A
Alma enquanto uma dimensão personalizada do Espírito Universal, de quem emana e
de quem se autonomizou, tem como Missão de Vida e da sua própria existência
trazer Luz à densidade do plano material. Para tal, a Alma, que provém de uma
dimensão onde tudo é Uno, onde tudo é Luz, terá de aprender a viver na
dualidade/polaridade da matéria.
A
Alma vive no Espírito individualizado que habita em cada ser humano e a sua
aprendizagem na matéria, para cumprir a sua Missão de trazer luz a esta
dimensão, vai ser feita ao longo de sucessivas encarnações, onde terá de
experimentar todas as manifestações da dualidade física: vai nascer pobre e
rica, bonita e feia, audaz e insegura, atlética e deficiente, europeia,
asiática, americana, indígena ……. E mais importante de tudo Homem ou Mulher.
Temos de aprender de todos os lados, colocarmo-nos no lugar do outro, que em
outra vida não mereceu a nossa compaixão e foi alvo da nossa crítica e
julgamento, com quem contraímos dívidas cármicas. Só experimentando tudo, mudando de religião,
raça, posição económica e de sexo, poderemos evoluir na aprendizagem inerente à
nossa Missão de Espírito Encarnado, cada um à sua velocidade.
O
sexo (e utilizo esta palavra propositadamente, em vez de género, porque
nascemos com um sexo definido pelas caracteristicas biológicas e físicas do
corpo onde habita o espírito) é a manifestação no próprio Homem da polaridade
que existe na matéria: só enquanto encarnado o Espírito vivencia esta
polaridade, escolhendo um ou outro sexo em cada encarnação, de acordo com o seu
plano encarnatório, que ele próprio escolhe e planeia do outro lado do véu, em
função de dois factores essenciais: os desafios que precisa vivenciar para
transmutar a densidade que acumulou em si, desde aquele momento inicial em que
desceu das estrelas para a matéria; o contributo que pode dar à vida na matéria
como um farol de luz, nas concretas circunstâncias de vida que escolheu e que
aceitou como o laboratório de mais uma encarnação. O Espírito não tem sexo, e
muito menos género, porque na dimensão de onde provém e onde retorna no fim de
cada vida Tudo é UNO. Enquanto Espírito encarnado num corpo, nascerá Homem ou
Mulher, em função do compromisso que aceitou do outro lado do véu. Negar esta
realidade é reduzir o Homem (nascido homem ou mulher) a uma dimensão material,
de ser instintivo, que abdica da sua essência de ser divino, criado pela
magnificência da força criadora do cosmos, que aqui nos pôs com um propósito,
dotando-nos daquele factor diferenciador do livre arbítrio, que mais do que
algo que serve para afirmar a superioridade da espécie sobre os outros seres
vivos, é algo que nos emancipou à qualidade de Seres Morais, responsáveis pelas
suas escolhas: Se somos a única espécie dotada com o livre arbítrio, de onde
emerge a consciência moldada pelas nossas escolhas, não será porque existe algo
mais do que a matéria, onde nos bastaria o instinto para sobreviver?
Marta
Sobral
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