Proponhamos
que se fechem as universidades
Fernanda
Mendes
29/7/2018
Que
os deputados repensem a sua atitude e não afrontem a sabedoria, o trabalho e a
investigação médica. Que acabe a ditadura de certos lobbies contra os
interesses e convicções da maioria da população
A
Assembleia da República aprovou a lei que permite a mudança da identidade de
género a partir dos 16 anos e que impede a actuação da medicina nos bebés que
nascem com qualquer espécie de dimorfismo sexual, nas circunstâncias explícitas
nessa mesma lei.
É
demasiado grave para a sociedade portuguesa e para os indivíduos em particular
que esta lei possa vir a ser promulgada.
Quanto
ao atestado médico ou psicológico, nos termos em que é exigido para os jovens
dos 16 aos 18 anos, facilitará aquilo que a nossa ingenuidade não deve
pretender encobrir: para quantos médicos e psicólogos que não tenham
escrúpulos, esta será mais uma maneira fácil de ganhar dinheiro. Para que não
se pense que isto possa ser um exagero, há de facto precedentes. Lembro-me que
logo a seguir à aprovação da lei do aborto em Portugal, num hospital em que a
maioria dos ginecólogos/obstetras eram objectores de consciência, vinham
médicos de fora fazer os abortos, recebendo um pagamento por hora bastante
superior aos colegas do quadro do hospital que todos os dias ali davam o seu
trabalho para tornar os nascimentos dos bebés um êxito para as mães e
nascituros (injustiças do Estado pagas com o dinheiro dos contribuintes!…
Ironias da vida a favorecer os oportunistas!).
Esta
lei agora aprovada leva-nos também a pensar que estamos perante um total
absurdo legal: a lei não permite a decisão, ou seja, o voto, em eleições a
menores de 18 anos e permite a decisão a esses mesmos em matérias em nada menos
graves!
Além
disto, há de facto um desrespeito total por parte dos deputados da Assembleia
da República em relação ao pronunciamento avalisado de entidades médicas e
psiquiátricas, que de direito se manifestaram sobre estes assuntos estudados e
concernentes à Medicina. Se estes pareceres são assim ignorados, seria o caso
de pensar mandar fechar as faculdades de biologia, medicina e afins, pois as
ideologias pretendem impor-se aos conhecimentos científicos médicos e até
condicionar o seu avanço!
Na
continuação do referido acima, mostra-se uma tirania a proibição de intervir
cirurgicamente nos bebés que apresentem algum tipo de dimorfismo sexual. Hoje,
a biologia molecular permite através do estudo do ADN verificar qual é o sexo
que o bebé traz inscrito em todas as suas células e corrigir de acordo com isso
qualquer anomalia que se expresse fisicamente. Da mesma maneira, a medicina
hormonal está cada vez mais desenvolvida para poder corrigir os casos em que as
células das pessoas tenham dificuldade em produzir as hormonas necessárias e
próprias em quantidade suficiente. Será que em casos semelhantes, que já
aconteceram na história da humanidade, em que um bebé nasce com duas cabeças ou
nascem dois bebés siameses, também proporíamos esperar que crescessem assim,
sem nenhuma intervenção cirúrgica, até terem idade para escolher se querem
permanecer assim ou ser operados?! Com certeza que isso nem nos passaria pela
cabeça, pelos inconvenientes e sofrimentos que trariam para essas pessoas.
Não
é preciso saber muito de medicina, nem de biologia, nem de bioquímica, para
perceber o sofrimento grave de um bebé que tem hormonal e fisicamente dentro de
si um “combate” entre dois sexos (como nestes casos de dimorfismo sexual) e que
este deve ser resolvido tão rapidamente quanto a ciência tem meios para o
fazer.
Pergunto-me
realmente se não estará em forte acção, neste momento, em Portugal, uma
ditadura de certos lobbies contra os interesses e as convicções da
maioria da população. Na minha experiência de vastíssimos relacionamentos
diários estou convencida de que esta afirmação não é exagerada.
Que
os senhores deputados repensem a sua atitude, que se demitam caso o seu mandato
tenha pretensões ideológicas que afrontam a sabedoria, o trabalho e a
investigação médica e que a sociedade portuguesa intervenha contra todas as
ditaduras ideológicas que um pequeno grupo quer impor a todos, contra a própria
evidência científica (para que não tenhamos que mandar fechar algumas das
nossas universidades para sermos coerentes com as leis aprovadas!). A bem da
Nação e de todos os portugueses!
Fernanda
Mendes
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