Que
Sacrifício?
A
desvirtuação deste conceito acompanhou inúmeras gerações. Ainda hoje continua a
ser mal interpretado, tornando-se por isso um dos “pesos” que limitam e
bloqueiam a via evolutiva.
Etimologicamente
esta palavra vem do Latim Sacrificius, de mesmo significado, formado por Sacer,
“sagrado”, mais a raiz de Facere, “fazer”.
Ou
seja, Sacrifício é uma maneira de Tornar Sagrado um acto.
Conceito
este bem diferente daquele que habitualmente fazemos uso. Mas reflectindo ainda
nesta interpretação, nós não nos sacrificamos por ninguém, o que fazemos ainda
que com dificuldades ou esforço, é sempre a favor dos nossos interesses
pessoais, (por vezes inconscientes) mas principalmente como alimento do ego e
da insegurança emocional.
Dando
continuidade à nossa análise sob este ilusório mas conveniente vector,
concluímos que os “sacrifícios” que tantos empunham como bandeira de glória é
apenas uma ferramenta de manipulação cuja cobrança será mais tarde ou mais cedo
executada.
-Vemos
isso entre pais e filhos, quando os pais envergam pela vida fora o argumento do
sacrifício que fizerem para criarem os filhos...
-
Vemos isso entre casais em que um se denomina o sacrificado para que o outro possa
estar bem ou progredir na carreira...
-
Vemos isso entre a maior parte daqueles que se “doam” aos outros, mas que
constantemente apregoam os seus sacrifícios em prol dos demais…
Será
que em qualquer destas situações, e em tantas outras, alguém reflectiu de que
nada lhes foi pedido? O sacrifício de moto próprio, e tal como o consideramos,
é uma falácia, não existe. Tudo o que se faz sob pressão ou desagrado gera maus
resultados energéticos e cármicos.
Cada
acção que emitimos, tanto ou quanto mais trabalhosa ou esforçada, apenas pode
ser legitimada pelo amor essencial, emergente, transcendente, que compõe o autêntico
significado de Sacrifício ou seja, o tornar sagrado um acto.
Nas
condições planetárias actuais em que cada vez mais nos é exigido uma maior
expansão e lucidez consciencial é premente transcender o auto-engano tão entranhado
referente ao conceito do sacrifício.
-
O trabalho contém em si o tornar sagrado o esforço individual pela
sobrevivência, mas muito mais que isso é a galeria da nossa criatividade pela
realização de cada dia da nossa missão de vida.
-
A renúncia ou a privação do que quer que seja eleva ao plano sagrado essas
escolhas por opção lúcida da consciência que as consagrou.
-
O apoio, cuidados, responsabilidades familiares e afectivas são as escolhas que
fizemos… são as ferramentas que escolhemos para a proveitosa concretização de
mais um ciclo de aprendizagem, assim as
sacralizemos.
-
O voluntariado (genuíno), partilha, doação, faz emergir o sagrado elo da
Unificação que existe submerso em todos nós.
Que
o Céu nos abençoe com tantos Sacrifícios (leia-se actos sagrados) quantos
o patamar evolutivo de cada um consiga perceber, e agradecer.
A.
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