Ocorreu-me
o “confronto” entre estas duas palavras para abordar uma simples
técnica que pode facilmente ser usada, tanto para a meditação,
como para auto-avaliação ou um momento de oração, enfim, para um
momento de reflexão sobre uma porção de tela vivencial, tanto
acontecida como por acontecer. Definições: Objectiva –
Faz-me recordar a objectiva de um aparelho fotográfico. Ela é a
forma encontrada, de captar uma certa quantidade de imagem que pelo
seu conteúdo pode constituir informação, que é reflectida para o
interior do aparelho fotográfico a fim de que este a registe em rolo
fotográfico e mais recentemente em formato digital, ou seja conteúdo
electrónico. A objectiva em questão foca seleccionando os
acontecimentos, capta as nuances e os brilhos, as cores e as noções
de tridimensionalidade. No entanto, é sobretudo ser o canal condutor
de todas estas coisas para o interior do aparelho fotográfico, que
lhe dá o maior sentido. Após uma sessão fotográfica, nada fica
retido em seu corpo, sendo o aparelho fotográfico com seus
componentes mecânicos e electrónicos, que irão armazenar todos os
dados anteriormente captados. Objectivo:
Continuando com o exemplo anterior, o objectivo diferencia-se como a
palavra indica, pela sugestão que transmite do destino final de um
dado sentido. Enquanto uma objectiva permite a captação de
determinada imagem, o objectivo é para onde, independentemente da
objectiva usada, essa captação será conduzida. È o corpo do
aparelho fotográfico, neste exemplo. Assim sendo, sem mais delonga,
começarei por apresentar o objectivo deste exercício com um exemplo
aleatório, retirado da infinita possibilidade de usos, donde pode
ser empregue esta técnica. Estou feliz com a minha profissão? Terei
ferramentas de avaliação eficazes, que me ajudem a “decifrar”
esta questão, levando em conta todas as condicionantes implicadas,
do tipo: Estou bem pago? Sou pró-activo? Interajo correctamente com
os meus colegas profissionais?
Como
se reflectem todos estes dados conjuntamente, sobre a minha vida
familiar?
São
um desenrolar de questões interligadas que se debatem sobre o
indivíduo, que não tarda, se sente congestionado por questões que
se apresentam como os tentáculos de um polvo, sem que consiga
responder satisfatoriamente a todas em simultâneo.
Como
me sinto com a minha profissão? Constitui ela uma objectiva ou
um objectivo na
minha vida? Basicamente, é a minha profissão um meio ou um fim em
minha vida? Aqui reside toda a diferença, dado que dependendo da
forma como me sentir em relação a esta questão, estarei a
responder a todas as outras questões que dali advém, desmontando
assim todo esse cenário inquietante e por vezes até, paralisante.
Então vejamos: Se constitui uma objectiva em
minha vida, então entendo a minha profissão como uma forma de
interagir com várias dinâmicas não como um fim em si, mas como um
meio de obter ou chegar a algo que até posso a dado momento
desconhecer. Interiormente inicio a viagem à desmontagem das
restantes questões que se apresentaram:
Estarei
bem pago? Se não sinto a minha profissão como um objectivo se
calhar não estarei a dar o meu máximo, pelo menos, poderei ter que
rever em baixa a minha expectativa de renumeração dado que estou a
ser retribuído de outra forma, mais como um meio em si, do que como
um fim em si. Pelo menos é um princípio chegar a um “beco com
saída”. Sou pró activo? Será razoável exigi-lo? Então se estou
a usar a minha profissão numa objectiva não especializada, será
que é razoável esperar isso de mim? Não estarei a necessitar de
mais razoabilidade e tolerância por mim mesmo? Interajo
correctamente com os meus colegas? Estarei a relacionar-me com eles,
dentro deste contexto? Não estarei a derivar ansiedades, ou
desfuncionalidades para cima deles e de mim mesmo? Poderei encorpar
comportamentos dentro desta esfera de relacionamento mais adequados
onde esclarecido, possa apaziguar o ambiente. Podem certamente estas
reflexões ajudar na estabilização e promoção, de um ambiente
mais saudável em casa, onde junto dos meus familiares posso
encontrar mais disponibilidade para um relacionamento mais fraterno e
lúcido. Se constitui um objectivo.
Neste caso em concreto é um pouco mais fácil, pois se identifico a
minha profissão actual como um objectivo, então novamente sobre as
mesmas questões esperariam-se respostas diferentes que originariam
também respostas diferente:
Estarei
a trabalhar com a empresa certa? Será este o projecto em que devo
investir mais tempo, que me retribui em remuneração
o que acho que me é devido. Necessitarei de investir mais em
formação? Estarei a funcionar dentro da esfera que me é favorável,
no departamento certo? Terei que tentar alguma alteração nos meus
hábitos de funcionamento para que possa ser reparado pela positiva,
no sentido de granjear algum reconhecimento extra, tanto pelos meus
colegas como pelas minhas chefias. Em casa, estarei a exigir o
razoável da minha família, será que compreendem minha ambição na
empresa? Etc… etc… Se reparar, em cada questão das muitas
colocadas e que ficaram por colocar, sempre podia usar o
mesmo:Objectiva ou objectivo?
Àquelas questões que não se resolve de imediato, das que advém
sempre fica uma porta aberta. Enfim este foi um exemplo dos muitos
onde se pode realizar um tal exercício. Muito bom para os neurónios
da modernidade, sujeitos a constante adormecimento e robotização,
ao serem assim estimulados activam em sua mobilização a
possibilidade de acontecer além da estabilização de uma forma de
vida, a promessa real de encontro com algo ainda maior. Um Objectivo
Pensamentos
Do
site: http://arrepiodaalma.blogspot.com/
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