A Pátria cobre o
rosto, de vergonha
Casualmente
e enquanto pesquisava os nossos melhores poetas, deparei com uns poemas de Zeca
Afonso, que creio se adequam aos chocantes dias que vive a “nossa” Pátria.
Independentemente
da sua ideologia política Zeca Afonso era antes de tudo um Homem Honesto,
cuja vasta obra se afirmava na sua visão do poder popular.
Pobre
Zeca, que a esta altura deve dar voltas na tumba ao perceber o enorme e
aberrante engano com que neste preciso momento se desfeita o Poder Popular, se
desfeita a Pátria, se desfeita a Democracia.
Em
Outubro passado os Portugueses foram às urnas das quais saiu uma maioria (na qual nem sequer votei) que por artes da
mais boçal indignidade, os votos dessa maioria foram vergonhosamente
desrespeitados, transformados em papel higiénico duma qualquer força politica,
que não sei a cor, nem quero saber, pois a mim e a todos os seres de bem, apenas
nos interessa respeitar o Poder Popular.
“Os barões da vida boa
Vão
de manobra em manobra
Visitar
as capelinhas
Vender
pomada da cobra”
“A
palavra socialismo
Como
está hoje mudada
De
colarinho à Texas
Sempre
muito aperaltada”
“Sempre
muito aperaltada”
Fazendo
o V da vitória
Para
enganar o proleta
“Não
sei quem seja de acordo
Como
vamos terminar
Vinho
velho vinho novo
Viva
o Poder Popular”
Versos de Zeca
Afonso
Maria Adelina de Jesus Lopes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja Bem-Vindo