Quando se esforçam para
demonstrar que não existe Deus, nem providência, nem Céu, nem qualquer
esperança de vida depois da morte, os pensadores materialistas negam tudo o que
dá sentido à existência humana: a realidade da alma e do espírito. Eles têm
sustentado que, para o homem poder ser feliz, bastar-lhe-ia ter com que se
alimentar, onde habitar, poder constituir família e estudar. Ora, na realidade,
o que é que se passa? Acontece que, mesmo quando deu ao corpo, ao coração e ao
intelecto tudo o que estes lhe pediam, o homem não se sente satisfeito.
Verificamos isso todos os dias, em toda a parte. E por que não está ele
satisfeito? Porque não cuidou de alimentar a alma e o espírito, que têm fome e
sede e que reclamam! Por isso, o uso da droga – que se expande cada vez mais
pelo mundo e principalmente entre os jovens – é uma advertência. É a alma que
tenta fazer compreender as suas necessidades: ela sufoca e serve-se da droga
para se libertar. Havia que libertar as pessoas do ópio que era a religião, não
é verdade? Agora, aí estão a marijuana, a heroína, a cocaína… Será
preferível?
A alma tem necessidade do espaço infinito e, quando se sente limitada, asfixiada, procura evadir-se por todos os meios. O álcool e as drogas fazem parte desses meios porque têm a propriedade de afastar a alma do corpo físico e, portanto, ao menos por um momento, dão-lhe uma ilusão de liberdade e de espaço. É por não saberem como satisfazer esta necessidade de evasão da sua alma que os jovens, coitados, se drogam. Mas isso não é a solução, porque a droga é um elemento químico que se dá ao corpo. Ora, a necessidade de evasão vem da alma, não do corpo. A droga é um indício de que a alma pretende viajar pelo espaço infinito, mas não é a droga que pode satisfazer a alma; e não só não pode satisfazer a alma, como ainda destrói o corpo. Por isso eu não aconselho ninguém a utilizá-la, qualquer que seja o pretexto. Só por meios espirituais se deve procurar a alegria, a dilatação, a liberdade, a plenitude.
Os verdadeiros adeptos da Ciência Iniciática não contam com nada que seja exterior; eles sabem que Deus colocou dentro deles todas as possibilidades, todas as riquezas, todas as substâncias de todos os laboratórios. E é aí que se deve procurá-las. Claro que isso exige muito tempo e requer esforços quotidianos, mas vale a pena. O alimento que absorverdes nas regiões sublimes da alma e do espírito saciar-vos-á durante dias e dias, porque no plano divino há elementos de uma tal riqueza que, se conseguirdes prová-los, por uma só vez que seja, a sensação de plenitude nunca vos abandonará. Nada poderá tirar-vos essa sensação de imensidão e de eternidade.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
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