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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Reino da Caridade




          “Nenhum homem que não
controle a própria vida pode
 ser considerado livre”

Pitágoras
 





Nesta época natalícia que como o nome indica tem como objectivo homenagear a natividade, o nascimento de Yeshua Ben Yosef, um Christos, tentemos cada um de nós assimilar a quota-parte do Cristo em nós.
Vivenciamos uma época onde caridade se tornou meio de vida em fazer a pseudo-caridade.
Esta é uma realidade que retarda a evolução espiritual individual e também, o sadio desenvolvimento da consciência social colectiva.
A fomentação da dependência de outrem (em qualquer área) é de foro cármico e deve ser transposta.
As desigualdades e a injustiça social adensam-se ainda mais pelo incentivo à inércia, este é o resultado que os planos de ajuda social têm demonstrado até hoje.
Existem por esse mundo fora inúmeras organizações dedicadas à caridade. Estes organismos tornaram-se empresas, cujo lucro (finalidade de qualquer empresa) advém de manter os que lhes dão razão de ser, ou seja “os pobres e necessitados”. Estas instituições maioritariamente com o estatuto de interesse público e em graus variáveis, consomem meios financeiros elevadíssimos empregues na sua própria estrutura interna.
Por outro lado, os critérios com que distribuem o que resta, seja em meios materiais ou humanos, estão conspurcados pelos ditames políticos locais, ou interesses pessoais dos mecenas dessas instituições.
Neste conluio estão envolvidos governos, grandes empresas, e meios de comunicação social.
Este é um dos modernos sistemas de escravatura, o de criar o descrédito de seres humanos do seu próprio potencial, tornando-os dependentes do sistema instituído na sua subsistência básica.
- Fomenta-se a inércia onde devia ser fomentada a criatividade.
- Estimula-se o desânimo onde devia ser estimulado o interesse.
- Cria-se a dependência em vez de se criar postos de trabalho
Uns, vivem da existência da necessidade de outros, da necessidade de implementar a caridade….
Meus amigos…os vendilhões continuam no Templo e têm muitas vestes.

(Fazemos aqui uma ressalva aos muitos e honrosos exemplos destas organizações que o fazem na sua autêntica acepção, ou seja a da assistencialidade totalmente altruística e sem interesses subjectivos).

A caridade real é:
- a face da partilha individual, autenticamente fraterna
- o respeito por todos os meios existentes ao nosso redor sem desperdício de qualquer tipo
- o perceber que não temos qualquer direito além do direito de qualquer outro ser humano
- o destronar do nosso ego a ambição, que por sua vez conduz à inflação, o lucro fácil, o açambarcamento de empregos, a “esperteza” negocial, a exploração das classes mais fragilizadas.
Que se instaure em cada coração a essência Crística, na responsabilidade que a cada um de nós cabe, no nosso lugar, neste planeta escola.
Queridos amigos neste final de ano, em que é norma a reflexão, que esta possa ser imbuída pelo altruísmo e a compaixão, lembrar que somos um Todo e que o estado duma partícula desse Todo, afecta o restante, para o bem…ou para o menos bem….
 
 
Maria Adelina
 
 


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