Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A MENTIRA






           A Mentira







Colocando de lado as análises profundas de renomados estudiosos da psique humana como por exemplo Freud, faremos uma sintetizada abordagem a esse estado de ser, e de vida, a que chamamos mentira.
Nunca antes nos detivemos na análise desta postura, dado que ela não se conjuga com o plano evolutivo consciente que procuramos.
A mentira, é antes de mais uma postura autopunitiva, que se torna patológica quando a pessoa se torna um mentiroso recorrente, ou seja, que altera e expressa a realidade, em conformidade com a sua visão pessoal do que considera mais útil para si próprio, seja essa uma visão real ou fantasiosa. Em suma e neste quadro de perversão, o narcisismo tem também um papel preponderante.
Ainda que inseridos numa sociedade de consumo altamente materializada e locomovida pela mentira em vários graus e vertentes, isso não deve servir de argumento atenuante à falta de veracidade em qualquer das nossas expressões de vida. Como geradores, receptores e emissores que todos somos, torna-se fundamental o reconhecimento e o débito à verdade, até porque uma mentira coloca em dúvida todas as verdades que tenhamos pronunciado.

Não existem mentiras piedosas, mas sim atentados às capacidades dos demais...
Não existem mentiras para o bem de...mas apenas para o fortalecimento do ego pessoal...
Não existem pequenas mentiras, mas sim pequenos hábitos que se tornam em norma...

A inverdade apenas atesta o grau de dificuldade que tantas pessoas sentem em enfrentar a realidade ou aquilo que eles pressupõem ser a realidade analítica dos outros. E aqui deparamos com o cerne da reflexão que devemos ter no caminho do autoconhecimento...a de que fomos moldados por uma sociedade cega e limitada acerca do conceito do bem e do mal.
A confluência de interesses que fizeram, e fazem,  alternar este conceito em épocas e situações diferentes ( conforme as conveniências ) relegando para segundo plano o estudo e a compreensão das diferenças naturais,  aferindo cada ser, pela fasquia concorrencial mais em moda ou proveitosa.
Criou-se assim, esse medo maior...o da não-aceitação! Por essa via, a do medo, geram-se os mais variados estados de desarmonia psíquica, entre os quais, a necessidade da mentira, frágil suporte duma segurança almejada.
A mentira tende a tornar –se num estado de alienação que subverte as razões e motivações da nossa missão de vida. As características que devemos trabalhar e transmutar, são as causas, mas também os efeitos conclusivos de cada encarnação.
Além do medo da rejeição, a mentira assume variadíssimas formas com que se disfarça a si própria ao ponto de iludir quem a pratica, de forma a se desidentificarem ou legitimarem a situação das quais damos apenas alguns exemplos:

 - Quando na prática comercial o produto não faz jus ao que se apregoa
 - Pela prática da sedução de outros com o fim da satisfação do próprio ego
 - Quando na assunção de práticas de foro espiritual se visa o benefício próprio ou grupal.

Sim amigos tudo isso e muitas outras coisas que nos parecem “naturais” fazem parte daquilo a que chamamos mentira, no entanto, outras brisas vão chegando, as da veracidade individual por opção consciente.
A cada dia são aos milhares as consciências que despertam do estado de letargia em que a humanidade se encontra, a desformatação é intensa e abrangente.
Cada um de nós é único e precioso, tenhamos a força e a coragem de reconhecer em nós a imagem do Criador! Esse reconhecimento será a alavanca que vai elevar os padrões comportamentais da humanidade, pelo respeito, pela veracidade, a tudo, e em todos.



Maria Adelina






terça-feira, 19 de setembro de 2017

Os "nós", dos outros





Caros Amigos

Os valores dos outros, tal como a expressão indica, são deles! São aquilo que usam como ferramenta para provocar re_acção nos demais. Ou seja, a essência da questão não é o que as pessoas fazem (acção) mas a reacção que cada um tenha para com elas. A única forma de combater isso é sempre pelo exemplo de mais elevação.
Nos círculos mais ou menos próximos e até nos muito próximos, somos confrontados hoje com a epidemia de uma reactividade excessiva que supura as doenças da alma, o fel do sofrimento emocional, o amargor da frustração.
- Ataca-se como meio de defesa de ameaças imaginadas pelo próprio medo e mal-estar pessoal
- Pulverizam-se no vento os próprios medos, mágoas elaboradas, partículas que maculam a dignidade ou os sentimentos de outros, mas que acalmam a mente conturbada de quem as emite
- Agride-se com o bastão de factos supostos, ideias preformadas, julgamento de intenções (por suposição)
Reparem que tudo isto caracteriza o perfil do emissor, não da pessoa a quem são dirigidas.
Uns só podem tirar dos outros a paz aparente (massacrar) por isso é que conseguem tirá-la. 
Quando a Paz é profunda,  com as raízes do nosso Ser, das nossas crenças, da nossa auto-estima, do nosso ideal, da nossa constância, e principalmente da compaixão, aí não existe forma de nada ou ninguém tirar a nossa Paz, mesmo que tentem, porque a integridade do que somos não deixa brechas para entrar o medo, a discórdia, a mágoa, a insegurança ou a tristeza.

Compaixão… Só por hoje ….todos os dias

Haja Luz, em todos os corações

Maria Adelina


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Amizade em tempos sombrios







“Sem amizade a vida não é nada, pelo menos se quisermos,
viver como seres humanos”

Cícero








Amizade em tempos sombrios

A amizade está em declínio. Qualquer um pode constatar isso no mundo contemporâneo. Os laços humanos tornam-se cada vez mais frágeis e efémeros porque vivemos numa época em que tudo se “liquefaz”, usando a imagem de Z. Bauman. Hoje, antes mesmo que uma amizade se solidifique, ela está condenada a se evaporar frustrando a intenção sincera dos pretensos amigos. O amor também facilmente se evapora. Aliás, a própria vida escorre, rapidamente, sem que possamos aproveitá-la intensamente como parecia acontecer com os antigos.
As preferências vão para a troca e-mails,  participar de um chat, ser incluído num grupo do orkut, ou simplesmente jogar, jogar e jogar em rede com os “amigos virtuais”.  A conexão da Internet ou do celular promete um especial mais-gozar do que estar “ao vivo” com o outro. Ficar face-a-face está ficando cada vez menos necessário.
Cresce os  relacionamentos de faz-de-conta, contactos apenas virtuais, arrumar um bichinho de estimação, viver em algum lugar solitário. A atitude avessa às pessoas não é adoptada apenas por escritores e cientistas; costuma fazer parte de pessoas que vivem o cotidiano académico, não obstante o imperativo de eles terem que conviver com alunos e colegas. “Seria bom trabalhar numa universidade que não tivesse alunos”, diz um pesquisador que odeia ensinar. Outro me confidenciou que não acreditava mais na amizade; outro, diz que somente se interessa conversar com os de “seu nível”. Há aqueles que substituem os amigos pelos “irmãos em Marx”, ou “irmãozinhos da psicanálise segundo Lacan”. Um erudito tentou me convencer de que com a fragmentação irreversível de nossa época resta cada um ficar na sua, em casa, e “conversar” com Platão, Aristóteles, Agostinho, Tomas de Aquino, apenas com gente que abre o caminho da sabedoria e da ascese. Segundo esse erudito “é mais proveitoso conversar com meus amigos, pensadores, do que com especialistas de nossa época”.  
Hoje é fácil descartar amizades potenciais. A falta de disponibilidade para a amizade verdadeira é tamanha que torna-se visível a resistência para continuar uma conversa que mal teve um início. Não raro, as poucas amizades que ousam ultrapassar a barreira do estereótipo precisam vencer as contingências que concorrem para descartá-las, ou podem simplesmente serem toleradas por interesses profissionais, institucionais, políticos, académicos, comunitários, ou mesmo familiares. Entretanto, segundo Alberoni (1993), essas indicações, acima, nada têm a ver com o conceito de amizade.
Militantes não são amigos. Uma das primeiras frustrações que tive na militância política de esquerda foi reconhecer que entre os militantes não existe verdadeira amizade, mas sim lealdade e interesse na “causa”
Onde as relações são instrumentais não existe verdadeira amizade. As amizades se sustentam apenas onde as relações se aprimoram. Na amizade – e no amor, também – sobressai o impulso natural e o sentido  da relação de querer estar com outro, e basta! Embora a amizade e o amor tenham os seus próprios e camuflados interesses egoístas, a finalidade de ambos é a sustentação do vínculo entre as pessoas que se querem bem. Entretanto, a pseudo amizade dos militantes de uma causa política, religiosa, ou cultural, tem uma finalidade meramente instrumental, porque o outro só existe como “objeto” de uso para conseguir êxito numa causa abstrata ou concreta. Fontes e definição da amizade
Os gregos antigos são fonte de inspiração sobre a amizade. Para Epicuro (341-270 a.C) “embora não altere o sofrimento nem possa evitar a morte, [a amizade ou philia] ajuda a suportá-la (...). Ainda, a philia é o instrumento indispensável ao artesanato ético interior, pois a presença do amigo auxilia a procura e a manutenção da sabedoria...” (Pessanha, 1992).
Epicuro foi o sábio que mais teve amigos, na antiguidade, tamanho foi o número deles que vieram saudá-lo no seu funeral. Embora fosse um homem de saúde frágil, Epicuro, morreu feliz, brindando aos seus amigos com uma taça de vinho.
Aristóteles também não se cansava de dizer que o maior bem que tinha na vida eram os amigos. Uma de suas preocupações, como filósofo, era ensinar aos discípulos como fazer e como manter amizade, dado que existem pessoas que facilmente iniciam uma, mas não sabem como mantê-la. Ou a causa mais comum que é o egocentrismo, onde o interesse é absorver da amizade o que puder para depois a terminar de forma abrupta e maleficamente inconsequente.
Finalizo com uma observação de meu amigo e escritor José Carlos Leal 

“Desconfie de uma pessoa que chama a todos de amigos.  Porque, se ele chama a todos de amigos, provavelmente não se sente amigo de nenhum”

Igor Arvelos



Meu filho não sai do Telemóvel!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O fazer e o deixar acontecer



Nada vinga pelo querer mas pela vibração da intenção! Vivemos tempos de profundas provas ao teor da missão que aqui nos trouxe (separação do trigo e do joio).
Qualquer ínfimo grão de subjectividade na intenção, como sejam, orgulho, vaidade, competitividade, desconsideração pelos outros, ingratidão, desejos ocultos, está condenado por si mesmo na envoltura desagregadora da união, do respeito pela Consciência Crística, peneira por onde passa toda a energia que emitimos.
Uma ideia, projecto (de qualquer tipo ou dimensão) é hoje a fundação do futuro imediato, apenas e quando imantados por uma intenção superior. Toda obra assente no narcisismo egocêntrico será inglória e penoso lastro no caminho.
Compromisso precisa-se! E compromisso é feito de altruísmo, cooperação. É a forma como as pessoas se mobilizam, se vinculam, se excedem de forma permanente em busca de atitudes e comportamentos orientados para a excelência e a superação de desafios.
Dentro dos muitos clichés que temos por hábito usar na nossa forma de expressão verbal, um se destaca actualmente: “é porque não tinha que ser”.
Esta fórmula “é porque não tinha que ser”, é uma derivação astuciosa do nosso ego e que advém de uma postura cada vez mais actuante que é a desresponsabilização, a futilidade, a alienação.

Não amigos, não é  “porque não tinha que ser” mas quase sempre é, o que a nossa falta de compromisso causou.

Compromisso é respeito, é entrega, é constância, é o fermento da sinergia criativa e profícua.

Compromisso é SER e FAZER

Maria Adelina





domingo, 3 de setembro de 2017

"A maior doença da humanidade"



Ao pertinente pensamento de Gandhi, vale acrescentar que o egoísmo é a “mãe” de outros comportamentos que são o ácido que corrói a maturidade consciencial da humanidade, a involução actual, e até a sua existência futura.
Sobre o respeito e a compaixão para com os animais, vale lembrar que uma civilização é feita de crianças que se tornam homens e mulheres cuja actuação será sempre baseada nos exemplos que absorve enquanto criança, na família, nos vizinhos, na escola, e também pelo que vê nas “boutiques da carne” onde se expõem à vista de todos cadáveres ou pedaços destes, ainda com os sinais visíveis e a vibração da tortura e o horror a que foram sujeitos na vida e na morte, na mais vil agressão que um ser “dito” consciente pode infligir a outro consciente também, mas em graus diferenciados. A isto chamam industria da alimentação, que, comprovadamente, é um vício de alimentação dado que a carne não é essencial à alimentação humana.
Humanos que crescem no meio da barbárie para com os animais como vivência social comum, normal, obviamente catapultarão esse comportamento para o futuro. Destes, sairá ainda uma percentagem cuja normose será ainda agravada por outros factores psíquicos e educacionais que os levarão à sociopatia e psicopatia nos quais se inserem em graus variados aqueles que se regozijam com a tortura dos animais nas arenas, na caça como desporto, nas lutas de animais, nos circos, nos programas televisivos onde animais de terra ou mar se debatem em sofrimento ao serem pescados, caçados etc. etc,..
Sejamos proactivos, mas que esta seja pela via da coerência. É o nosso terrível egoísmo nos comportamentos de consumo e postura de hoje, o responsável de, no futuro, seja o comportamento humanístico ou ignóbil dos que agora nos observam, as nossas crianças… o que estamos a fazer delas?

Haja coerência

Maria Adelina