Aceita o Bem
Do Sol presente no meio do nevoeiro
E em tempo de seca, a chuva ausente
Aceita o Bem
Da guerra fecunda de dor, estágio do guerreiro exterior
No voto inconsequente moldado na mágoa de tanta gente
Aceita o Bem
Do palco resumido, que é nesta vida, o opressor ou o
oprimido
Na face obscura, que de tanto bem, veio ser a deixa de
outro actor
Aceita o Bem
Do que macula o seu olhar de cobiça e desamor, é o cego
que te permite ver
Dos ciclos agrestes da vida, dos vividos e por viver, pois
são aqueles que dão flor
Aceita o Bem
Das lágrimas ardentes, apelo e glória do teu cansaço que
em meu regaço desagua
Da contra face do meu amor omnipresente nos múltiplos seres
que contigo partilham o meu SER
Aceita o Bem
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