Logo cedo, me pus a pensar na cultura descartável que se instalou no
mundo.
A influência ostensiva para o consumo, para a adopção de modelos superficiais e
efémeros tem produzido efeitos muito nocivos em nossa sociedade. As pessoas não
olham mais nos olhos da outra, ao contrário, a atenção é voltada para a marca
da roupa, do calçado, da bolsa, do carro.
Muitos não prestam atenção e nem valorizam a sua linha de conduta, mas, aos
seus bens materiais, à beleza produzida artificialmente, a um corpo esculpido
em academias e a dietas extravagantes.
O que se tem bem presente nos dias de hoje é o culto à forma em detrimento da
essência, a deificação do corpo, separando-o da unicidade trina
Corpo/Mente/Alma.
Essa tríade unificada representa a CONSCIÊNCIA ATENTA.
Ao contrário, a super-valorização da forma ao invés dos princípios que a pessoa deve desenvolver e nutrir, o foco no poder aquisitivo como medida de sucesso, o apelo às sensações e prazeres tomando o lugar dos sentimentos e da felicidade compartilhada.
Ao contrário, a super-valorização da forma ao invés dos princípios que a pessoa deve desenvolver e nutrir, o foco no poder aquisitivo como medida de sucesso, o apelo às sensações e prazeres tomando o lugar dos sentimentos e da felicidade compartilhada.
Muitos preferem o prazer fugaz do momento, a satisfação de paixões, em lugar do
trabalho interior que se deve empreender para alcançar a excelência da
consciência, e isso está fazendo desmoronar a sociedade e seus princípios
basilares.
Embora muitos ainda se identifiquem com certo credo religioso ou determinada
filosofia de vida, ainda assim, milhares se deixam influenciar pela maciça e
poderosa média que impõe a superficialidade, o consumismo, a cobiça, a luxúria,
a satisfação de todo e qualquer desejo ou satisfação IMEDIATA, independente dos
MEIOS empregados para adquiri-la. Vemos esse estereótipo em tudo, incluindo as
novelas que a cada dia expõem motivos e incentivos os mais estapafúrdios, desde
roubar e até matar para conseguir o que se deseja, como meios normais.
A sociedade tem permitido que essa falha danosa se espalhe como endemia e isso
desfaz o verdadeiro propósito da existência.
Quando a preferência geral é por aquilo que se degrada e está separado da
energia e da luz intrínseca à verdadeira essência da vida, a sociedade se
encaminha para o caos.
Mas, qual a solução prática para dar um novo impulso e uma nova perspectiva à
sociedade? A religião e a filosofia devem desempenhar papéis fundamentais para
o resgate da verdadeira essência humana e dos valores que dignificam e
engrandecem a existência. Elas precisam se adaptar para ter esse olhar quanto
ao seu papel no re-ligare, na volta do ser humano à sua essência e aos valores
que engrandecem uma sociedade e não aqueles que a desfazem e geram caos,
desagregação, ódio e desunião.
Cabe-nos divinizar a matéria, ou seja, ressaltar e nutrir no nosso plano de
existência os sentimentos nobres, as corretas relações interpessoais, a ética,
a hombridade, a cooperação mútua, o voluntariado para projectos sociais, a
valorização e a validação do outro, etc.
Ou aprendemos a nos amar e nos apoiar mutuamente ou a sociedade cairá num poço
sem fim, quadro tenebroso que já visualizamos diariamente na vida prática.
Mas, esse resgate da dignidade humana precisa ser empreendido e alcançado com
tenacidade, determinação e foco.
Mãos à obra, construtores e plantadores de ideias e ideais saudáveis. Avante! É preciso e o tempo urge.
Texto
de Mirtzi Lima Ribeiro (João Pessoa/PB)
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