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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A Pátria cobre o rosto, de vergonha. Onde está a nossa voz?





A Pátria cobre o rosto, de vergonha

Casualmente e enquanto pesquisava os nossos melhores poetas, deparei com uns poemas de Zeca Afonso, que creio se adequam aos chocantes dias que vive a “nossa” Pátria.
Independentemente da sua ideologia política Zeca Afonso era antes de tudo um Homem Honesto, cuja vasta obra se afirmava na sua visão do poder popular.
Pobre Zeca, que a esta altura deve dar voltas na tumba ao perceber o enorme e aberrante engano com que neste preciso momento se desfeita o Poder Popular, se desfeita a Pátria, se desfeita a Democracia.
Em Outubro passado os Portugueses foram às urnas das quais saiu uma maioria (na qual nem sequer votei) que por artes da mais boçal indignidade, os votos dessa maioria foram vergonhosamente desrespeitados, transformados em papel higiénico duma qualquer força politica, que não sei a cor, nem quero saber, pois a mim e a todos os seres de bem, apenas nos interessa respeitar o Poder Popular.


 “Os barões da vida boa
Vão de manobra em manobra
Visitar as capelinhas
Vender pomada da cobra”

“A palavra socialismo
Como está hoje mudada
De colarinho à Texas
Sempre muito aperaltada”

 “Sempre muito aperaltada”
Fazendo o V da vitória
Para enganar o proleta

“Não sei quem seja de acordo
Como vamos terminar
Vinho velho vinho novo
Viva o Poder Popular”


Versos de Zeca Afonso


Maria Adelina de Jesus Lopes




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