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quinta-feira, 17 de setembro de 2015





O equívoco da Inacção e do Silêncio








Os confortados e conformados na auto-ilusão de haverem adaptado a seu gosto as “máximas” de algumas filosofias e religiões tornaram-se os fariseus que Jesus abominava.
Na mais grave das hipocrisias, untam-se com o óleo de teorias decoradas, empanturram-se de conceitos embalados, finos confettis que degustam à sobremesa das suas vidas activas de arrogância, desperdício, indiferença, perversidade, ambição, egocentrismo.
Torna-se tabu e tema non grato, abordar o jejum de hábitos enraizados e meios desperdiçados em agressões à natureza que tantos praticam como divertimento:  
- Desportos onde prima a violência individual, grupal, ou contra animais
- Ajuntamentos (festivais) de milhares de jovens (e menos jovens) onde “a música” é porta aberta a todos os excessos
- A falta de respeito pelo meio ambiente e a inexistência de qualquer sentido ecológico dos veraneantes que no seu país, ou noutros, se vestem da alienação a que chamam férias
- A prática de laços sociais caracterizados pela demonstração de posses e de poder, onde a amizade é pontilhada de sinuosos e subjectivos interesses.
No enquadramento dos espasmos humanitários que sacodem o planeta, li há dias como título de um artigo a celebre frase da Bíblia “ Que fizeste de teu irmão?”
Creio que actualmente seria muito mais apropriada outra colocação: Que não fizeste a teu irmão?
- Não o chocaste com teu proceder?
- Não desperdiçaste os meios que são de todos?
- Não enganaste para te engrandeceres ou aproveitares de qualquer forma?
- Não foste omisso ao sofrimento de outrem?
- Não foste negligente com a Mãe Terra ou com os animais?
Esta é a Inacção (naturalidade compassiva) que supre os carris da evolução.
Este é o Silêncio (meditativo e altruísta) laborioso e criador.
Taoismo – Budismo – Cristianismo – Hinduísmo, tantas fontes por onde jorram lianas de sustentação e amplitude de consciência. Sejamos nobres o suficiente para perceber que estas não são mecanismos automatizados que instantaneamente transportam os seus seguidores ao Olimpo dos justos e dos santos.
São lianas que é preciso subir a pulso na mais límpida honestidade, aquela que só o nosso coração vê e sente.

Que não fizeste a teu irmão?


Maria Adelina de Jesus Lopes










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