Até que ponto a sugestão condiciona a nossa escolha?
Então quem é que escolhe?
O
sufixo “mancia”
Deve
ser objecto da nossa reflexão a preocupação bastante generalizada em nos reconhecermos nos aspectos
resultantes dos cálculos efectuados nas condições de calendário, sociais, geográficas,
astrais ou outras, sobre a data do nosso nascimento.
Quando
essa concordância/aceitação acontece tal significaria que não tinha existido
evolução, que não tínhamos concluído nenhuma etapa das que viemos realizar
nesta encarnação, ou pior, que não tínhamos opção…onde fica então o libre arbítrio?
-
Quando esses cálculos são elogiosos e “positivos”, tendem a criar um comodismo
egoístico, narcisístico, e até arrogante, que vai embaciar o entusiasmo
que deve reger a nossa demanda interior. Isso obviamente pode levar a situações
mais sérias, principalmente quando a pessoa pelos resultados práticos da sua
vida, se apercebe que afinal está a andar no sentido contrário àquele que lhe
"prometeram"
-
Se os cálculos forem apreensivos e assustadores, tendem a criar mal-estar,
sentido de inferioridade, e até desespero, que se pode tornar grave em alguém
que já sofra de baixa auto-estima. Isso leva à descrença no que toca à esperança e fé no seu potencial individual que
simplesmente aguarda a sua hora para se expressar; porque tudo no universo tem
o seu momento.
-
Se os cálculos forem indefinidos, que apresentem uma pessoa "normal" como é a
maioria da população terrestre, a pessoa analisada fica desiludida,
tendo em conta que ainda funcionamos muito pelo ego.
Tenhamos
em conta que as pessoas que buscam leituras de qualquer tipo, nenhuma está à espera de ouvir a realidade, mesmo que essa realidade seja a de que a pessoa já
é aquilo que veio para ser: honesta, trabalhadora, bondosa, sem coisas
"especiais" como estes analistas tanto gostam de frisar...e o nosso
ego se compraz em ouvir.
Nestes
casos, o próprio analista não quer ser o causador dessa desilusão, então, e por
norma, enfeita a leitura com arabescos que nada têm ou terão a ver com o
caminho pessoal daquele ser simples, autêntico e maravilhoso...o que obviamente
vai criar uma ilusão indirecta, que nem sequer era da pessoa, mas que pode
levar no mínimo a que a pessoa mude a agulha do seu caminho de vida quando esta
estava na direcção certa.
Nas
mais antigas civilizações existiram os sábios que aferiam as possibilidades e
tendências dos recém-nascidos pelos dados do seu nascimento, (lembremos as
lendas em que fadas transmitem às crianças dons e capacidades)
Mas
esses virtuosos pertenceram a uma época que findou e cujos dons eram
necessários ao cumprimento dessas eras.
Hoje,
provavelmente as leituras feitas no nascimento de um ser continuariam a ser
úteis tão só e apenas como indicador para os guias (pais) da criança.
No
entanto, no plano da cosmo-ética já não é lícita essa prática pelo facto de que
a humanidade transgrediu todos os preceitos do sagrado, da humildade e do sentido
de serviço.
Toda
e qualquer leitura que fosse efectuada, ainda que sábia e honesta, seria sempre
denegrida, contestada, ou feita arma de poder, devido à exacerbação do ego que
mina a humanidade.
Todos
os Avatares ao longo das eras se posicionaram contra as artes de adivinhação,
recomendando cautela, e dizendo-nos que o único e verídico oráculo é o nosso
coração quando aprimorado pelo trabalho evolutivo que fazemos a cada dia.
Maria
Adelina de Jesus Lopes
Nota:
como curiosidade envio link da lista (conhecida) das muitas palavras com o
sufixo “mancia” para que tenhamos em conta o quanto existe de manipulação,
manipulados e manipuladores
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