Mesmo quando afirmam ter escolhido a vida
espiritual, algumas pessoas continuam demasiado obnubiladas por questões
materiais: o dinheiro, as posses, o êxito social... E, por essa razão, não
podem fazer verdadeiros progressos interiores.
Evidentemente, não se trata de abandonar a matéria. O homem é um espírito, é certo, mas está incarnado na matéria e necessita dela: precisa de comer, de se vestir, de se abrigar, de trabalhar; e aqueles que se recusam a aceitar a matéria como uma realidade, com o pretexto de que são espíritos, não se manifestam como verdadeiros espiritualistas; levarão uma vida vegetativa e serão um peso para os outros, mais nada.
O verdadeiro espiritualista é aquele que compreendeu como o espírito trabalha sobre a matéria: ele serve-se de tudo o que a Natureza pôs à sua disposição, mas, em vez de o utilizar para satisfação dos seus apetites egoístas, põe-no ao serviço de um ideal superior, para si próprio e para os outros. Infelizmente, ainda não é para este fim que os humanos trabalham; eles chamam tudo a si, procuram acima de tudo o seu interesse, o seu proveito, o seu prazer. Reparai na maneira como eles exploram os animais, as árvores, as montanhas, os rios, o mar... E se algum dia eles tivessem meios técnicos suficientes, veríeis o que fariam do sol, da lua ou dos outros planetas! Para satisfazerem os seus apetites inferiores, eles estão prontos a sacrificar tudo aquilo de que podem aproveitar-se. Nem hesitariam em utilizar as mais sagradas revelações da Ciência Iniciática; iriam mesmo bater à porta do Senhor para que Ele os ajudasse nas suas negociatas e nas suas loucuras.
Ora bem, é preciso compreender que ser espiritualista não consiste em orar, meditar e interessar-se pelas ciências esotéricas, mas em ver claramente quais os propósitos e os interesses que vos impelem para essas actividades. O que é essencial é o fim que procurais atingir! Se utilizardes a prece e o poder do pensamento, como tantos livros perigosos recomendam, para satisfazer as vossas cobiças (ter êxito nos negócios, obter o amor de alguém...), estareis a agir como o pior dos materialistas e, em alguns casos, até como um criminoso. O descrente, o ateu, que parte pedras para ajudar um desgraçado a construir a sua casa é um espiritualista mais autêntico do que vós!
Para se ser um verdadeiro espiritualista é preciso ter-se resolvido de uma vez por todas a questão dos fins e dos meios, porque é aí que se originam todas as confusões, todas as ilusões. O que são esses espiritualistas que mobilizam todas as faculdades psíquicas mais preciosas para atingirem os objectivos mais egoístas e terra a terra? E julgais que eles se aperceberam dessa situação? Nem pensar nisso! Eles nunca tiveram tempo para perguntar a si próprios: «Mas como é que nós estamos a agir? O que é que procuramos?» É preciso que alguém venha sacudi-los e perguntar-lhes: «Repara, meu caro: que objectivo é o teu? É o Inferno! E os teus meios? Pois bem, são o Senhor, os anjos, a ciência, a arte, a religião... Sim, todas essas coisas santas, para acabares por cair no Inferno.»
Portanto, agora tudo está claro: o que deve contar para vós é o objectivo, a direcção, a razão pela qual fazeis as coisas; seja comer, respirar, passear, trabalhar, amar, estudar... fazei-o com o objectivo de consagrar todas as vantagens daí resultantes ao bem do mundo inteiro.
Vejamos, justamente, o exemplo dos estudos. Há cada vez mais pessoas que estudam, e durante o máximo de tempo possível, por terem bastantes meios à sua disposição. Mas ao serviço de quem e de quê colocam elas esses conhecimentos? Quantas existem que tomem consciência das suas responsabilidades e que digam para si próprias: «Ora bem; com todos estes conhecimentos, tenho mesmo que fazer o bem, tenho que ajudar os outros, não sou só eu que devo beneficiar»? A maioria servir-se-á deles para se pavonear, para enriquecer, para despojar os outros. Muito poucos pensarão que podem servir-se deles para se tornarem benfeitores da humanidade.
A vós compete, pois, decidir. Quereis tornar-vos materialistas que se servem dos recursos do espírito para progredir nos seus negócios, ou verdadeiros espiritualistas desejosos de pôr as suas qualidades, faculdades e forças, tudo o que possuem, ao serviço do espírito?
Evidentemente, não se trata de abandonar a matéria. O homem é um espírito, é certo, mas está incarnado na matéria e necessita dela: precisa de comer, de se vestir, de se abrigar, de trabalhar; e aqueles que se recusam a aceitar a matéria como uma realidade, com o pretexto de que são espíritos, não se manifestam como verdadeiros espiritualistas; levarão uma vida vegetativa e serão um peso para os outros, mais nada.
O verdadeiro espiritualista é aquele que compreendeu como o espírito trabalha sobre a matéria: ele serve-se de tudo o que a Natureza pôs à sua disposição, mas, em vez de o utilizar para satisfação dos seus apetites egoístas, põe-no ao serviço de um ideal superior, para si próprio e para os outros. Infelizmente, ainda não é para este fim que os humanos trabalham; eles chamam tudo a si, procuram acima de tudo o seu interesse, o seu proveito, o seu prazer. Reparai na maneira como eles exploram os animais, as árvores, as montanhas, os rios, o mar... E se algum dia eles tivessem meios técnicos suficientes, veríeis o que fariam do sol, da lua ou dos outros planetas! Para satisfazerem os seus apetites inferiores, eles estão prontos a sacrificar tudo aquilo de que podem aproveitar-se. Nem hesitariam em utilizar as mais sagradas revelações da Ciência Iniciática; iriam mesmo bater à porta do Senhor para que Ele os ajudasse nas suas negociatas e nas suas loucuras.
Ora bem, é preciso compreender que ser espiritualista não consiste em orar, meditar e interessar-se pelas ciências esotéricas, mas em ver claramente quais os propósitos e os interesses que vos impelem para essas actividades. O que é essencial é o fim que procurais atingir! Se utilizardes a prece e o poder do pensamento, como tantos livros perigosos recomendam, para satisfazer as vossas cobiças (ter êxito nos negócios, obter o amor de alguém...), estareis a agir como o pior dos materialistas e, em alguns casos, até como um criminoso. O descrente, o ateu, que parte pedras para ajudar um desgraçado a construir a sua casa é um espiritualista mais autêntico do que vós!
Para se ser um verdadeiro espiritualista é preciso ter-se resolvido de uma vez por todas a questão dos fins e dos meios, porque é aí que se originam todas as confusões, todas as ilusões. O que são esses espiritualistas que mobilizam todas as faculdades psíquicas mais preciosas para atingirem os objectivos mais egoístas e terra a terra? E julgais que eles se aperceberam dessa situação? Nem pensar nisso! Eles nunca tiveram tempo para perguntar a si próprios: «Mas como é que nós estamos a agir? O que é que procuramos?» É preciso que alguém venha sacudi-los e perguntar-lhes: «Repara, meu caro: que objectivo é o teu? É o Inferno! E os teus meios? Pois bem, são o Senhor, os anjos, a ciência, a arte, a religião... Sim, todas essas coisas santas, para acabares por cair no Inferno.»
Portanto, agora tudo está claro: o que deve contar para vós é o objectivo, a direcção, a razão pela qual fazeis as coisas; seja comer, respirar, passear, trabalhar, amar, estudar... fazei-o com o objectivo de consagrar todas as vantagens daí resultantes ao bem do mundo inteiro.
Vejamos, justamente, o exemplo dos estudos. Há cada vez mais pessoas que estudam, e durante o máximo de tempo possível, por terem bastantes meios à sua disposição. Mas ao serviço de quem e de quê colocam elas esses conhecimentos? Quantas existem que tomem consciência das suas responsabilidades e que digam para si próprias: «Ora bem; com todos estes conhecimentos, tenho mesmo que fazer o bem, tenho que ajudar os outros, não sou só eu que devo beneficiar»? A maioria servir-se-á deles para se pavonear, para enriquecer, para despojar os outros. Muito poucos pensarão que podem servir-se deles para se tornarem benfeitores da humanidade.
A vós compete, pois, decidir. Quereis tornar-vos materialistas que se servem dos recursos do espírito para progredir nos seus negócios, ou verdadeiros espiritualistas desejosos de pôr as suas qualidades, faculdades e forças, tudo o que possuem, ao serviço do espírito?
Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov.
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