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segunda-feira, 23 de junho de 2014






“O sentimento abre as portas da prisão
com que o pensamento fecha a Alma”

Fernando Pessoa





Votos e Sentimentos

Voto vem do Latim votus, um tempo do verbo vovere, que significa : prometer solenemente, garantir, jurar. Pode ainda ser interpretado como um desejo ardente, um anelo profundo.
Bastante em desuso hoje em dia na linguagem comum, é ainda utilizado em cerimónias, ou rituais eventuais.
Partindo do princípio do enorme poder das palavras, devemos reflectir sobre a influência que esta “dívida” tem nas nossas vidas. Sim, porque sempre que fazemos um voto, tornamo-nos devoto (de…voto), ou seja, devedores de uma intenção/promessa que será tanto ou mais intensa, quanto o sentimento nela colocada.
Mais uma vez fazemos referência à expressão “pensene”:

pen – pensamento
se – sentimento
ene – energia

Com esta trilogia de forças cósmicas, podemos criar – modelar – atrair, ou ainda, rejeitar – destruir – suspender – todo o potencial de concretização, em todos os aspectos das nossas vidas.
Tudo isto está contido na nossa expressão mais comum e banalizada, a palavra.
Dela fazemos uso para formar os votos que emitimos ao longo da nossa vida actual, e também os que fizemos nas múltiplas vidas passadas. São estes, por vezes, os principais condicionadores das circunstâncias do nosso viver.
Pelo longo percurso feito, vivenciamos inúmeros papeis como por exemplo, o pertencermos a ordens religiosas ou monásticas, cujos votos, ainda hoje, estão activados no nosso subconsciente ditando directrizes nas nossas escolhas e opções (livre arbítrio).
São muitos e diversos, os exemplos práticos destas situações. Estas âncoras atemporais, podem e devem ser requalificadas.
Nos relacionamentos familiares, afectivos, e até profissionais, estes liames de compromissos pretéritos, tornam-se limitadores e factor de inadaptação.
Podemos tomar como exemplo comum, certas posturas rígidas da nossa personalidade, que ainda que reconhecidas, não conseguimos modificar.
Por vezes, e por detrás dessa ilógica e inflexível postura, está um antiquíssimo voto, assumido com um forte misto de intenção/sentimento do qual ainda nos sentimos devedores.
Assim, e como intenção de renovação interior (para os que sintam essa necessidade), recomendamos a supressão de todos os votos que possam ter feito em vidas passadas e que a memória, logicamente, não abarca, mas que se encontram vigentes ainda nos nossos registos Akáshicos.
Este exercício, é feito apenas pela força da intenção.
Assim mesmo, recomendamos uma análise profunda ao percurso de vida actual, lembrar os votos feitos em qualquer idade, motivação ou circunstância, e fazerem, se assim o entenderem, a opção de requalificar, ou neutralizar esses votos, baseados na expansão evolutiva e consciencial de cada um.
Amigos, as ferramentas podem ser as mesmas, o nosso crescimento, esse, ensina-nos novas formas de as usarmos. Isso é evolução.
Lembremo-nos permanentemente que votiva, ou não, a palavra é uma poderosa ferramenta que, tanto pode criar, elevar, consolar, como pode destruir, anular, toda intenção ou acção.


“A palavra é uma ponte de cristal
 Pela sua transparência devemos
primar e com o mais sublime
amor, a devemos construir”

Do livro “Ponte de Palavras”



Maria Adelina



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