Daqui a bocadinho, não tarda nada, nós, eu, tu, ele,
seremos a figura a que hoje chamamos “idoso/a”.
A teoria de Schumann sobre a aceleração temporal dá-nos a cada dia com mais intensidade essa perspectiva, a da ilusão temporária que
se esvai em experiências mais ou menos proveitosas, ou na sua larga maioria totalmente
inúteis para a finalidade desta vida, que é a aquisição de um “niquinho” mais de consciência, ou seja, progresso evolutivo espiritual.
Numa sociedade de ritmo alienante cujo maior desejo é ter
tempo para nada fazer, deixou de existir tempo para o tempo que os idosos
precisam.
A decrepitude física, mental, ou ambas, provocam um
transtorno na família, (mais um, numa sociedade pseudo-doente cheia
de transtornos com siglas pompeantes) que podemos denominar por TAI (Transtorno Anti
Idoso) de cujos sintomas sobressai a amnésia selectiva, deixamos de ter um Pai
ou uma Mãe, um Avô ou uma Avó, e ficamos com um “idoso” cuja carga fonética significa:
trabalho – obrigação – chatice.
Numa sociedade onde tantos meios se movimentam a favor
de situações nada naturais, tenhamos, cada um de nós, a coragem de
reflectir, gerar e canalizar, acções de transformação da “idosofobia” e das suas
consequências, que são o isolamento desumano, desrespeitoso, cruel, daquilo que, de forma natural seremos, tu, eu, e
aquele, daqui a bocadinho…não tarda nada...
Maria Adelina
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