Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Porque celebramos o "Halloween"?





Este novo hábito é uma boa mostra do encarceramento robótico e da manipulação mercantil.
Na Europa e concretamente em Portugal, porque se festeja o  "Halloween"? A própria palavra, um estrangeirismo de significado mal definido é uma agressão aos nossos costumes e cultura.
"Halloween" é uma festa do negativo, do medo, do susto, da desvalorização da vida, da angústia, da “decomposição” de valores.
Mas tornou-se um mega negócio de consumismo cego cujos artigos são maioritariamente agressores do meio-ambiente que nos próximos dias vão encher as lixeiras e consequentemente, a terra, o ar, o mar…
Com tanta beleza e hábitos bons que temos para honrar, porque celebramos e inculcamos tanta feiura nas nossas crianças?
Pensemos, pensemos, pensemos…

Por favor, acordem!...

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Doutor porque não olha para mim?


Doutor porque não olha para mim?

Sabe por quantos programas informáticos o seu processo clínico vai passar, simplesmente para ter uma consulta na sua unidade de saúde? 25 programas informáticos que estão longe de estarem optimizados!
Quer perceber porque o seu médico não olha para si? Eu explico.
Sabe por quantos programas informáticos o seu processo clínico vai passar, simplesmente para ter uma consulta na sua unidade de saúde? 25! Sim, vinte e cinco programas informáticos que estão longe de estarem optimizados para articularem entre si.
Todo o nosso mundo está assente em programas informáticos. O que é bom. Facilita muito o trabalho de todos. Mas só facilita quando funcionam. No caso do SNS, muitas vezes não funcionam.
No dia-a-dia, uma unidade de saúde funciona da seguinte maneira: Quando o médico entra ao serviço coloca a sua impressão digital no programa SISQUAL, isto claro quando funciona, quando não funciona tem de telefonar para os serviços centrais para avisar que o médico chegou, mas que não pôde validar a sua presença. Todos os dias o médico tem de alterar o seu horário informaticamente porque as consultas atrasam e se sai mais tarde para o almoço, também volta mais tarde e tudo isso tem de estar justificado.
Depois chega o utente que faz a sua inscrição no KIOSKE, introduzindo manualmente o seu número do SNS. Filas de utentes se acumulam neste processo. Esse programa está ligado ao SINUS que actualiza diariamente os dados no registo nacional de utentes, RNU.
Quando o utente está inscrito, dirige-se à enfermeira que, através do sistema SAPE, faz os seus registos clínicos, regista os fármacos no programa GRT, as vacinas no RCV. O administrativo verifica no sistema MARTA se o utente tem algum procedimento de enfermagem em dívida.
Quando o médico recebe a informação no seu próprio sistema, SCLINICO, de que o utente está inscrito e já observado pela equipa de enfermagem, faz a sua consulta. Se verificar que precisa de encaminhar o utente para outra especialidade utiliza o ALERT. Se precisar de obter informação sobre consultas hospitalares fá-lo através do PDS. Excepto as análises. Essas estão disponíveis no LAB. As ambulâncias são pedidas através do SGTD, as baixas médicas no CIT, as colpocitologias no SIIMA, os anticoagulantes são controlados no GOTA, os fármacos são prescritos no PEM. Se este não funcionar os médicos estão proibidos de prescrever manualmente. As doenças de declaração obrigatória são registadas no SINAVE, as reacções adversas medicamentosas no RAM e os atestados para as cartas de condução são elaborados no ACC. A consultas de estomatologias são pedidas pelo SISO e os cuidados continuados pelo RNCCI. A avaliação dos indicadores é feita através dos sistemas MIM@UF e SIARS. E finalmente as certidões de óbito são elaboradas no SICO.
Ficou cansado? Compreendo-o!
Esqueci-me de algum? É possível!
A maioria destes programas necessitam de passwords diferentes, têm bugs frequentes, perdem informações clínicas relevantes e são muito pouco user friendly.
Quando aumentam as queixas dos utentes relacionadas com o tempo que o médico passa a olhar para o ecrã em detrimento da consulta em si, numa altura em que se exigem cada vez mais e melhores resultados aos funcionários públicos nomeadamente aos médicos, quando se querem ganhos em saúde, quando se querem mais utentes observados (mas estaremos em alguma linha de montagem?), não seria melhor optimizar todas estas ferramentas, também para evitar o burnout dos médicos?
Não sei quanto custou a instalação de todos estes programas, nem sei quanto custa o aperfeiçoamento dos mesmos, mas existe alguém que está a ser seriamente prejudicado com tudo isto, e esse alguém é o utente.
Percebe agora porque o seu médico não olha para si? Sim, não tem desculpa, mas…
Felizmente conheço muitos colegas, que mesmo com todas estas dificuldades, continuam a considerar os utentes como prioridade, mesmo que não seja essa a sensação do utente!
Entretanto, é possível que no tempo que gastou a ler este texto, mais algum programa tenha sido acrescentado e, portanto, este texto pode já estar desactualizado.
As minhas sinceras desculpas.

Hugo Pinto Gonçalves

Médico






terça-feira, 16 de outubro de 2018

Um texto de Miguel Sousa Tavares que ilustra a situação do nosso país


“Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa.
Tanto para lá como para cá, é uma autoestrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as autoestradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
– É sempre assim, esta autoestrada? – Assim, como? – Deserta, magnífica, sem trânsito?
– É, é sempre assim.
– Todos os dias?
– Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
– Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
– Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
– E têm mais autoestradas destas?
– Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. – respondi, rindo-me.
– E, já agora, porque é que a autoestrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
– Porque assim não pagam portagem.
– E porque são quase todos espanhóis?
– Vêm trazer-nos comida.
– Mas vocês não têm agricultura?
– Não: a Europa paga-nos para não ter.
– E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
– Mas para os espanhóis é?
– Pelos vistos…
– Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
– Mas porque não investem antes no comboio?
– Investimos, mas não resultou.
– Não resultou, como?
– Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
– Mas porquê?
– Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não ‘pendula’; e, quando ‘pendula’, enjoa de morte.
– Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de ‘modernidade’ foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
– E gastaram nisso uma fortuna?
– Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos…
– Estás a brincar comigo!
– Não, estou a falar a sério!
– E o que fizeram a esses incompetentes?
– Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa.. . e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
– Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
– Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
– Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
– Mas, ao menos, o TGV vai direto de Lisboa ao Porto?
– Não, para em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, para em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, para em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, para numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, para em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, para em Lisboa, em duas estações.
– Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
– Isso mesmo.
– E como entra em Lisboa?
– Por uma nova ponte que vão fazer.
– Uma ponte ferroviária?
– E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
– Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
– Pois é.
– E, então?
– Então, nada. São os especialistas que decidiram assim. Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
– E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a autoestrada está deserta…
– Não, não vai ter.
– Não vai? Então, vai ser uma ruína!
– Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico!
– A exploração é que vai ser uma ruína – aliás, já admitida pelo Governo – porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
– E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
– Não! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
– E vocês não despedem o Governo?
– Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo…
– Que país o vosso!
– Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
– Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
– O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
– A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
– Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
– É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
– E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
– O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
– Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
– É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
– Não me pareceu nada…
– Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000.
– O que está a crescer são os voos das low cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
– Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
– Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
– E tu acreditas nisso?
– Eu acredito em tudo e não acredito em nada.
– Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
– Um lago enorme! Extraordinário!
– Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
– Ena! Deve produzir energia para meio país!
– Praticamente zero.
– A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
– A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
– Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar.. ou nem isso?
– Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
– Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
– Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
– Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
– Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
– Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento.. E suspirou:
– Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal!
– Olha-me só para esta autoestrada sem ninguém!…”

Fonte: Expresso



domingo, 14 de outubro de 2018

A Fátima que vi


Fui a Fátima, no passado mês de Setembro. Já lá não ia há cerca de 18-20 anos. Fiquei brutalmente espantada com o crescimento da cidade quer no que diz respeito a habitações quer no que diz respeito a unidades hoteleiras. Proliferam, como seria de esperar, lojas, parques de estacionamento e um sem número de congregações e associações de apoio aos peregrinos.
O Santuário propriamente dito, para além de me deixar brutalmente espantada deixou-me estupidamente estupefacta. Passo a explicar os advérbios de modo.
Não conhecia a moderna Igreja da Santíssima Trindade. A sua grandiosidade deixou-me perplexa no que diz respeito à sua dimensão e também à riqueza de materiais. Fiquei igualmente admirada com as filas para comprar a "cera" para pagar promessas e com as filas para pagar essas mesmas promessas. As velas são acesas e literalmente atiradas para dentro de fornos que mais me fizeram lembrar o purgatório (se é que este existe). Há uma proliferação de caixas de esmolas colocadas em locais estratégicos. A Basílica da Nossa Senhora do Rosário alberga os túmulos dos três pastorinhos: túmulos sóbrios, mas ricos de materiais. Como poderia ser de outro modo? 
Poderia perder-me em outras tantas considerações e igual número de constatações, mas o importante é que me foquei praticamente em duas questões:
1ª Para onde vai tanto dinheiro?
2º Como pode a Fé ser negociada naqueles termos ou noutros quaisquer?
Considera-se que o Santuário de Fátima é um lugar sagrado. Confesso que de sacralidade pouco ou nada percebi. A Fé não se negoceia. Não pode ser uma mercadoria transaccionável. A verdade é que somos todos sofredores de Fé que deve ser um estado intimista e que, a meu ver, deve seguir uma espécie de interacção com o divino, como se de uma Ponte se tratasse. Nós e Deus! Nós e o Divino, num diálogo permanente, crítico e autocrítico, construtivo, apaixonante e amoroso. Um diálogo corajoso que nos permita identificar e assumir os pontos fracos das nossas Pontes. E corrigi-los com humildade.
Não senti nada disto em Fátima. Não senti o coração apertado de emoção. E fiquei triste e desiludida porque gostaria de me ter sentido emocionada.
E volto a perguntar: para onde vai tanto dinheiro? Para alimentar a opulência? Esta não é a Igreja que Cristo estabeleceu na pregação da Sua Doutrina. A Igreja de Cristo, não estará onde estiver o bem, a compaixão, o amor, a Missão? 
O Iémen situa-se a 6.074 Km de Portugal e neste País " A ONG britânica Save The Children alertou esta quarta-feira para a realidade vivida pelas crianças do Iémen. Mais um milhão de crianças está em risco de fome, subindo o número para 5,2 milhões de crianças que vivem nestas condições", assim como o Relatório da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2018, divulgado esta terça feira, por cinco agência da ONU refere que "O número de pessoas subnutridas aumentou de 804 milhões em 2016 para cerca de 821 milhões no ano passado. O mundo regressou a níveis registados há 10 anos".

Para onde vai tanto dinheiro e onde está a Igreja de Cristo? 

E posto isto, para onde vamos nós, pequenos pagadores de promessas?


Elisabete Pinho



quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O Nosso Blogue cumpre 5 anos de existência - Grata a todos quantos têm partilhado connosco esta "Ponte"




Pontes para Deus

Busca incessante e contínua, busca inconsciente da génese, comum a todos os Seres.
Como pássaros errantes vamos procurando o que não se encontra em lado nenhum além de nós, e dos nossos “milagres”. Então, munidos de querer, vamos desenhar o mapa de um novo amanhecer.
Como num mar sem horizonte, quantos se perdem na busca inglória de arranjarem tempo ou condições para encontrar Deus, sem perceberem, que são alimento, exemplo, força, trilho seguro, onde outros barquinhos aprendem a navegar.
A preocupação maior deveria ser, o que fazemos com a essência de Deus em nós? Quanto de honra e louvor a Deus tem cada um dos nossos actos endossados aos outros? Quanto de gratidão viva, palpitante, sentimos pelo que de outros recebemos, porque tudo são “milagres”, degraus de ascensão.
Deus esmorece no discurso ressequido há séculos nas páginas de um livro, porque Ele está vivo! Vive em cada filamento de luz que acendemos ou apagamos no dia-a-dia, na virtude ou no mal que cabe em cada acção por nós emitida.
Percebamos, em confiança plena, que estamos no lugar, na hora, e com as ferramentas certas, para a concretização de mais um etapa da corrida de estafetas, onde  a amorosa passagem do testemunho, o respeitar, estar, Ser, é espelho reflector dessa luz interior que nada pode conspurcar… Criemos pontes para Deus, porque aqui só para nós, enquanto nos cansamos e extraviamos buscando Deus fora de nós, é Ele, que amorosa e pacientemente aguarda que abramos a porta do coração onde possa, de novo, erguer o Seu bastião, fundar o Seu reino, do qual, nunca abriu mão…Criemos pontes, por onde Ele, através de nós, possa passar.


Maria Adelina



sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Não existem drogas leves, mas sim, dependências e consequências muito pesadas




11 Razões para dizer Não às drogas "leves"

1ª - Cada dia que passa a comunidade científica menos aceita a divisão entre drogas “leves” e “duras”, por reconhecer que o efeito das drogas depende muito mais da idade e das características do hospedeiro que as recebe, do que das propriedades químicas delas próprias, podendo uma droga dita “leve” como a marijuana ou o haxixe, se consumida por um indivíduo de 14 anos, com toda a imaturidade própria da idade, ser muito mais gravosa que uma droga dita “dura” como a cocaína ou a heroína, se estivermos na presença de um adulto de 50 anos com uma vida pessoal e profissional bem estruturada.
2ª - Senão vejamos: o adolescente deve operar a passagem da infância à idade adulta.

Em lugar de se confrontar com a realidade, a fim de realizar a sua maturação psicológica e a sua adaptação, ele, através do consumo do haxixe ( droga por onde normalmente se começa ), vai refugiar-se num mundo imaginário.

Não esquecer que o desenvolvimento psicológico sofre um retrocesso desde o momento em que o indivíduo se torna um consumidor regular.

Os riscos são múltiplos e muitas vezes isso pode impedir o jovem de desenvolver as suas capacidades e de encontrar satisfações de outro modo que não seja através de drogas, mesmo que elas tenham a “inocência” do haxixe, não conseguindo deixar de andar de outra maneira que “de cabeça cheia” de qualquer coisa, nem que seja de álcool.
3ª - Isto já de si é perigoso, mas pode ser ainda mais, se fizer despertar aquilo que “dorme” dentro dele e que em muitos casos é preferível não abordar muito bruscamente neste período da vida.

Nós temos todos em nós predisposições psicológicas pouco conhecidas e avaliamos mal os riscos.

Por exemplo, se um adolescente tiver tendências psicóticas ou paranóicas, a tomada de drogas, mesmo que sejam “leves” como o haxixe, pode fazer sobressair esta estrutura e a sua personalidade dar assim irreversivelmente uma volta enorme do dia para a noite.*

* ( Excerto do livro “Ser herói para a heroína” do autor)
4ª - O fenómeno da “tolerância”, isto é, a necessidade de aumentar as doses para sentir os mesmos efeitos, empurra uma grande parte das vezes o consumidor de haxixe para a droga rainha – a heroína.
5ª - Heroína que é ainda muitas vezes a droga recomendada pelo “dealer“ que “esgotou” o stock de haxixe, e que “simpaticamente” anuncia à sua vítima, que para não ir de mãos a abanar, como ele (a) até é boa pessoa, daquela vez até lha dá de borla...
6ª - Para a generalidade das pessoas o “des” é interpretado como demissão, derrota, ou seja, convite para darem espaço às drogas nas suas vidas, para as aceitarem e se acomodarem a elas em detrimento do sentimento natural de aversão perante algo que, como se sabe, reconhecidamente modifica a disposição e os sentimentos, provoca dificuldades na atenção e na memória, aumentando as dificuldades em resolver problemas – com consequente quebra de rentabilidade escolar ou laboral – podendo afectar por último, mais tarde, a sua personalidade.
7ª - Dizer que uma maior disponibilidade das drogas e a sua aceitação sócio-legal, não iria aumentar o seu uso, seria, pensamos nós, desafiar a natureza humana.
8ª - Para nós, a mensagem que a descriminalização das drogas leves transporta é que se o seu uso é benevolente então é porque não faz mal!

“Se fossem assim tão más elas não seriam descriminalizadas” seria esse, a nosso ver, o pensar de uma grande parte das pessoas!
9ª - Como corolário lógico, não espanta que tenha aumentado substancialmente o número de consumidores de haxixe (segundo o relatório do I.N.A., entre 1999 e 2004 registou-se um aumento de 46% entre indivíduos em idade escolar ) dos quais, com muita probabilidade, alguns deles, como se traduz no ponto 4º, irão engrossar mais tarde o pelotão dos consumidores de cocaína e heroína, aumentando exponencialmente as listas de espera das unidades de tratamento de toxicodependentes.
10ª - Com a descriminalização, em 2001, ao contrário do que muitos calcularam, não se reduziu a criminalidade directamente associada à droga.

Pelo contrário, registou-se um aumento de 9% nos últimos anos como referiu o relatório do I.N.A.

Porquê? Porque as pessoas continuaram a cometer crimes sobre a influência das drogas e continuaram a precisar de dinheiro para as comprar.

E como o consumo aumentou – por uma maior aceitação sócio-legal – não deixa de ser então lógico pensar que o crime o tenha acompanhado exponencialmente.
11ª - Com a aprovação da lei em Portugal que em Julho de 2001 descriminalizou o consumo, a posse e a aquisição para o consumo de todas as drogas, dever-nos-emos consciencializar que vai ser cada vez mais complicado pretender que alguém que se debata no terreno com um problema de toxicodependência procure com a brevidade desejável ajuda, por deixar de sentir suficientemente obstacularizado o seu comportamento, por ver removido por quem deveria olhar por si, o ónus da sua atitude desviante, dando-lhe a entender que até 10 doses, como estipula a lei,... tudo bem meu!
Nota do autor: Se considerarmos que, como poderia dizer La Palisse, o combate do problema da toxicodependência passa pela redução do número de toxicodependentes... , então parece-nos a nós que será dificultando a obtenção das drogas, reforçando uma correcta educação anti-droga e melhorando as condições dos actuais consumidores pela exigência de um tratamento sustentado no conhecimento e compaixão, que conseguiremos cumprir o nosso papel enquanto cidadãos.

Se considerarmos este (quanto a nós) despudorado convite para o abismo, assinado já há uns anos pelos governos do nosso país, então a fórmula de sobrevivência que propomos para fazer face ao seu depressivo cinismo, é agarrar aquilo que agora, como ontem como sempre nos pode valer, ou seja, as balizas orientadoras constituídas pelas causas, pelos valores e pelos princípios, condimentos que estimularão depois as verdadeiras e naturais ligações emocionais, virando as pessoas umas para as outras, induzindo nelas sensações satisfatórias de eficácia e diversão e um racional sentido de responsabilidade por si e pelo próximo, ajudando-as a encontrar dessa forma um sentido real para a autenticidade da sua existência.

Manuel Pinto Coelho
(Presidente da APLD)

Manuel Pinto Coelho
Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Director Clínico do Serviço Médico Permanente S.A. desde 2003. Desempenhou funções em diversos organismos privados ligados à problemática da droga e é presidente da Associação Para Um Portugal Livre De Drogas(APLD) desde a sua fundação em Julho de 2004. É autor de vários livros dedicados à temática da Toxicodependência.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Drogadição



Amigos, contrariamente ao que muitos pensam, a ameaça está presente e agora de parte daqueles que deviam proteger os nossos jovens. 
É tempo de alerta para a ponderação de temas fundamentais ao positivo crescimento social, humano e espiritual, pertinente à reflexão destas causas fundamentais.
Partilho um texto e um vídeo de proveniências bem diferenciadas, mas  bem demonstrativos do quanto toda droga é nefasta, toda, dado que a capacitação mental da maioria da humanidade actual não lhes permite ou concede o auto controle, a responsabilidade de escolhas, o que ao existir liberalização ao comércio e consumo de drogas cairiam, especialmente os jovens, no hábito da alienação, e consequentes sintomas e danos que como sabemos são destrutivos da dimensão holística que nos compõe.
A liberalização das drogas seria um retrocesso civilizacional imensurável, com todas as derivações de perversidade que a drogadição inflige ao comportamento dos seres humanos.
Recomendo a vossa melhor atenção para o texto, e para os movimentos políticos (sim no nosso País) que tentam a implementação de mais uma "pena de morte" para os homens e mulheres do amanhã, ou seja, os nossos filhos e netos.

Maria Adelina

https://psicologiaespirita.blogspot.com/2010/05/drogadicao.html

https://www.youtube.com/watch?v=MqhGp6L8MPg&feature=youtu.be

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Os EMC e as nossas escolhas




O Caminho para a transformação da Consciência Social, é,
em prioridade, o da evolução da Consciência Espiritual



Outros Estados de Consciência


Alem dos EAC – Estados Alterados de Consciência, como sejam, entre outros, o estado de incorporação semiconsciente ou inconsciente ou a canalização, nas suas variadas vertentes, vamos debruçar-nos sobre outros estados de consciência.
Os EMC – estados modificados de consciência, diferem dos anteriores na medida em que são normalmente provocados por estímulos exteriores, o que pressupõe uma escolha individual.
Entre estes, podemos separar nitidamente os que podem levar a patamares de ascensão, e os que promovem estados autodestrutivos.
Estes últimos, arrastam pesadas e graves consequências para o sistema físico e cármico.
Nesta categoria, temos a intoxicação pelo álcool, pelos fármacos, pelas drogas, pelo tabaco e a ingestão de determinados alimentos.
Estes agentes intoxicantes, além de provocarem a habituação e a dilaceração do corpo etérico, acabam por causar danos graves no corpo físico.
Os EMC desta categoria promovem também, alterações do veículo emocional e da personalidade, acrescidos que são, e de forma negativa, pela energia deletéria de entidades astrais sintonizadas com a adição a estas substâncias ou elementos.
Sabemos, que pelo tipo de vibração emitida, atraímos, sempre e continuamente, energias afins.
Estas por sua vez têm a capacidade de estimularem no usuário, quer a adição, quer as facetas de personalidade que a intoxicação exacerba, como por exemplo o entorpecimento mental, a ira, o desenraizamento do seu meio ambiente, além do agravamento de patologias de foro psíquico que possam existir.
Mas assinalemos agora algumas práticas, que devidamente assimiladas, podem elevar a consciência a um estado de libertação dos padrões ditos normais, promovendo uma expansão, além dos limites da consciência vigilante.
Nesta categoria podemos considerar:
A Meditação – O Yoga – O Budo ( artes marciais) – Terapias Energéticas – a Oração
Outras existem menos comuns ou acessíveis, como o estudo profundo do Sufismo ou da Cabala, assim como Ritos Iniciáticos Herméticos, ou ou Tântricos.
Estas práticas conduzem de forma natural e gradual, a uma maior lucidez, focalização, a uma via de transcendência para uma consciência superior.
Estes estados visam e proporcionam o auto-conhecimento, e a interacção harmoniosa do Eu com o Todo.
Nestes processos, além do fenómeno cognitivo, acontecem também alterações do humor, emocionais, e até de personalidade, que pela qualificação vibracional, elevam as pessoas ao patamar do transpessoal.
O Estado Transpessoal, é a obtenção gradual da transformação completa do Ser.
Do deixar para trás o individualismo egóico, pela assunção da unicidade plena, onde o altruísmo real, será a base da consciência da nova humanidade.


A.