Na continuidade do excelente esclarecimento da Dra. Marta Sobral na primeira parte deste texto, partilhamos hoje a segunda parte do mesmo que nos leva de forma lúcida à compreensão da grande falácia e manipulação de que estamos a ser vítimas mas mais que isso as maiores vítimas são e serão os nossos filhos e netos. No final da página encontram o link da primeira parte deste excelente trabalho.
A.
“A Ideologia de Género
é a mais radical rebelião contra Deus que é possível: o ser humano não aceita
que é criado homem e mulher, e por isso diz: 'Eu
decido! Esta é a minha liberdade!' — contra a experiência, contra a
Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de
ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação.”
Gabriele Kuby,
socióloga.
ACORDAI - PARTE II
A IDEOLOGIA DO GÉNERO – O QUE É, COMO
SURGIU, DE QUE FALAMOS AFINAL?
A Ideologia do Género
pode resumir-se a algo muito simples: a ausência de sexo. Ou seja, segundo os
seus defensores, ninguém nasce homem ou mulher, pois não são as características
físicas e biológicas do corpo com que nascemos que define ou determina o papel
de homem ou mulher, que escolhemos para nos definirmos na nossa identidade
pessoal. “Ser homem” ou “ser Mulher” não
depende das características físicas e biológicas do corpo, mas é uma construção
social e cultural imposta pela sociedade ao indivíduo na nascença, em função do sexo e daquelas
características físicas com que nasceu.
Assim nasce o conceito de “identidade de
género”, plasmado na proposta de Lei
nº. 75/XIII aprovada pela Assembleia da República, definido como “a vivência interna e individual de cada pessoa relativamente ao seu género,
independentemente do sexo atribuído à nascença, que inclui a relação pessoal
com o corpo e a expressão de género, designadamente através da forma de vestir,
falar e de estar, envolvendo ou não a modificação da aparência ou das funções
do corpo por meios cirúrgicos, farmacológicos ou de outra natureza, podendo
ocorrer quer com pessoas transgénero, quer com pessoas intersexuais;” – artº.2º, alínea c)
da proposta de lei.
Embora se possa ir mais atrás para encontrar os fundamentos deste
entendimento, um dos primeiros percursores da “ideologia do género”, sua
teorização e sustentação “cientifica”, foi John Money, psicólogo e sexólogo, nascido na Nova Zelândia, mas que emigrou e fez os
seus estudos, percurso académico e profissional nos EUA. A partir de 1950 propôs
e desenvolveu várias teorias e criou a terminologia de que agora tanto se fala,
em parte já consagrada na proposta de lei aprovada, como a identidade de género
e o papel de género, assim defendendo que o género (masculino ou feminino) é
algo aprendido e adquirido na formação social e cultural do individuo,
principalmente no seio da família (pela vestimenta, hábitos, brincadeiras,
papeis sociais assumidos, etc…) e não inato, dependente das características
físicas e biológicas. Esta ideia – de que género é algo adquirido e não inato –
legitima a generalização ao recurso dos procedimentos médicos/cirúrgicos que
foram denominados como redesignação sexual, pelos quais as
características sexuais/genitais de nascença de um indivíduo são mudadas para
aquelas socialmente associadas ao gênero no qual ele se reconhece.
Num discurso do ano de 2012 proferido
pelo anterior Papa Bento XVI, dizia o seguinte sobre a Ideologia do Género: “De acordo com esta filosofia, o sexo já não é considerado
um elemento dado pela Natureza e que o ser humano deve aceitar e estabelecer um
sentido pessoal para a sua vida. Em vez disso, o sexo é considerado pela
Ideologia de Género como um papel social escolhido pelo indivíduo, enquanto que
no passado, o sexo era escolhido para nós pela sociedade. A profunda falsidade
desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são
óbvias. As pessoas [que promovem a Ideologia de Género] colocam em causa a
ideia segundo a qual têm uma natureza que lhes é dada pela identidade corporal
que serve como um elemento definidor do ser humano. Elas negam a sua natureza e
decidem que não é algo que lhes foi previamente dado, mas antes que é algo que
elas próprias podem construir”. Encontrei este texto no Google, que veio
adensar uma dúvida ou perplexidade à qual não encontro resposta, a propósito do
estranho silêncio da Igreja Católica sobre este e outros temas estruturantes da
nossa sociedade, sem esquecer a Eutanásia, já com debate agendado na AR, para
aprovação da sua legalização: curiosamente a mesma instituição que em outros
países, a propósito de alterações ao sistema de contribuição para a segurança
social, promove manifestações e revoltas gigantescas!
John Money, este
ideólogo da Ideologia do Género percursor das ideias sobre o género que já nos
são impostas por lei, também ficou
conhecido pelas suas teorias no campo do estudo de comportamentos sexuais (até
agora ainda denominados como) desviantes. O conceito de “perversões” foi melhor enquadrado e, tal como surgiu a ideia de “género” em contraposição ao “sexo”, a palavra "preferência sexual" passou para
"orientação sexual". Com
esta alteração de terminologia e conceitos, procura-se legitimar descrições
menos críticas de comportamentos sexuais, que a sociedade, no seu juízo de
censura ignóbil e limitador da liberdade de expressão individual, rotula como “desviantes” ou “perversões”, como é o caso da pedofilia. Este sexólogo, psicólogo e
professor universitário defendia que a pedofilia pode ser dividida em duas
vertentes: a pedofilia afectiva e a sádica, sendo a primeira aceitável no
campo da afectividade, não havendo nada que justificasse a sua reprovação, a
não ser um conceito socialmente construído de censura desse comportamento,
porque “a pedofilia afectiva” baseia-se
numa relação de amor e não de sexo, como a segunda. A pedofilia através desta
construção terminológica rebuscada (pedofilia
afectiva) começa assim a ser introduzida não como um comportamento sexual
desviante, mas como a expressão de um
afecto mútuo e consentido entre um criança ou jovem e um adulto, que se torna
erótico, não havendo motivo que justifique um juízo de censura, construído
pela mesma sociedade que, à nascença, nos impõe que somos homens ou mulheres,
consoante as características físicas e biológicas com que nascemos.
Perante a eliminação das fronteiras e a inversão dos
paradigmas da normalidade e da anormalidade a que temos vindo a assistir nos
últimos anos, perante passividade geral, questiono-me quanto tempo demorará,
até que um dia, estejamos aqui a discutir que, se calhar, até é normal uma
miúda ou miúdo, eles agora até são tão espertos e nascem a saber tudo, pode
perfeitamente relacionar-se com um adulto, no âmbito de uma pedofilia afectiva?
Marta Sobral
Link da primeira parte: https://ogrupo11.blogspot.pt/2018/04/acordai-alteracao-do-genero-parte-i.html
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