existência do seu próprio Espírito, já é
indicativo da tomada de Consciência para sair da acomodação a uma vida sem
sentido superior e, revolucionar a sua atitude mental para perspectivas
elevadas.
Como podem as pessoas viver vidas tão enfadonhas num contexto material e denso, sem o ideal espiritual?
Assim, só quando se assume a Essência, que é o Espírito se valoriza o caminho a percorrer para essa vivência superior. A busca incessante pelas manifestações e proveitos materiais é o resultado daquilo que é somente visível aos olhos humanos; o de rejeitar das manifestações das esferas superiores invisíveis relativos ao Espírito ou à Consciência, sendo esta a única realidade que pode penetrar nos dois mundos: o visível e o invisível.
Na verdade, a percepção do mundo superior só se torna possível àquele que apurou a sua sensibilidade psíquica e mental para acreditar por si mesmo nessa realidade. Contudo, esta cadeia da existência nunca é interrompida quer acreditemos ou a rejeitemos; faz parte do universo em que vivemos. Agora quando o ser é consciente destes mundos – o divino e o material - está a afirmar esta cadeia de interacção gerida dos mundos superiores.
Tudo é permeado pelas incessantes energias que circulam no Cosmos e o homem não está excluído do poder do Espírito que o liga à Mente Superior. Aceitar os princípios da Existência tendo como fundamento o Espírito, encontra-se naturalmente a compreensão da inextinguível corrente da Vida.
Como podem as pessoas viver vidas tão enfadonhas num contexto material e denso, sem o ideal espiritual?
Assim, só quando se assume a Essência, que é o Espírito se valoriza o caminho a percorrer para essa vivência superior. A busca incessante pelas manifestações e proveitos materiais é o resultado daquilo que é somente visível aos olhos humanos; o de rejeitar das manifestações das esferas superiores invisíveis relativos ao Espírito ou à Consciência, sendo esta a única realidade que pode penetrar nos dois mundos: o visível e o invisível.
Na verdade, a percepção do mundo superior só se torna possível àquele que apurou a sua sensibilidade psíquica e mental para acreditar por si mesmo nessa realidade. Contudo, esta cadeia da existência nunca é interrompida quer acreditemos ou a rejeitemos; faz parte do universo em que vivemos. Agora quando o ser é consciente destes mundos – o divino e o material - está a afirmar esta cadeia de interacção gerida dos mundos superiores.
Tudo é permeado pelas incessantes energias que circulam no Cosmos e o homem não está excluído do poder do Espírito que o liga à Mente Superior. Aceitar os princípios da Existência tendo como fundamento o Espírito, encontra-se naturalmente a compreensão da inextinguível corrente da Vida.
Maria
Ferreira da Silva
Spiritus
Site
terça-feira, 12 de julho de 2016
sábado, 9 de julho de 2016
Para
Onde Corres Coração?
“A coisa mais indispensável ao
homem, é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.
Platão”
Platão”
Contrariando
o dicionário, penso que inquietude, não é o mesmo que inquietação.
- Inquietação é preocupação, consumição,
ansiedade, medo.
Inquietude:
Inquietude:
-
É o doce toque do acordar, é a vontade do vislumbrar.
-
É suave tremor d`Alma, gota de orvalho cristalina.
Inquietude,
é a característica mais notória em todos os Seres que buscam a senda.
É
também, aquela que provoca mais desvios da própria senda.
Na
procura intensa do enlace celeste, abrimos os portões da inquietude de par em
par.
Sofregamente
absorvemos de todos os açudes, no entanto, as mós do moinho continuam
suspensas.
A
inquietude é a mola que impulsiona, a perseverança é a pedra que edifica.
A
inquietude, abre as comportas do conhecimento, a perseverança, transmuta-o em
sabedoria.
É
imperativa a assimilação do conhecimento adquirido, para
que o saber, se funda no Ser.
Perseverança
é fé, é compromisso.
Sem
pratica pela perseverança, todas as nossas experimentações, são barro moldado,
mas não cozido. Quebram-se com a brisa, desfazem-se como neve ao sol.
Em
muitos corações, o lugar da perseverança é ocupado pela insegurança, pela
frustração, pelo medo, e aí, torna-se inconstância.
Na
perseverança, o coração flui, voa, sem perder o rumo.
Na
inconstância, o coração corre, desvairado, sem mapa nem bússola.
Apenas
no encontro com a nossa veracidade, podemos encetar o Caminho. Apenas na
perseverança o podemos tornar em via láctea, pejado de estrelas luminosas.
O
Caminho, é escolha, é decisão, é retirar amorosamente as pedras que pendem do
nosso alforge, é desprender as amarras, pois com elas, não podemos voar.
Maria
Adelina
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Requiem para a Imprensa
Sabemos todos onde leva isto. Os holocaustos não
acontecem da noite para o dia e estamos outra vez no caminho que vai dar a
barbáries
Há cem anos estávamos aqui. A internet não nos
salvou da manipulação da opinião pública no sentido de extremar as opiniões, de
acentuar os nacionalismos, nem do uso do medo para o conseguir. Sabemos todos
onde leva isto. Os holocaustos não acontecem da noite para o dia e estamos
outra vez no caminho que vai dar a barbáries.
A imprensa em muito tem contribuído para isto. É
verdade que a internet diversificou as vozes e o acesso, mas também é verdade
que mudou as regras do jogo. Para sobreviver, quero acreditar, a imprensa vê-se
obrigada a servir uma lógica de comércio. Títulos que levam a cliques ganham,
notícias que vendem ganham, o fácil, imediato ou escandaloso ganha cada vez
mais espaço na agenda noticiosa e a abordagem da imprensa aos acontecimentos é
deturpada pela necessidade de cativar o clique e de manter o espectador. A
notícia agora tem também de ser entretenimento.
As fronteiras entre imprensa pop e imprensa de
referência dissolveram-se e é cada vez mais difícil acreditar no que vem nos
media. É que os media já nos enganaram muitas vezes, a nós, que vivemos em
países democráticos e acreditávamos que a propaganda era coisa de literatura
distópica e estados totalitários.
A ideia romântica de que a imprensa relata factos,
defende a verdade e está acima de interesses foi assassinada pelas suas
associações políticas e financeiras. Do Brexit ao impeachment de Dilma, são
gritantes as consequências da manipulação da população através de inverdades e
distorções nas primeiras páginas dos jornais, nas capas de revistas, nas peças
dos telejornais.
Enquanto a imprensa não tratar de si e não for ela
mesma a garantia da sua idoneidade, teremos de ser nós a questionar toda a
informação que nos chega e a perguntar se haverá interesses disfarçados por
trás das notícias, se alguém terá alguma coisa a ganhar com a abordagem ao
assunto e, principalmente, que ideia sobre o mundo e a vida nos está a ser dada
a engolir.
Acreditar é um perigo, é dar de bandeja o poder de
construir a nossa realidade a outros. O homem que questiona é livre, e só esse
homem pode esperar alcançar um vislumbre da verdade e cruzar a vida sem estar à
mercê de manipulações e interesses alheios.
O futuro dos media tradicionais está nas suas
próprias mãos.
Não sei como poderão sobreviver ao perderem aquilo que os
diferencia, que é nada mais do que o facto de serem uma referência, o que se
traduz na confiança que temos em relação à informação que nos passam.
Esta confiança foi traída e ou a imprensa
tradicional nos prova que está acima de interesses económicos e de grupos, ou o
seu futuro avista-se curto. É que a informação anda por aí e não há tempo para
se viver enganado.
Sónia Balacó
A
ilusão da política e da economia
Criou-se o hábito de procurar soluções políticas e
económicas para a maioria dos nossos problemas e não se vê que esse é um dos
nossos maiores problemas.
Porque a raiz dos nossos problemas, a começar pela questão milenar do sofrimento e da insatisfação, tem a ver com a percepção do mundo e logo com o estado da mente ou da consciência. Ou seja, com uma dimensão do humano e da sua relação com a realidade da qual a política e a economia não se ocupam e sobre a qual só muito exterior e indirectamente influem.
Porque em geral as preocupações políticas e económicas vêm da incapacidade de ver que os problemas que a política e a economia tentam resolver têm a sua origem a montante, numa dimensão da interioridade humana a que políticos e economistas por norma são alheios.
Nesse sentido, pode dizer-se que o centramento na política e na economia, e a expectativa de que, sem estarem ao serviço de uma visão mais ampla, possam mudar efectivamente o mundo, tende a convertê-las, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, em forças de bloqueio e oposição à real evolução da humanidade, que exige uma transformação profunda do regime de consciência e de percepção do mundo.
Ao canalizar as energias da humanidade e a aspiração a uma mudança profunda para a gestão da ordem do mundo ou para reformas sempre parciais e superficiais, resultantes do desejo de administrar os egoísmos individuais e colectivos, procurando consensos, a política e a economia, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, tendem a ser sempre conservadoras e reaccionárias. E, acima de tudo, uma grande ilusão, apenas atraente para mentes imaturas.
Porque a raiz dos nossos problemas, a começar pela questão milenar do sofrimento e da insatisfação, tem a ver com a percepção do mundo e logo com o estado da mente ou da consciência. Ou seja, com uma dimensão do humano e da sua relação com a realidade da qual a política e a economia não se ocupam e sobre a qual só muito exterior e indirectamente influem.
Porque em geral as preocupações políticas e económicas vêm da incapacidade de ver que os problemas que a política e a economia tentam resolver têm a sua origem a montante, numa dimensão da interioridade humana a que políticos e economistas por norma são alheios.
Nesse sentido, pode dizer-se que o centramento na política e na economia, e a expectativa de que, sem estarem ao serviço de uma visão mais ampla, possam mudar efectivamente o mundo, tende a convertê-las, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, em forças de bloqueio e oposição à real evolução da humanidade, que exige uma transformação profunda do regime de consciência e de percepção do mundo.
Ao canalizar as energias da humanidade e a aspiração a uma mudança profunda para a gestão da ordem do mundo ou para reformas sempre parciais e superficiais, resultantes do desejo de administrar os egoísmos individuais e colectivos, procurando consensos, a política e a economia, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, tendem a ser sempre conservadoras e reaccionárias. E, acima de tudo, uma grande ilusão, apenas atraente para mentes imaturas.
Paulo Borges
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