Uma das
palavras que Jesus mais tem dito, paralelamente a
-
Confia...
é:
-
Entrega.
Esta
palavra tem sido tão forte que foi precisamente o título do meu primeiro livro.
A doença da minha filha foi o início do processo que culminou com a Meditação
de dia 28 de Março de 2001, quando vi Jesus pela primeira vez. Nessa altura eu
ainda não tinha iniciado o meu percurso espiritual, e comecei a ouvir uma voz -
que eu não sabia de quem era. E essa voz dizia:
-
Entrega, entrega a tua filha. Ela é tua filha, mas ela não é tua. Tu não tens
nada. Nada é teu. Por isso entrega.
E eu
entreguei, mesmo sem compreender nada. Sem saber o que estava a fazer. A minha
filha atualmente está ótima, mas a verdade é que nestes 14 anos eu não tenho
feito outra coisa senão entregar absolutamente tudo. Porque eu sei que quando
nós deixamos de querer que as coisas sejam de uma determinada maneira, quando
nós aceitamos que as coisas vão ser o que tiverem de ser - para que nós
consigamos evoluir mais -, a nossa vida ganha um enorme sentido de propósito,
um grande significado.
Esta
talvez tenha sido das maiores bênçãos que recebi, esse significado.
A forma
de viver a minha a vida também mudou completamente. Quando começamos a entregar
tudo - tudo mesmo: relações com pessoas, família, bens materiais, apegos,
preocupações, controlo sobre a vida, etc. - começamos a receber imensa proteção
do Céu.
- O Céu
protege quem se compromete - diz Jesus regularmente.
E
começamos a notar que algumas coisas acabam por ser muito melhores do que nós
alguma vez pensámos. O nosso ego acha que sabe tudo, mas a verdade é que ele é
muito pouco ambicioso. Eu tenho recebido bênçãos muito maiores do que alguma
vez o meu ego pôde ambicionar. Muito maiores do que alguma vez o meu ego pôde
sequer sonhar.
O nosso
ego não consegue almejar coisas muito, muito altas, porque ele quer fugir da
dor. E ao fugir da dor, fica sem foco. O foco deixa de ser alcançar alguma
coisa concreta e passa a ser conseguir alcançar a ausência de uma outra coisa,
no caso, a ausência da dor.
A
partir do momento que eu aceito encarar a dor, aceito fazer o processo de a
libertar, acedo a outras dimensões, a desenvolvimentos muito mais improváveis.
E incríveis. E desafiadores.
E por
isso esta entrega. A melhor maneira de evoluir é compreender que nada é meu, e
entregar tudo ao Céu. Entregar-me ao Céu. Para que tudo seja o que tem de ser.
Para que tudo seja da forma como tem de ser. Para que o rigor da energia de que
somos feitos nos devolva isso mesmo. As coisas serem como podem ser na nossa
vida.
Para
que consigamos evoluir cada vez mais rápido. Ter acesso às lições cada vez mais
rápido, aprender cada vez mais rápido. E quando nós nos dignamos a aprender,
quando nós somos humildes o suficiente para perceber que nada é nosso e
aceitamos aprender as lições, o grande portal energético abre-se e leva-nos a
viver o resto da vida suspensos a 10 centímetros do chão.
Alexandra
Solnado
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