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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Haja Coragem! Abençoado seja quem a tem.



Posso ainda defender Serralves? 


Já que tanta gente se acobarda, com medo ser considerada inculta, troglodita ou reacionária, perante o que se passou em Serralves, deixem-me dizer uma coisa que penso todos os pais, avós, curadores, educadores ou outros que tenham relação direta com crianças compreendem: acho bem que se coloque um limite de idade para certas criações artísticas, nomeadamente as de Mapplethorpe
Perdoem-me não ser assim tão rebuscado. Mas pergunto se os defensores de tudo aberto, sem restrições, alguma vez viram fotografias deste autor? Se sim, pergunto-lhes se as veriam com a filha ou filho de 12 ou 15 anos ao lado? E com a mãezinha? Não creio. E não me venham com arte, pura arte; Pasolini é um enorme cineasta e eu, ainda hoje, com as filhas criadas e maiores, não me sentiria à vontade para estar com elas a ver o filme “Salò ou os 120 dias de Sodoma”. Por isso, sim, agradeço que me avisem.
Do mesmo modo, o Marquês de Sade tem uma arte estranha e provocadora na literatura. Talvez por isso, seja também detestado por muita gente. Quando alguém pega num livro como ‘A Filosofia da Alcova’, não está preparado para uma sessão de leitura. O livro é mau (não na forma, nem nos diálogos e menos ainda por falta de imaginação). É mau porque exalta a maldade para quem o sexo tem um lado punitivo, totalmente afastado do amor. Não vejo grande diferença entre Sade e Mapplethorpe e agradeço que se um dia alguma instituição se lembrar de fazer leituras de Sade avise que não podem entrar crianças.
O aviso (se é aos 18 ou aos 16, idade de consentimento para o sexo, não faço ideia) é fundamental. Ninguém pode ver, ouvir ou sentir o que não quer. Curiosamente, esta sociedade da grande liberdade artística é a mesma que condena violentamente a reprodução de imagens de pedofilia ou de violência e assédio. Não digo que não devam ser condenados, mas terão de compreender que há uma contradição entre esta violência sexual de Sade ou Mapplethorpe e a recusa do assédio e da pedofilia (concretamente, a Sade nem lhe deveria passar pela cabeça que havia algo de errado na pedofilia, aliás como aos gregos e romanos do período clássico).
A censura, tal como ela existiu em Portugal, era decidida pelo Estado, por organismos que diziam o que deve e não deve passar, ser exibido, vendido, etc
A civilização consiste no alargamento da liberdade, e esta não existe sem responsabilidade. Por isso, quando um grupo de ignorantes se põe aos berros a dizer que há censura, gostava de lhes dizer algo simples: a censura, tal como ela existiu em Portugal, era decidida pelo Estado, por organismos que diziam o que deve e não deve passar, ser exibido, vendido, etc. Quando essa decisão é dos exibidores, dos autores, dos distribuidores e de todos os envolvidos nos assuntos em causa, chama-se responsabilidade e regulação. Se Serralves não quer mostrar aos meninos das escolas que visitam o seu magnífico jardim e as suas exposições fotografias sadomasoquistas, por muito valor artístico que tenham, eu aplaudo. Há um tempo para tudo.
Estes movimentos que nascem e desenvolvem-se nas redes sociais têm outro aspeto interessante: não se veem as imagens que podem ser polémicas. Assim como nos jornais. Sabem porquê? Porque as plataformas Facebook, Google, etc. não permitem a divulgação de imagens assim. E porque os jornais não as publicam, salvo em contextos muito restritos.
Dizer que a obra de um artista ou se mostra toda ou não se mostra nada, é desconhecer as várias facetas de muitas obras. Em Portugal, de Chiado a Bocage, há obras que não são tão conhecidas porque ficaram longe das academias pela crueza (chamemos-lhe assim) da linguagem. Por todo o mundo acontecem coisas assim, como calma e ponderadamente referiu o próprio presidente da Fundação Mapplethorpe.
Não serei eu a dizer quem tem razão. Quero apenas defender o resultado final do que está exposto e do que está restrito em Serralves. E parece-me que o diretor João Ribas foi muito infeliz. Afinal, foi ele quem escolheu as fotografias a exibir, afinal é ele quem se sai mal. Afinal teve o seu momento de fama, quando os seus amigos se manifestaram e uma série de gente correu a dar palpites sem saber do que falava.
Mas não é isto a vida moderna? Pois é.
PS: Já que arte é o que está exposto em museus, sendo hoje em dia um dos redutos mais selvagens do capitalismo e das jogadas tipo bolsa, não percebo a relutância dos diretores de Serralves demissionários exporem Joana Vasconcelos. Não sou um admirador da sua obra, mas – atenção! – ela está no Guggenheim de Bilbau e é consagrada internacionalmente. E, mais do que isso, faria casa cheia...

Henrique Monteiro

https://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_chamem_me_o_que_quiserem/2018-09-26-Posso-ainda-defender-Serralves-#gs.QNnY2=Q

terça-feira, 18 de setembro de 2018

OS DOIS “GUMES” DA INTELIGÊNCIA



“O verbo latino intellegere é formado de inter  “entre” e legere, verbo que significa “escolher” — portanto inter-legere quer dizer “escolher entre”. Então A INTELIGÊNCIA é isso, é essa capacidade de escolha, de colher o conhecimento e o colocar na prática”.

A inteligência, “dom” tão prezado na sociedade actual é sem dúvida uma ferramenta essencial à evolução do ser humano no mundo material mas mais ainda na sua evolução espiritual.
Mas como em tudo no Universo e segundo as nossas escolhas, aquilo a que chamamos inteligência pode ser factor evolutivo, ou de estagnação espiritual.
A Célula Primordial que nos compõe é “Deus em nós” – É inteligência no seu mais elevado grau! Já a sua expressão no decorrer da vida de cada um, torna-se numa amálgama de opções influenciada pelas posturas individuais.
Gosto de traduzir o conceito de “Inteligência” por “Bem” (essência e intenção do Criador), pois todos nascemos com a identidade do “Bem”, cuja assimilação e prática é de nossa inteira responsabilidade ao longo de cada encarnação. Ou seja, desde a mais tenra idade sentimos e distinguimos o “Bem”.
No entanto e para que faça sentido a razão da existência, somos também, os depositários do espólio das nossas vidas anteriores, além de herdeiros psico/emocionais dos nossos ancestrais mais directos como pais e avós, tal como os nossos netos serão os nossos.
Adquirindo a percepção da imensa e maravilhosa realidade de que se compõe a nossa missão de vida, e consequente responsabilidade, que é ser redentores de nós mesmos e dos que nos precederam, compreendemos a frase de Jesus Cristo: ”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”
Quando o exercício da Inteligência é maculado pela escolha de agravar a carga cármica (a tal que viemos resgatar e transcender) composta de tudo o que é contrário à evolução espiritual e leis da Criação, a Inteligência torna-se gume de involução e pesadíssimo fardo que será herança do mundo, e dos nossos descendentes, num infindo ciclo de sofrimento.

Estimemos e Exerçamos o Sagrado Presente da Inteligência 

(Deus em nós)

A.









sexta-feira, 7 de setembro de 2018

CONCRETAMENTE -



A razão pela qual, nem todos os seres humanos acreditam no Divino ou num Criador deve-se às diferenças entre Consciências que, denunciam o grau de evolução espiritual. Pela evolução humana e espiritual desenvolvem-se lentamente mecanismos no cérebro físico, pelos quais se adquire mais inteligência e, em graus cada vez mais elevados, que deixa de haver limitações para conhecer e estabelecer o contacto com Deus, ou Inteligência Cósmica, de forma consciente e racional. Deus não é uma abstracção é uma realidade concretamente vivida.

Poucos seres se preparam para realizar a iluminação, que não é mais do que a luz da clareza mental e da razão e, só esta realidade, pode derrubar as dificuldades à iluminação. É no cérebro, veículo da mente – consciência, que reside a possibilidade de obter uma mentalidade avançada, pois são os esforços pela evolução espiritual – amor e sabedoria - que impulsionam a mais inteligência e, portanto, a maior lucidez mental.

São estes processos mentais, acompanhados de realização espiritual que dão ao ser humano a chave da iluminação. Querer obter a iluminação por processos antinaturais através de estímulos externos, como drogas ou elixires do xamanismo, muito em moda hoje, para alterar a consciência, não são o caminho certo, nem o cérebro está preparado para invasões e, podem sobressair graves problemas como rebentamentos de veias, obstruções mentais graves ou apagamento de memórias, limitando o ser a uma vida vegetativa ou o risco de morte.

Devido ao grau de evolução do homem do qual resulta o seu esquema cerebral, a sua inteligência manifesta-se de acordo com a sua capacidade mental e, esta por vezes, não lhe permite ainda captar certas compreensões correctamente, sejam abstractas ou concretas. Esta é a diferença entre as pessoas; os mais adiantados e os mais atrasados na evolução espiritual. Embora os seres humanos sejam iguais, aparentemente, existe grande dicotomia entre a vanguarda espiritual e os que compõem a maioria da massa humana, ou o homem médio.

O homem tem o seu fundamente como Ego (Consciência) e como esfera de manifestação o corpo causal (níveis etéricos) ponto médio entre o Espírito e a matéria, corpo físico. Este é composto de átomos que estão animados de vida no homem, devido à sua vontade de Ser; todos os átomos vibram de acordo com o grau de evolução e ela vai sendo alcançada de vidas em vidas (reencarnação).

A oportunidade que cada Ser tem em cada vida de progredir espiritualmente, não deve ser desperdiçada sejam quais forem as condições. Quanto mais se fizer pela evolução espiritual, mais responsabilidade se assumirá no contexto da vida humana e Cósmica, constituindo a iluminação um dado adquirido. 

Maria Ferreira da Silva
SPIRITUS SITE

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Empreendimento




Empreendimento (do latim imprehendere é o acto, efeito ou resultado de empreender algo com fim determinado)

Quando ouvimos falar de empreendimentos, a imagem comum que formamos é a de construções, comércio, indústria, projectos. O empreendorismo é isso, mas é ainda, muito mais.
Somos  previligiados pelo facto de sermos parte integrante deste ciclo de mudança planetária, de fazermos parte das hostes fomentadoras e construtoras, de um novo e mais evoluído paradigma consciencial.
 Assim, o empreendorismo  embuido de consciência, reveste-se de normas que não estão escritas, de leis nunca criadas, de posturas atípicas dificilmente aceites ou compreendidas pelo racionalismo egóico,  base do culto do poder, pela supremacia financeira.
O “imprehendere” do Ser que se renova, é um veículo transparente, cuja maquete de origem deve ser a consciência ecológica, e o respeito pelos outros seres, a sua força motriz.
Todo empreendimento gerado em premissas que não promovam e elevem consciencialmente a todos os envolvidos e ao seu enquadramento social, tornam-se  pesados agentes cármicos.
Esta norma é tanto mais rigorosa e aplicada aos empreendedores sociais, quando guiados pelo ego, na busca do reconhecimento social e da subserviência de outros seres, vinculados que ficam, pela dependência fomentada na carência, na ignorância e no medo.
Empreendimentos, são também as formas e fórmulas interrelacionais pessoais. Cada acção que empreendemos com os seres com quem partilhamos a vida, contém em si mesma os deveres duma real fraternidade, do altruísmo, do respeito e da compaixão.
Na Luz do Espírito comum a todos nós, um abraço fechado,

A.




segunda-feira, 3 de setembro de 2018

FLUIR


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Fluir


Provar um olhar
Cheirar um calor
Olhar um sentir
Ouvir uma Alma
Tocar um querer

Estranha forma de escrita? Erro de sintaxe?
Não!...Mas é assim que actualmente e em muitos seres se processam as emoções, as sensações, as percepções e a analítica mental.
São muitos os que carecem de uma explicação lógica para os seus sentires. Alguns calam bem fundo essa necessidade, tentam mascará-la doutros sentimentos. Outros, expressam-na de forma desconexa e confusa, pois como se pode expressar o que nunca se sentiu? Outros ainda, apenas emitem o tão escutado “ não sei o que se passa comigo”.
Nos tempos mais recentes e num crescendo galopante, tudo ao nosso redor assume contornos de estranheza, de realidades apenas perceptíveis.
Há muitos anos que se fala destas realidades. Por diversos canais, chegaram a nós os alertas, os conhecimentos.
Mas, também e por muitos anos, ouvia-mos mas não escutávamos, olhávamos mas não víamos.
É chegada a hora do descerramento total dos véus.
Tal como no palco de um teatro, as múltiplas cortinas vão sendo abertas de forma gradual, enquanto cada paisagem apresentada, nos transporta pelo guião da peça, cada cenário nos envolve numa realidade momentânea. Finalmente, descerra-se a ultima cortina, e mesmo sem conhecer a história, nós sentimos que a apresentação está no final, chegamos ao apogeu dessa vivência teatral, magnificamente representada.
Assim ocorre actualmente em Gaya, Terra, Urantia, ou qualquer outra denominação referente a este belo planeta azul. Os véus, quando ainda existem, são já translúcidos. Convivemos diariamente num tu cá tu lá, com outras realidades dimensionais.
Para os mais sensíveis, aos que vivem num padrão vibratório mais elevado, aos que dão atenção e tempo ao seu “cristal” interno, estes contactos começam já a ser normais.
No entanto, e na maior parte dos casos são também motivo de profunda inquietação. As duas principais vertentes dessa inquietação, são por um lado o medo, por outro, uma sensação de subtileza que nos torna desconhecidos a nós próprios.
Esses vislumbres e sensações podem, em algumas casos, levar-nos a uma inércia, quer a nível físico quer no plano espiritual. Não devemos lutar contra! Nem devemos ser arrastados! Mas sim fluir, mantendo o controlo do timão.
Quer num, quer noutro caso, deve prevalecer a força de vontade Crística, aquela que advêm do coração.
Em ambas as situações, o melhor remédio é o trabalho.
No primeiro, o do medo, procurar rever todos os ensinamentos, trazer á luz tudo o aprendido, sem esquecer dos nossos antigos arquivos já várias vezes mencionados.
No segundo caso, o trabalho é também fundamental de forma a fazermos a integração desses novos sentires na nossa vida corrente. Esse é o objectivo do Caminho, conforme as latadas vão ficando ao nosso alcance, podemos colher os “frutos” e integra-los em todas as facetas do nosso dia-a-dia, em especial na interacção com os outros Seres. 
Como um atleta de maratona, já vemos a meta, no entanto, ainda que se saiba que vamos ganhar, não podemos valer-nos do carro de apoio…é imperativo palmilhar os km restantes, neles, e na forma como os percorrermos, está a essência do que abarcamos em todas as nossas existências.
Mas, meus queridos, nós nunca estamos sós! E de quando em vez, recebemos “asas” que dão impulso às nossas velas, porque afinal, somos Anjos, a experienciar a ilusão humana.



Maria Adelina