Saudade
Ao
amanhecer, faça chuva ou faça sol o chilreio insistente fez-me olhar a
arvorezinha singela que ali bem defronte da minha janela, se tornou assistente (ou motivação) privilegiada da minha inspiração
E
lá estavam elas, as avezinhas… melros, rolas, passarinhos, numa miscelânea de
formas e feitios, como sempre, fitavam a janela.
Saudei-os,
e os pios intensificaram-se, balouçaram os ramos numa dança concertada,
distenderam as asas com graça e rumaram à descoberta das cores deste dia.
E
em mim, a palavra surgiu, saudade…sentimento que conforme a pessoa que o emite,
é muitas vezes expresso por outras palavras ou expressões…
A nossa Alma faz o percurso da descoberta pela experiência, pelas vivências, e de cada
uma retira a pérola, única no seu valor, componente da jóia final do nosso percurso
de vida.
Sentimos
saudade daquilo que já fizemos, mas se já fizemos, porquê sentir saudade?
É
que “saudade”, por vezes vem de longe, de paragens que os sentidos comuns não
conseguem ainda aceder, ligações energéticas profundas trazem aquela saudade
indefinida de um tempo algures no tempo que gostaríamos de reviver.
Pelo
menos uma certeza move a nossa alma, e que é a sua razão de existência, é a
necessidade da vivência, mas a alma tem memória, e aí, como um perfume mais ou
menos intenso, instala-se a saudade.
Nestes
casos devemos entregar, consagrar, todas as experiências vividas e acolher a
paz interior que toda compreensão acarreta.
Quando
o Amor Superior inunda todos os campos do ser integral, então, e só então, podemos despedir a saudade.
Os
pássaros voltaram…numa alegria contagiante dão graças pela vida nova que cada
novo dia lhes concede…sem saudade…
Maria
Adelina de Jesus Lopes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja Bem-Vindo