A Síndrome de Estocolmo saltou
dos tratados da psicologia para o comum dos nossos dias, vale conhecer e
aprofundar pois é mais comum do que pensamos.
Na área social temos inúmeros
exemplos em que na mais estática passividade se aceitam as directrizes de
estado cujo teor não contém qualquer benefício para os atingidos, no entanto
são recebidas e cumpridas numa extraordinária e preocupante passividade
robótica.
Noutra área bem actual vemos
crianças e jovens que se agregam aos terroristas que massacram os seus próprios
povos.
Mas é nos campos sociais ditos
normais que devemos debruçar a atenção para a pesada herança composta pelos
estigmas de crianças e jovens que vivem estas experiências nas suas ainda tão jovens
vidas.
Como sabemos existe um amplo
espectro de tipos de abuso além daquele que é mais conhecido e aberrante que é o abuso
sexual por ser mais facilmente detectado. Mas outros existem de profunda gravidade, estes outros mais focados nos
campos psico/emocional.
Alguns tão perfeitamente enquadrados e disfarçados que se tornam difíceis de identificar, no entanto, todos eles são danosos, e abalam os alicerces de personalidades em formação, fracturando irremediavelmente o equilíbrio psíquico das vitimas e por vezes de outros membros da família.
Alguns tão perfeitamente enquadrados e disfarçados que se tornam difíceis de identificar, no entanto, todos eles são danosos, e abalam os alicerces de personalidades em formação, fracturando irremediavelmente o equilíbrio psíquico das vitimas e por vezes de outros membros da família.
A síndrome prevalece não por que
o/a jovem se sinta bem nessa vivência mas tão simplesmente porque não sabe como
sair dela, sente-a e sente-se reprovado socialmente e por instinto de defesa
cria empatia com a situação e com o causador da mesma.
Uma das repercussões destas
vivências será a dificuldade de manter laços em relacionamentos duradouros no
futuro, o que obviamente levará a profundas desarmonias emocionais, falta de auto-estima,
desajustes sociais, com a consequente tendência depressiva/obsessiva. Terão
ainda grande dificuldade em confiarem noutras pessoas, além de que a maturidade
trará mágoa e rejeição para com o causador do abuso, o que acarretará pesado
fardo cármico para ambos. Outra repercussão são as estatísticas que apontam
para que os comportamentos se repitam, ou seja, por larga maioria aquele que
foi vítima de qualquer tipo de abuso poderá reactivar o ciclo com comportamentos
semelhantes.
No que refere ao abusador, este
por norma debate-se com dificuldade de compreensão ou aceitação duma ética
social e espiritual o que o induz a um comportamento compulsivo/obsessivo do qual
retira proventos duma doentia satisfação do ego pela manipulação e ascendência que
assume perante mentes mais frágeis e imaturas.
Sendo ainda comum que estas
situações ocorrem dentro dos círculos mais próximos, impõe-se uma crescente
atenção dos educadores e da família alargada sobre os “sintomas” que quase sempre são
detectáveis nestes jovens, pois estes sintomas mais não são que inconscientes pedidos
de auxílio.
Sendo um dos tabus da sociedade, é premente a coragem para o alerta e supressão do que deve ser considerado um dos mais graves crimes sociais. Sejamos presentes, atentos ao
futuro, ou seja às crianças e jovens.
Maria Adelina
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