segunda-feira, 31 de março de 2014

Reflectindo – O Zoo




Reflectindo – O Zoo

Após tomar conhecimento da notícia, tentei seguir os protocolos pessoais para a diluição da carga negativa da mesma, e seus efeitos imediatos na minha psico-esfera.
Analisei, de mim para comigo, o significado da existência dos zoos, o confinamento de animais em condições precárias, desenraizados dos seus habitats e condições de vida naturais, tão só, para o divertimento dos seres humanos.
Tentei ainda argumentar comigo mesma, que estes campos de concentração eram locais de estudo, onde o ser humano podia aprender a conhecer os animais de outras raças que consigo partilham o planeta azul…Como se fosse possível que a alma colectiva destes seres pudesse exprimir a sua identidade ou evolução em humilhante cativeiro…
No entanto, (a minha argumentação continuava), os zoos sempre tiveram uma aureola de magia, de santuário, onde os animais eram recolhidos (custa menos esta palavra que dizer capturados)  assistidos, onde raças em extinção seriam protegidas etc., etc. enfim, onde o fim justificava os meios, e a exploração dos mesmos como atracção de feira.
O abate de uma girafa num zoo de um país de “primeira linha” europeu, por motivos de falta de espaço, diluiu todas as bolinhas de sabão ilusórias, se é que ainda restava alguma, acerca das razões que levam o ser humano à profunda falta de respeito pelos animais. O homem ainda não percebeu que este, e os mais corriqueiros exemplos com que nos cruzamos a toda hora no nosso dia-a-dia, de fazermos, ou calarmos, ofensas a animais, é o que sela o nosso próprio destino quer individual quer colectivo.
Mas, mais que a decisão em si mesma de tirar a vida a um animal por conveniências logísticas, a barbárie contida na execução e esquartejamento público, cuja assistência eram maioritariamente crianças, é de arrepiar, e um registo do baixo nível de tantas consciências, e da abominável falta de respeito quer pelos animais quer pelos humanos. Que resultados trará no futuro a marca indelével deste acto no comportamento daquelas crianças que a ele assistiram, e dos milhões que o visualizaram pela redes globais.
Que exemplo lhes foi transmitido?...

Lembremos que é também na Dinamarca que anualmente se chacinam milhares de golfinhos, por centenas de pessoas que ali acorrem para esse festival de sangue e morte.
Por motivos bem menos importantes que estes, estariam  já vários países do mundo a moverem as suas acções de penalizações, económicas ou outras, contra a Dinamarca…porque não nestes casos? em que a motivação é o mais alto valor da humanidade…o respeito pela vida.

A conclusão desta reflexão é a de que muito mais que a situação dos animais, é o HOMEM que continua agrilhoado.

Maria Adelina







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