A Mentira
Colocando de lado as análises profundas de renomados estudiosos da psique humana como por exemplo Freud, faremos uma sintetizada abordagem a esse estado de ser, e de vida, a que chamamos mentira.
Nunca
antes nos detivemos na análise desta postura, dado que ela não se conjuga com o
plano evolutivo consciente que procuramos.
A
mentira, é antes de mais uma postura autopunitiva, que se torna patológica
quando a pessoa se torna um mentiroso recorrente, ou seja, que altera e
expressa a realidade, em conformidade com a sua visão pessoal do que considera
mais útil para si próprio, seja essa uma visão real ou fantasiosa. Em suma e neste
quadro de perversão, o narcisismo tem também um papel preponderante.
Ainda
que inseridos numa sociedade de consumo altamente materializada e locomovida
pela mentira em vários graus e vertentes, isso não deve servir de argumento
atenuante à falta de veracidade em qualquer das nossas expressões de vida. Como
geradores, receptores e emissores que todos somos, torna-se fundamental o reconhecimento
e o débito à verdade, até porque uma mentira coloca em dúvida todas as verdades que tenhamos pronunciado.
Não
existem mentiras piedosas, mas sim atentados às capacidades dos demais...
Não
existem mentiras para o bem de...mas apenas para o fortalecimento do ego
pessoal...
Não
existem pequenas mentiras, mas sim pequenos hábitos que se tornam em norma...
A
inverdade apenas atesta o grau de dificuldade que tantas pessoas sentem em
enfrentar a realidade ou aquilo que eles pressupõem ser a realidade analítica
dos outros. E aqui deparamos com o cerne da reflexão que devemos ter no caminho
do autoconhecimento...a de que fomos moldados por uma sociedade cega e limitada
acerca do conceito do bem e do mal.
A
confluência de interesses que fizeram, e fazem, alternar este conceito em épocas e situações
diferentes ( conforme as conveniências ) relegando para segundo plano o estudo
e a compreensão das diferenças naturais,
aferindo cada ser, pela fasquia concorrencial mais em moda ou
proveitosa.
Criou-se
assim, esse medo maior...o da não-aceitação! Por essa via, a do medo, geram-se
os mais variados estados de desarmonia psíquica, entre os quais, a necessidade
da mentira, frágil suporte duma segurança almejada.
A
mentira tende a tornar –se num estado de alienação que subverte as razões e
motivações da nossa missão de vida. As características que devemos trabalhar e
transmutar, são as causas, mas também os efeitos conclusivos de cada
encarnação.
Além
do medo da rejeição, a mentira assume variadíssimas formas com que se disfarça
a si própria ao ponto de iludir quem a pratica, de forma a se desidentificarem
ou legitimarem a situação das quais damos apenas alguns exemplos:
- Quando na prática comercial o produto não
faz jus ao que se apregoa
- Pela prática da sedução de outros com o fim
da satisfação do próprio ego
- Quando na assunção de práticas de foro
espiritual se visa o benefício próprio ou grupal.
Sim
amigos tudo isso e muitas outras coisas que nos parecem “naturais” fazem parte
daquilo a que chamamos mentira, no entanto, outras brisas vão chegando, as da
veracidade individual por opção consciente.
A
cada dia são aos milhares as consciências que despertam do estado de letargia em
que a humanidade se encontra, a desformatação é intensa e abrangente.
Cada
um de nós é único e precioso, tenhamos a força e a coragem de reconhecer em nós
a imagem do Criador! Esse reconhecimento será a alavanca que vai elevar os
padrões comportamentais da humanidade, pelo respeito, pela veracidade, a tudo, e
em todos.
Maria
Adelina
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