Desmontar
a “raiva”, fundamental vitória
Desmontar
a raiva, abraça-la delicada mas firmemente provoca a sua desintegração, porque
a raiva expressa ou não, é em última instância sempre, sempre, dirigida à
própria pessoa que a emite. Todos os acessos e graus de raiva têm ligação
directa aos mesmos níveis de frustração e mágoas acumuladas por anos e
tipologias de vida.
Por
norma o que os outros fazem de forma inconsciente é destapar o que cada um
mantém oculto de si mesmo, o seu “porão”:
-
a frustração pela obediência cega a alguém
-
a frustração pela falta de coragem em mudar de emprego, de casa, de lugar
-
a frustração pela imagem social a que se obriga
-
a incapacidade de colocar um fim em relações de qualquer tipo que sinta lhe são
prejudiciais
-
a falta de auto-estima e uma auto-imposta inferioridade
-
o velho medo provocado pela idade - por sentir-se ultrapassado social ou
profissionalmente - pela doença
-
a mágoa acumulada por ser ou ter sido vítima de comportamentos de raiva
- e até a raiva pela raiva que assoma quando mede a injustiça e a destruição que
a sua raiva provoca
Assim,
com raiva residual ou reprimida, quem vive uma ou mais deste rol de experiências,
começa por usar formas encobertas de raiva como são o despeito, onde subverte
atitudes, palavras, minimizando o seu alvo pela via da humilhação ou o descrédito.
Outra
destas formas de raiva disfarçada é a condescendência onde se auto promove a um
púlpito de pseuda tolerância pelos “defeitos” que a sua visão toldada pela arrogância
atribui ao outro ou aos outros.
E
finalmente declara-se a “raiva” - A baixa emoção acumulada contra alguém que em
dado momento explode em formatos diferentes. Este comportamento não é, nem pode
ser considerado natural. Trata-se sim do formato pessoal de quem vive
encarcerado nessa forma pelos motivos anteriormente expostos ou outros do mesmo
teor. Tem ainda como agravante que o escape da sua válvula da raiva é
normalmente direccionada para quem lhe é mais próximo em termos afectivos, profissionais
ou familiares e que na maior parte das situações não motivaram essa reacção. A
raiva é ainda um magneto para a mentira, a distorção, a calúnia, para que estas
a sustentem e justifiquem.
-
O grau de raiva tem efeitos negativos sobre quem a emite e quem é alvo dela em
diversas formas, e por longos períodos de tempo, no nível físico no psíquico ou
em ambos e nas vertentes de vida.
Olhando
esta análise pela óptica espiritual, está é prejudicial na vertente cármica onde
cada um responde pelos seus actos, mas mais ainda para o desequilíbrio da aura,
ou seja, as vertentes física, energética, emocional e mental de quem somos, afectando
profundamente o nosso bem-estar e processo evolutivo.
Que
cada um de si para si se imponha a vontade de curar as suas feridas, assumir
escolhas e decisões, desatar nós obsoletos, limpar o seu “porão” para que esse equilíbrio
seja o grande propulsor de harmonia em tudo ao seu redor.
E
como o tempo é precioso, e preciosas são as acções que possibilitam a
fraternidade, a colaboração, o auto aprimoramento, a amizade, em suma a
maturidade consciencial, é nisso que nos devemos focar, e orar, pela cura de
todos os corações onde a raiva ainda encontra lugar para morar.
Maria
Adelina
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