Reflectindo – O
Zoo
Após tomar
conhecimento da notícia, tentei seguir os protocolos pessoais para a diluição
da carga negativa da mesma, e seus efeitos imediatos na minha psico-esfera.
Analisei, de mim
para comigo, o significado da existência dos zoos, o confinamento de animais em
condições precárias, desenraizados dos seus habitats e condições de vida
naturais, tão só, para o divertimento dos seres humanos.
Tentei ainda
argumentar comigo mesma, que estes campos de concentração eram locais de
estudo, onde o ser humano podia aprender a conhecer os animais de outras raças
que consigo partilham o planeta azul…Como se fosse possível que a alma
colectiva destes seres pudesse exprimir a sua identidade ou evolução em
humilhante cativeiro…
No entanto, (a minha argumentação continuava), os
zoos sempre tiveram uma aureola de magia, de santuário, onde os animais eram
recolhidos (custa menos esta palavra que
dizer capturados) assistidos, onde
raças em extinção seriam protegidas etc., etc. enfim, onde o fim justificava os
meios, e a exploração dos mesmos como atracção de feira.
O abate de uma
girafa num zoo de um país de “primeira linha” europeu, por motivos de falta de
espaço, diluiu todas as bolinhas de sabão ilusórias, se é que ainda restava
alguma, acerca das razões que levam o ser humano à profunda falta de respeito
pelos animais. O homem ainda não percebeu que este, e os mais corriqueiros
exemplos com que nos cruzamos a toda hora no nosso dia-a-dia, de fazermos, ou
calarmos, ofensas a animais, é o que sela o nosso próprio destino quer
individual quer colectivo.
Mas, mais que a decisão em si mesma de
tirar a vida a um animal por conveniências logísticas, a barbárie contida na
execução e esquartejamento público, cuja assistência eram maioritariamente
crianças, é de arrepiar, e um registo do baixo nível de tantas consciências, e
da abominável falta de respeito quer pelos animais quer pelos humanos. Que
resultados trará no futuro a marca indelével deste acto no comportamento
daquelas crianças que a ele assistiram, e dos milhões que o visualizaram pela
redes globais.
Que exemplo lhes foi transmitido?...
Lembremos que é também na Dinamarca que
anualmente se chacinam milhares de golfinhos, por centenas de pessoas que ali
acorrem para esse festival de sangue e morte.
Por motivos bem menos importantes que estes,
estariam já vários países do mundo a
moverem as suas acções de penalizações, económicas ou outras, contra a
Dinamarca…porque não nestes casos? em que a motivação é o mais alto valor da
humanidade…o respeito pela vida.
A conclusão desta reflexão é a de que muito
mais que a situação dos animais, é o HOMEM que continua agrilhoado.
Maria Adelina
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